O fazer de De Proença (@deproenca.art) se fundamenta em um processo que tem como ponto de partida pequenos desenhos em folhas soltas ou cadernos nos quais estabelece as composições que posteriormente leva pra tela. É uma espécie de arar a terra para abrir caminhos para o posterior uso da cor.
Essa caminhada leva a um constante ver o próprio ato de criar para encontrar alternativas mais satisfatórias. Trata-se de um processo em que alguns elementos e estruturas se repetem e ganham novas configurações, gerando eternos e renovados recomeços de diálogo com a própria produção.
Os organismos visuais que surgem nesse caminhar trazem conversas de formas e cores em que as combinações realizadas constituem uma espécie pessoal de alfabeto progressivamente desenvolvido na busca das respostas que o artista julga mais adequadas para as suas inquietações em uma ode à cor e ao movimento interno de cada obra.
A presença do branco, porém, cria zonas de silêncio em que o olhar do observador descansa para poder apreciar melhor o conjunto da composição dentro de uma estética que tem algo de musical na maneira como as criações instauram diagramas no espaço e mobilizam o olhar do observador.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.