Você certamente já deve visto inúmeros exemplos de pessoas que dividem com o próximo o pouco ou o quase nada que tem. Esses gestos não são muito comuns, mas acontecem principalmente entre os mais pobres que se permitem compartilhar migalhas. São cenas que comovem, mas alguma vez, mesmo que em circunstâncias diferentes, você parou para pensar e se perguntar – será que eu seria capaz? Nesta semana, viralizou no WhatSapp o vídeo da jovem médica cardiologista Angela Pereira que, pelo sotaque característico, tudo leva a crer ser mineira. Ela aparece na África onde serviu como voluntária, ladeada por uma senhora negra de meia idade e uma escadinha de filhos, na verdade oito, inclusive um bebê de colo.
Ao fundo, a casa de pau a pique onde a família reside, nada diferente do que é comum de se ver no nosso sofrido nordeste. Mas, esse episódio ocorreu numa região pobre da África. O vídeo com o depoimento da Dra. Angela, está sendo transcrito ipsis litteris, embora reconheça-se que é difícil transmitir com palavras a emoção de quem o assiste. Mas, não custa tentar né? Então vamos a ele: – “Através dos meus pais, Valesca e Antonio, eu consegui estudar medicina e escolhi cardiologia, uma das especialidades.
Embarcando pra Moçambique pensei: O que será que vou atender lá né? Que doença que eu vou pegar lá? Uma emergência hipertensiva? Porque eu gosto de emergência. Bom, chegando lá, a gente teve a oportunidade de ir pro norte da África, do norte de Moçambique, aliás, numa cidade que chama Chibalaquala e podemos ir a Marratlania Ading(acho que é assim que se escreve), e ali eu tive o contato, tive o prazer de conhecer os meus afilhados, que foi realmente a experiência mais transformadora da minha vida.
Quando eu entrei na casa dela e virou uma chavinha no meu espirito, no meu coração, eu imaginei que todos os miticais que eu troquei pra poder viver lá em Moçambique, eu desejei dar tudo o que eu tinha pra ela, e assim eu fiz, tudo o que eu tinha de pertence material, todo o recurso que eu tinha levado pra Moçambique eu dei pra ela, e quando eu sai da casa um dos filhos sumiu, desapareceu lá né, saiu correndo, e a hora que eu fui me despedir esse filho que era um dos meus afilhados chegou com uma galinha para mim. Eu acho que a foto conseguiu traduzir o que eu senti na hora né(exibindo a foto que descreve a cena). Eu dei um pouco do que eu tinha, que não era tudo, tudo naquela viagem, mas não era tudo o que eu poderia. Mas ela me deu tudo o que ela tinha… Foi muito lindo isso… Para encerrar eu vou parafrasear o Papa Francisco, que é um lindo, muita gratidão por ele. Ele fala que os rios não bebem da própria água, as árvores não comem do próprio fruto, o sol não brilha pra si mesmo e as flores não perfumam para si próprias. Servir é uma regra da natureza. Ser feliz é muito bom, mas fazer os outros que nos rodeiam feliz é muito melhor”.
www.buchadvocacia.com.br
buch@buchadvocacia.com.br