Pela pintura e pelo uso de adesivos e materiais recicláveis, Marli Takeda constrói uma poética fundamentada no permanente estabelecimento de questionamentos sobre o próprio processo de pesquisa e de estabelecimento de sentidos para a maneira como as formas ocupam o espaço.
Os círculos apontam para busca da individuação, processo ligado à Psicologia Analítica Junguiana que alerta para o movimento constante de cada ser humano na busca por si mesmo e pelas conexões transformadoras com a sociedade, a natureza e o universo.
Seus mundos visuais, como o desta obra, são caracterizados pelas conexões e, neste caso, pelas tonalidades que estão entre o preto e o branco, as grisalhas que se sobrepõem, se aproximam e se afastam em um balé permanente em que a composição flutua agradavelmente no espaço pictórico.
Há um entrelaçamento de visualidades que gera equilíbrio interno e acolhimento. A harmonia se faz onipresente pela maneira como a atmosfera criada transmite segurança interna. As respostas oferecidas, portanto, para as questões existenciais propostas não são simples, lineares ou óbvias, mas criativas, renovadas e indagadoras.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.