Uma mansão à beira-mar do ator norte-americano Kevin Spacey, 65 anos, foi vendida por US$ 3,24 milhões (cerca de R$ 18 milhões). A casa em Baltimore, Maryland (EUA), foi hipotecada depois que o artista acumulou dívidas milionárias, segundo ele, por perder papéis em Hollywood. O leilão foi realizado dia 22 de julho. O protagonista de “House of Cards”, série sobre política dos Estados Unidos, processado por assédio sexual, foi inocentado, mas está marginalizado.
Dirigido por Ridley Scott, o filme ‘Todo o dinheiro do mundo’, por exemplo, talvez seja mais lembrado pelo fato do ator Kevin Spacey, acusado de abuso sexual, ter sido substituído nas filmagens por Christopher Plummer, que levou até a indicação para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.
No entanto, a história real do sequestro, na Itália, nos anos 1970, do neto do milionário Jean Paul Getty, tem algumas reflexões interessantes a oferecer. A principal está certamente na resistência do magnata em pagar o resgate proposto. A decisão leva os raptores a cortar uma orelha do jovem, o que conduz a uma nova negociação.
O episódio está repleto de contradições que apontam para numerosas indagações. Deve-se ceder a sequestradores e abrir precedentes? O amor à família deve estar de fato acima de tudo? Como a mídia trabalha esse tipo de fato? E, talvez a principal, obter dinheiro a qualquer custo é um crime que para qual existe uma real condenação possível?
A recusa de Getty, a busca da polícia, a atuação do chefe de segurança pessoal do milionário, o desespero da mãe e o pai ausente do jovem são alguns dos elementos em jogo. Acima de tudo, há o alerta de que nem todo o dinheiro do mundo, nem a ausência dele, garante comportamentos morais e/ou éticos considerados adequados. A discussão é instigante e complexa – e o filme pode ser um primeiro passo para trilhar esse caminho.
Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.
