Homenagem a Ziraldo (1932 – 2024)

Lembra do Menino Maluquinho?

Lembra do menino Maluquinho? Criado por Ziraldo em 1980, o livro é um marco com mais de 2,5 milhões de exemplares vendidos. Mas o que ele tem a nos ensinar hoje? A última frase da obra traz uma chave: “E foi aí que todo mundo descobriu que ele não tinha sido um menino maluquinho. Ele tinha sido um menino feliz”.

Parece que a sociedade perdeu essa capacidade de preservar a felicidade mental. É claro que problemas não faltam nas nossas mentes, casas, famílias, país e mundo, mas, acima de tudo, há a ausência de encantamento no cotidiano. E cada um de nós pode retomar essa fantasia.

A proposta pode parecer ingênua – e certamente é em diversos aspectos, mas busca apontar para um dos grandes fascínios do personagem de Ziraldo, a capacidade de inventar. O polêmico filme ‘A vida é bela’, por exemplo, de Roberto Begnini, tangencia a questão de uma outra forma, é claro.

Mas existe em comum a preservação do sorriso no rosto e do coração, a capacidade de manter o deslumbramento da infância para sempre dentro de nós e a convicção de que crescer e ter dificuldades são questões que, sim, podem nos impedir de voar. A capacidade de ser felizes, mesmo quando tudo parece conspirar contra isso, nos salva, como aponta Ziraldo.

Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta)
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador