Do contra
Em fevereiro desse ano o plenário do STF decidiu por 7 votos a favor e 4 contra que o réu já condenado em segunda instância poderia ser preso antes da condenação definitiva. Como nossa justiça é mais lenta do que caracol atrofiado, a medida acaba com recursos infindáveis para evitar que o condenado vá preso. Um exemplo conhecido: a condenação de um jornalista do Estadão que matou a namorada. Mesmo sendo réu confesso, a custa de recursos, foi preso 9 anos depois de julgado. Há casos também que a pena prescreve graças aos tais recursos. Portanto, é bem vinda tal decisão que diminui a impunidade. Mas sempre tem os do contra. Celso de Mello, decano do STF é um deles, desconsiderou seus colegas e aceitou pedido de habeas corpus para que um condenado em segunda instância fosse preso. O réu em questão foi acusado de crime qualificado: homicídio e ocultação de cadáver e pegou 16 anos e 6 meses de cana. Se um ministro da Suprema Corte vai contra seus colegas, o que podemos esperar? “Eta” paisinho!
Vira casaca
A senadora Katia Abreu do PMDB era uma feroz oposicionista do PT e do Lula. Soltava a língua com vontade contra seu governo. No entanto, por algum mistério insondável, virou amiguinha íntima de Dilma, trocando confidencias uma com a outra. Ganhou até um ministério. Quando o PMDB caiu fora do governo Dilma ela foi a única que se recusou a sair. Enquanto o PMDB é a favor do impeachment, ela é contra e defende sua amiga com unhas e dentes e o que mais for possível. Juntou-se aos senadores do PT e do PCdoB em defesa de Dilma. Katia faz parte da Comissão do Impeachment e na última reunião destilou toda sua bronca. Acusou os defensores do impeachment de hipocrisia e afirmou que estamos vivendo uma farsa. Como alguém pode virar casaca assim indo de um extremo ao outro? Será que foi abduzida? Deram-lhe uma poção mágica preparada pelo guru do PT? Foi hipnotizada? Sofre de constipação? Caiu e bateu a cabeça no chão? Pensando bem, em política tudo é possível.
Sorria
10 anos sumida e a filha aparece em casa. Depois de choros, abraços, beijos o pai parte para a bronca.
– Onde andou esse tempo todo? Porque não avisou onde foi, onde estava?
Entre soluços a filha diz:
– pai, eu virei prostituta de luxo…
– O que? Fora daqui sua sem vergonha, ordinária, vagabunda, vergonha da família. Não quero te ver nunca mais!
– Tá bom pai, como quiser. Eu voltei para dar alguns presentes a vocês. Para a mamãe, esta corrente de ouro com diamante e a escritura de meu duplex nos Jardins. Para o Zezinho, uma poupança de 1 milhão. E para você paizinho, este Rolex de ouro, a Mercedes SLK 300 que está na porta e a escritura de uma mansão no Morumbi… E um convite a todos para passarem o Carnaval a bordo de meu barco em Búzios.
– Filhinha, que susto você me deu! Vem cá me dê um abraço… Eu tinha entendido protestante…!
Túnel do Tempo
Anos 60, a Rua Augusta era o point da moçada. A Jovem Guarda, nascida em Sampa – que nesse tempo não conhecia esse apelido carinhoso, imortalizado depois com a canção “Sampa” de Caetano – levantava a juventude. Erasmo Carlos tinha um Fusca verde-abacate e Wanderléa, uma moto. Ambos passeavam na Augusta. Reiberto Carlos – que já era rei – mais comedido, ficava na dele com as menininhas. Foi aí que nasceu a paquera motorizada, expressão surgida nessa época, que também envolveu a moda, a linguagem, o comportamento e atitudes que marcaram a mudança dos jovens. A partir daí nunca mais foram os mesmos. Até hoje os jovens bebem dessa fonte, hoje junto com energético, que vai se adaptando aos novos tempos. E tudo começou com a minha geração, sobrevivente desses tempos.
