Foi assim desde sua fundação, num trabalho que contribuiu muito para que a produção industrial brasileira se adequasse à demanda gerada pela Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, que evidenciou a necessidade de reduzir a dependência externa de manufaturados para abastecer a população nacional, que crescia exponencialmente. Como ocorreu em toda sua trajetória, o Ciesp segue se posicionando como um dos principais protagonistas da sociedade civil e dos setores produtivos na proposição e defesa de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico e setorial. Mantivemos forte mobilização em favor da reforma tributária relativa ao consumo, já aprovada e sancionada, estamos cobrando a realização da administrativa, isonomia de impostos, juros menores, mais segurança jurídica e pública, redução dos custos trabalhistas e melhores condições de competitividade para as empresas de nosso país.
Também defendemos de modo incansável, ao lado da Fiesp, uma política eficaz de desenvolvimento setorial. Por isso, apoiamos o recente lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB). Porém, seguimos atentos e mobilizados no sentido de que seja bem-sucedida em termos práticos, contribuindo de modo efetivo para o fortalecimento e avanço do parque fabril e o crescimento sustentado da economia nacional.
Cabe enfatizar sempre que o setor gera empregos em grande escala paga os melhores salários, é o que mais investe em tecnologia e inovação e agrega valor à pauta de exportações. Ou seja, o PIB brasileiro, como demonstra com clareza a experiência de vários países, somente voltará a crescer de modo mais robusto e sustentável a partir do fortalecimento, modernização, ganhos de competitividade e dinamismo das fábricas.
Além da legítima mobilização política em defesa da indústria, o Ciesp está muito empenhado em fazer bem sua parte e cumprir o seu papel, ao lado da Fiesp, na disseminação dos preceitos da economia verde, transição energética, governança ambiental, social e corporativa (ESG), digitalização, capacitação profissional, diversidade e apoio às empresas. Nossa entidade também proporciona serviços como assessoria jurídico-consultiva e técnica, econômica, comércio exterior, infraestrutura, tecnologia, responsabilidade socioeconômica, crédito e apoio em pesquisas, feiras, simpósios, rodadas de negócios, cursos e convênios. O acesso a tudo isso é facilitado pelas diretorias regionais, que cobrem todo o Estado de São Paulo, numa gestão democrática, participativa e pluralista.
Lutamos pela indústria com um olhar mais amplo para o crescimento sustentado e o progresso. Acreditamos muito no potencial de nosso setor de contribuir de modo decisivo para que o Brasil seja um país melhor, capaz de ascender ao patamar de economia de renda alta e proporcionar mais justiça social e vida de melhor qualidade a sua grande população. Não é por acaso que damos oportunidade aos jovens no primeiro emprego, bem como oferecemos colocações às mulheres – notadamente às que são arrimos de família. Este é o desafio que tem movido nossa entidade em sua história de 96 anos e que continuará inspirando nosso trabalho.
*Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).