De Renato Janine Ribeiro, filósofo e ex-ministro da Educação:
Brilhante, a estratégia de Glenn Greenwald:
- Assumiu o protagonismo do jogo. Seus alvos estão fazendo exatamente o que ele quis ou previu. Ele controla o tabuleiro. Pela primeira vez desde 2015, a extrema-direita perdeu a iniciativa.
- Os procuradores e Moro responderam a ele justamente o que ele queria: confirmaram a autenticidade das fitas. Foram debater a forma, não o conteúdo. Assim disseram: você, Glenn, diz a verdade.
- Ele previu até o argumento que iam usar: a defesa da lei e da privacidade. E respondeu a isso domingo, antes mesmo da reação do grupo: vcs não fizeram isso com Dilma? Que moral têm? Assim, tirou deles o argumento moral, que era o principal da LavaJato e que esta conduziu para a ideia de que os fins justificam os meios.
- Enquadrou a mídia pátria. A imprensa internacional caiu matando. A Folha de hoje tem um relato bom das reações no estrangeiro. E os jornais de fora que li chamam todos nosso governo de exceção de “extrema-direita”. Nenhum usa o eufemismo “direita” (direita é Merkel, cara-pálida!) ou “liberal” (liberal é o Economist, stupid!). Vai ser difícil passar pano por muito tempo.
- Ao dizer que não divulgaria as intimidades dos membros do grupo , mostrou-se superior a eles (que publicaram conversas privadas de dona Mariza – sem falar na subtração do iPad do pequeno, hoje falecido, Artur) – e deve ter causado medo de que divulgue. Acuou-os.
- Finalmente, anunciou que soltará mais dados a conta-gotas. Tornou-se senhor do tempo ou, se quiserem, é quem decide quais serão as próximas etapas, o desdobramento do assunto (até porque ninguém sabe o que ele sabe).
- Eu tive plena confiança no Sr. Lula da Silva. Quero deixar um abraço carinhoso a todos os homens que lutam contra a desigualdade. Como o Lula tem dito, a verdade adoece mas não morre nunca. VIVA LULA E VIVA PT E VIVA TODA ESQUERDA QUE NOS APOIAM.