Novos Baianos
Morais Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, a formação original, estão de volta. Depois de se apresentarem em maio, em Salvador, vão fazer a turnê “Acabou Chorare, Os Novos Baianos se Encontram”, com shows em S. Paulo, Rio e BH. Em Sampa vão se apresentar no City Bank Hall nos dias 12 e 13 de agosto. Os Novos Baianos é uma das bandas mais influentes da música brasileira. Surgida nos anos 70, suas canções atravessaram gerações. Quem não se lembra de Acabou Chorare, Preta Pretinha, Brasil Pandeiro, A Menina Dança? Suas influencias continuam presentes até hoje. O primeiro álbum da banda, “Acabou Chorare”, virou cult e está em qualquer relação dos melhores da nossa música de todos os tempos. Por tudo isso não fique aí parado. Os ingressos para os shows de Sampa já estão à venda no site www.ticketsforfun.com.br Corra para depois não ficar a “chorare” porque acabaram os ingressos.
Os sossegados
Quem pensa em viajar ao exterior nesses tempos de ameaças terroristas e violência generalizada pode se sentir inseguro. Para ajudar esses viajantes, o Institute for Economics and Peace fez um estudo sobre a segurança em 163 países levando-se em consideração fatores como índices de assassinatos, números de armas em circulação e população carcerária. Desses países todos, os 10 mais calminhos que se pode passear mais sossegado, pela ordem são: Islândia; Dinamarca; Áustria, Nova Zelândia; Portugal; Rep. Tcheca; Suíça; Canadá; Japão; Eslovênia. Mesmo assim é bom ficar esperto, batedor de carteira tem em todo lugar, até em igreja. Uma amiga, que mora em Lisboa, teve a carteira surrupiada numa loja. Ah! Nessa relação, o Brasil ficou 105º lugar. Nenhuma surpresa para nós.
Mestre da literatura
Em 23 de abril, comemora-se o Dia Internacional do Livro e do Direito Autoral. Essa data também foi escolhida pela Unesco para homenagens a dois grandes mestres da literatura, os escritores Willian Shakespeare (1564-1616) e Miguel de Cervantes (1547-1616), mortos há 400 anos em datas próximas. Mais do essa coincidência é o fato de terem sido contemporâneos que usaram a imaginação para criar obras relevantes que deixaram para a posteridade. Shakespeare desvendou segredos da mente humana de forma notável em peças como Rei Lear e Hamlet. Cervantes explorou e trouxe a tona o abismo entre nossos sonhos e a realidade através dos devaneios do herói D. Quixote de La Mancha. Suas obras são das melhores coisas que se produziram na literatura de todos os tempos. Permanecem como um precioso legado para a humanidade. Ver uma peça de Shakespeare nem sempre é possível, mas elas estão publicadas em livro. Já D. Quixote nem se fala, é mais fácil encontrar.
Sempre é tempo
Memórias Secretas, em cartaz desde 12 de maio em S. Paulo, é um filme 4 estrelas. Estrelado por dois ótimos veteranos, Martin Landau e Christopher Plummer, protagonistas, moram numa clínica para idosos e são judeus. Um dia Martin descobre que o carrasco nazista que matou a família de ambos no campo de concentração de Auschwitz está vivo. Sempre é tempo para vingança, Martin pede então a Christopher, doente, surdo e com dificuldade para andar, para procurar e matar o nazista. Ele, aos trancos e barrancos, sai à caça do alemão e terá que percorrer alguns estados para encontrar 4 imigrantes, um deles é o carrasco. O filme é um eletrizante drama de suspense, daqueles que a gente gruda os olhos na tela esperando o desfecho, que nesse caso será surpreendente e arrasador. Se possível veja na tela grande, ou então o jeito é ver na tela pequena em DVD. E em qualquer tela, sem pipoca para não engasgar com a boca aberta.
“Marvada”
Uma cachaça à base de limão e mel vem fazendo sucesso em bares e restaurantes de S. Paulo. O nome é irônico, Busca Vida. Apesar da boa ideia, não é copia da 51. A cachaça surgiu em 1996, em Bragança Paulista, interior de S. Paulo, e precisou de 4 anos de testes até chegar a fórmula ideal. Em 2010 o fabricante firmou um contrato com uma distribuidora de S. Paulo e aí o negócio deslanchou. De 3.000 litros ao mês a produção passou para 12.000 litros. Além de ser encontrada nos bares, desde os pés sujos até os chiques, chegou às prateleiras de supermercados e lojas de duty free. Em baladas e bares descolados a garrafa custa 120 pratas, uma dose 10 pilas ou mais. Deu vontade é? Vá até SP ou peça para alguém trazer.
