VERNISSAGE “EVA OU LILITH NA ATUALIDADE

Tudo milimétricamente arranjado para o vernissage da exposição coletiva “Eva ou Lilith na Atualidade” que acontece na noite da próxima terça-feira, dia 08 de março, das 18h às 22h na elegante e badalada galeria Marcelo Neves Art Gallery em Pinheiros, São Paulo. A exposição visa homenagear o Dia Internacional da Mulher, e irá reunir talentosos artistas nas mais diversas modalidades de arte como pinturas, esculturas e fotografias.

Capitaneando a curadoria, Rosita Cavenaghi, teve um aval especial para o evento através do proprietário e também escultor Marcelo Neves. A gestora de arte da Marcelo Neves Art Gallery, reforça o tema idealizado por ela, reunindo talentosos artistas numa noite que promete ser especial abrindo o período expositivo que prossegue até o dia 22 de março. Rosita reforça: a mulher precisa repensar em seus valores, nessa onda do “empoderar”.

E um desses reforços vem de fora do país, a escultora Claudia Godoy tem suma importância em sua participação nesta exposição coletiva. Sua presença acrescenta mais força e identidade em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, afirmando ainda mais seu trabalho aqui no Brasil, participando da “Eva ou Lilith na Atualidade” .

Claudia Godoy

Faces do feminino

As ambiguidades do feminino são o eixo das esculturas de Claudia Godoy. Há, em seu trabalho, um diálogo entre a beleza plástica, a elegância do acabamento e a criatividade que dá às suas mulheres.

Nascida na década de 1970, no interior do Estado de São Paulo, muda-se para a capital paulista aos 18 aos, graduando-se em Artes Dramáticas, Design de Interiores e Letras. Logo ingressa no mundo corporativo, destacando-se no setor de feiras internacionais, onde atua por mais de 20 anos.

Em 2016, ocorre uma virada. Claudia vende sua empresa e, durante um ano sabático, viaja com o marido e três filhos por 13 países da Ásia e da Oceania. Naquele ano, muda ainda com a família para Florença, na Itália, redescobrindo a paixão pelas artes e a vocação pela escultura em argila.

É no The Florence Studio of Fine Arts e na Academia de arte de Florença que desenvolve a sua técnica de modelagem e busca um constante aprimoramento, que pode ser notado na realização de suas peças. No ato de modelar, pelo contato direto com a argila, encontra a união consigo mesma, com a feminilidade e com a natureza.

O estilo que desenvolve revela uma conversa entre as proporções realistas e acadêmicas e a estilização das formas. Isso lhe permite uma liberdade criativa que oscila entre as formas mais sutis e delicadas e aquelas com mais vigor e intensidade.

Surgem assim mulheres que podem ser lidas em diversas camadas. Ora representam o cotidiano feminino, ora mergulham em universos mitológicos e arquetípicos. As peças representam mulheres que levam o observador a pensar sobre si mesmo e o seu papel no mundo.

A força da mulher, com toda a sua diversidade, surge nos elos com o calor do sol, a fluidez da água, os mistérios da lua e a energia da terra. Poder, autoconhecimento, alegria, beleza e irreverência são temáticas centrais dentro de uma perspectiva escultórica e simbólica em que cada obra gera um pensamento sobre o que significa ser mulher no mundo contemporâneo.

Trabalhos recentes, como “Frida” e “Medusa”, apontam para o papel do feminino em uma sociedade patriarcal. A quebra de paradigmas é vista como integrante de um constante questionamento dos próprios limites e da importância de correr riscos e não temer mudanças, confiando nos próprios instintos.

Oscar D’Ambrosio – Crítico de Arte.