Com foco na promoção de atividades acadêmicas e para profissionais da Saúde e em função da celebração do Agosto Dourado, campanha global que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, o curso de Enfermagem da Unifipa e os setores Neonatal e Materno-Infantil do Hospital Padre Albino promoveram a oitava edição do Simpósio de Aleitamento Materno, na última quinta-feira (15 de agosto), no campus sede do Centro Universitário.
Reunindo cerca de 200 participantes com o tema “Apoio à amamentação para todos” o evento trouxe profissionais da área de saúde neonatal que falaram sobre a importância da amamentação, da primeira hora pós-parto e da doação de leite materno.
Profa. Dra. Denise Gonzales Stellutti de Faria, que foi enfermeira obstetra da Fundação Padre Albino e docente da Unifipa, falou sobre a importância do profissional de enfermagem no processo de amamentação logo após o nascimento, respeitando cada caso. “Devemos pensar em cada caso, pois existem mulheres que podem amamentar normalmente, mas temos mães que terão mais dificuldade, dependendo do caso envolvido. Mães que fizeram redução mamária, por exemplo, outras com próteses… O trabalho do profissional é saber entender e dar suporte para este momento tão importante para a saúde do bebê”, enfatizou.
Dificuldades e empoderamento
Outro tema abordado foram os problemas frequentes durante a amamentação, como a ansiedade da mãe. Sobre isso, Dra. Denise orientou sobre causas de dor ao amamentar, tratamentos, motivos para a baixa produção de leite e como preparar as mamas para maior produção do alimento. Em meio às dificuldades físicas e emocionais, a enfermeira obstetra afirma que a mãe deve se empoderar: “Mama não é reservatório; é produção! A mãe deve acreditar que é capaz. O empoderar é mostrar que pode e compreende a importância desse ato”, afirma.
Dra. Denise foi responsável pelo primeiro ambulatório de amamentação no município de Catanduva, criado no Hospital Emílio Carlos.
Hora de ouro
Na segunda parte do simpósio houve mesa redonda que discutiu algumas lacunas que podem ter o profissional da enfermagem, como na hora do pós-parto e o incentivo à doação do leite humano. A mesa foi mediada pela coordenadora do curso de Enfermagem, Profa. Dra. Luciana Braz de Oliveira Paes, com a participação das enfermeiras Ludimila Ferreira, hoje coordenadora do Ambulatório de Amamentação do HEC; Aline de Poli, coordenadora da Maternidade do HPA, e Tamaia Souza, coordenadora do Ambulatório da Mulher da Secretaria de Saúde.
As profissionais trocaram experiências sobre o tema e partilharam com os participantes algumas dúvidas sobre o que se deve fazer e evitar nessa primeira hora de vida do bebê, além de evidenciar o trabalho realizado. “A primeira hora pós-parto é conhecida como “hora de ouro”. Se a mãe e o bebê estiverem em boas condições, e se esse for o desejo da mãe, o primeiro contato entre eles e a primeira mamada da criança devem ser realizados nesse momento”, salientou Aline de Poli.
Também foi enfatizado sobre a lactação e o armazenamento do leite, a importância desse ato. “Se a doadora estiver em boa condição de saúde esse leite vai para o Banco de Leite e ser administrado prioritariamente para os recém-nascidos e prematuros. A gente percebe bom desenvolvimento desses bebês e as mães que nos procuram ficam satisfeitas.”, conta Ludimila.
No encerramento a coordenadora do curso de Enfermagem agradeceu a presença de todos e reforçou a importância do simpósio. “O aleitamento materno é fator de proteção considerável, já muito estudado e com evidências científicas bem consolidadas. Devemos chamar a atenção da sociedade para a importância do aleitamento materno, além de garantir a boa assistência dos profissionais de saúde que vão atuar nesse momento, trazendo todos para a responsabilidade de garantir o crescimento saudável do bebê”.
Fotos: Comunicação FPA