A equipe de Hemodinâmica do Instituto do Coração do Hospital Unimed São Domingos (HUSD) realizou, nesta semana, cirurgia inédita de implantação de stent com auxílio da técnica de litotripsia intravascular coronária, indicada no tratamento de lesões muito calcificadas. O procedimento é semelhante ao utilizado na quebra de cálculo renais. Iniciada no Brasil em junho, é considerada a mais moderna e adequada na área de cardiologia.
Com a nova tecnologia, o hospital da Unimed Catanduva passa a ser referência no interior paulista dispondo de material com alta tecnologia e contando com especialistas qualificados para a execução da técnica nos casos de pacientes com quadro clínico semelhante.
O stent foi implantado em um paciente de 69 anos, com diagnóstico recente de angina (dor no peito), doença que favorece alto risco de infarto e morte. A cirurgia foi programada e sem intercorrências. O procedimento foi liderado pelos cardiologistas intervencionistas Fernando Stuchi Devito e Hélio Trida Fernandes, cooperados da Unimed Catanduva, junto à equipe de Enfermagem do HUSD.
De acordo com Devito, a calcificação é um dos principais problemas identificados na angioplastia, no tratamento das artérias. “Quando ocorre a calcificação nas artérias a dificuldade aumenta, pois o cálcio pode ser muito duro. Quando se coloca o balão de stent para fazer o procedimento, pode haver dificuldade em sua abertura, ocasionando risco de infarto e trombose”, explicou.
Para definir a indicação do uso da técnica, o paciente passa por avaliação por exame de imagem (tomografia de coerência óptica – OCTI), exame intravascular bastante sofisticado que permite medir o tamanho da lesão do cálcio e sua intensidade.
Com a nova técnica, o dispositivo de última geração, denominado Shockwave – implantado em um cateter -, emite ondas de choques de pressão acústica por segundos, causando a quebra das placas de cálcio e, consequentemente, abrindo passagem para a colocação e expansão do stent de forma satisfatória. “Em casos de lesões muito calcificadas, esta é a tecnologia mais adequada. Chegamos a emitir um choque por segundo, podendo ser de até 20 por lesão”, detalhou Devito, ressaltando que o procedimento não causa dor ao paciente, além de ser eficaz e seguro.
Os especialistas apontam que tratar obstruções coronárias muito calcificadas era o maior desafio do tratamento com stents, com poucas opções terapêuticas e, em alguns casos, oferecendo risco de perfuração da artéria do paciente. O Shockwave permite um novo cenário. “Com a nova tecnologia é possível tratar a calcificação, colocar o stent e ter um resultado melhor e mais seguro em situações graves e complexas”.
Créditos: Unimed Catanduva / divulgação