Certamente você já estudou em matemática ou ouviu falar do tal de algoritmo. Na definição clássica o enunciado diz que “é uma sequência finita e ordenada de passos (regras), com um esquema de processamento que permite a realização de uma tarefa (resolução de problemas, cálculos etc.).” Os especialistas em TI-Tecnologia da Informação dizem que os algoritmos estão presentes em quase tudo na nossa vida como nos tradicionais computadores, notebooks, smartphones, tablets e TVs inteligentes.
E aí você se pergunta, e daí – qual é o problema de um recurso matemático fazer-se presente em equipamentos que facilitam a vida do cidadão? Nenhum, é evidente. A questão é quando essa ferramenta é utilizada para traçar o seu perfil sem que você autorize.
Você já se perguntou como o google, yahoo, bing e outros aplicativos tem resposta para tudo e sem cobrar nada por isso? Mas, como de graça na vida só a graça de Deus, não é difícil desconfiar que alguém está bancando essa conta não é mesmo? Esses aplicativos, na verdade, fizeram os seus criadores – jovens do vale do silício – as pessoas mais ricas do mundo e o dinheiro não caiu do céu, nem brotou em árvore.
Por trás dessas ferramentas fantásticas de consulta, há uma autorização tácita que permite seja traçado o perfil de quem venha a acessar, sem que haja autorização para isso e, isso interessa logicamente para quem investe e patrocina os aplicativos. Recentemente, um consumidor acessou o google para pesquisar o preço de um relógio de pulso de determinada marca.
No Brasil, o valor mais barato encontrado foi de R$3.600,00 no site Buscapé. Dias depois, no mesmo google, saiu em busca do protetor solar facial neutrogena, que é fabricado pela Johnson e foi encontrado no mercado ao preço de R$160,00. Antes, é preciso dizer que, o mesmo relógio foi comprado nos EUA pelo preço de US$320,00, ou seja, em torno de R$1.100,00 e o protetor solar custa US$14,00(50,00) em qualquer farmácia daquele país. Isso quer dizer que o mesmo produto no Brasil custa três vezes mais do que nos EUA.
Essa regra se aplica aos outros artigos compreendendo roupas e acessórios, eletrônicos, cama, mesa e banho, bens duráveis(geladeira, fogão, TV, etc), veículos, e por aí vai. E, para completar, o salário mínimo em nosso país de R$954,00(US$290,00), representa menos de um terço do americano, que é de US$1.200,00. Assim, paradoxalmente, o brasileiro ganha um terço do que recebe americano e paga três vezes mais caro pelos mesmos produtos. Só por essa amostra dá para perceber que estamos na contra mão dos preços internacionais. Mas, voltemos ao perfil na internet.
O consumidor que fez a consulta do protetor solar neutrogena e do relógio de pulso, a cada nova busca no google passou a receber ofertas dos produtos que havia consultado, alguns da mesma marca neutrogena e relógios de modelos similares. Lembre-se que os aplicativos nada cobram pelas inúmeras consultas que são feitas, mas como você recebe ofertas de alguns produtos que, em determinado momento estava procurando, esses produtos tem marcas, fabricantes, lojas que os vendem e até mesmo sites de pesquisa de preço e, tudo isso é pago, não por você é claro, mas por aqueles que o divulgam.
E isso é possível porque o tal do algoritmo identificou o seu perfil de consumidor e faz isso com milhões de pessoas que acessam o google e os outros aplicativos. Que esses aplicativos tornaram-se empresas bilionárias faturando alto e tornando seus fundadores empresários ricos você já sabia, o que provavelmente desconhecia é que, por trás de tudo isso está a ferramenta mágica do algoritmo que, sem que você desconfie, sabe exatamente quais produtos precisa ou está interessado e, talvez guarde muitas outras informações interessantes sobre o seu perfil de consumidor.
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