Quando se veste um óculos(é isso mesmo, vestir!) de grau(receituário) ou mesmo de sol(solar), não se imagina a tecnologia e os detalhes que caracterizam esse produto. Poucos acessórios são tão importantes para o bem estar e qualidade de vida das pessoas como os óculos.
Calcula-se que 25% da população mundial é usuária de óculos por necessidade e, um número até superior a esse percentual, possui ao menos um óculos solar. O número de usuários de óculos de grau no Brasil é estimado em 28,5 milhões e cada vez mais gente tem sofrido de problemas de visão. Além disso, a faixa etária em que as dificuldades de enxergar surgem tem sido as mais variadas.
No país, são 35.925 pontos de venda(em Catanduva, são quase 30), 47,7% só na região sudeste, sendo que as classes C e D respondem por 87% do mercado ótico. O setor ótico é responsável por 0,46% do PIB nacional, gerando um faturamento de R$19.5 bilhões.
A palavra óculos surgiu com o termo ocularium, na Antiguidade Clássica. O termo era utilizado para designar os orifícios das armaduras dos soldados da época, que serviam para permitir que os mesmos vissem. Somente no século I d.C surgiram as primeiras lentes corretivas, que eram feitas com pedras semipreciosas cortadas em tiras finas e davam origem aos óculos de grau para perto.
Contudo, foi somente em torno do ano 1000 d.C. que o matemático árabe Alhazen formulou uma teoria sobre a incidência de luz em espelhos esféricos e como isso reagia no olho humano. Os monges eram, sobretudo, os mais beneficiados com o objeto, por passarem horas trabalhando nas grandes bibliotecas da Europa. Em 1270, na Alemanha, foram criados os primeiros óculos com aros de ferro e unidos por rebites. Eram semelhantes a um compasso, porém não possuíam hastes.
No Brasil, os óculos surgiram no século XVI, com a colonização portuguesa, e eram usados principalmente por religiosos (em sua maioria jesuítas), funcionários da coroa portuguesa, colonos abastados e homens de letras.
Uma antiga referência histórica sobre a existência dos óculos remonta aos antigos egípcios no século V a.C., que retratam lentes de vidro sem grau.
As primeiras referências sobre a existência óculos bifocais datam de 500 a.C. e foram encontradas em textos do filósofo chinês Confúcio. Nessa época, os óculos eram apenas um adereço pessoal. As lentes eram de vidro, mas não tinham grau.
Somente no século XVII surgiram as hastes fixas para serem apoiadas nas orelhas e no século seguinte, mais precisamente em 1785, Benjamin Franklin, inventou os primeiros óculos bifocais, com duas lentes a frente de cada olho unidas pela armação, possibilitando enxergar de longe e de perto em um único acessório.
Enquanto os primeiros óculos eram usados principalmente para auxílio da leitura, hoje em dia os óculos são mais do que simples próteses de correção de deformidades visuais, sendo que são agora um dos principais acessórios de moda das sociedades modernas.
Nas décadas de 1920 – 1930, após a Primeira Guerra Mundial, a indústria de aviões, que primava pela construção de aeronaves modernas e capazes de alcançar altitudes impressionantes para a época, crescia de forma constante. Os pilotos eram prejudicados pela claridade excessiva do sol sobre as nuvens e sofriam distorções visuais.
A força aérea dos Estados Unidos encomendou à Baush & Lomb (empresa óptica americana fundada em 1849) lentes especiais para combater os danos criados pelos raios UV. Foram cerca de dez anos de pesquisas, mas finalmente foram criadas as lentes verdes de cristal especial capaz de refletir e bloquear um alto nível de luz solar, além de proteger contra os raios ultravioleta e infravermelhos.
O design foi inspirado nas primeiras máscaras criadas para pilotos de avião. Foi batizado como Anti-Glare Aviator e somente em 1937 passou a ser chamado de Ray-Ban (do inglês ray-banner ou raios banidos). Ganhou armação dourada e as ruas do mundo inteiro. Mas, foi através do cinema que o Ray-Ban obteve grande sucesso. Desde 1999, a marca pertence à empresa italiana Luxottica Group Spa. Além do modelo Aviator, o Wayfarer também atingiu grande sucesso, graças a eterna boneca de luxo, Audrey Hepburn. O Ray-Ban Aviator ainda hoje é um dos modelos mais vendido no Brasil.
O design dos óculos foi ampliado com o uso do plástico e seus derivados, para a fabricação de armações, assim como o avanço da tecnologia na produção de lentes cada vez mais precisas, finas e leves.
O que poucos sabem é que as principais marcas existentes no mercado são fabricados por uma mesma empresa, a Luxótica Group, fundada em 1961 na Itália, por Leonardo Del Vecchio. Os produtos do Grupo são projetados e fabricados em suas seis fábricas na Itália, duas fábricas de propriedade integral na China, uma fábrica no Brasil e uma fábrica nos Estados Unidos. Suas principais marcas no Brasil são: Ray-Ban, Oakley, Prada, Vogue, Dolce & Cabana, Bvlgari, Burberry, Chanel, Donna Karan, Emporio Armani, Giorgio Armani, Polo Ralph Lauren, Ralph Lauren, Tiffany & Co. e Versace. Precisa mais?