Existe um ditado árabe que diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras!”. Isso porque, antigamente, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos. Segundo a Wikipédia, “A tamareira (do árabe التمر “tamar” ou datileira (Phoenix dactylifera), é uma palmeira extensivamente cultivada pelos seus frutos comestíveis, as tâmaras. Pelo fato de ser cultivada há milênios, a sua área natural de distribuição é desconhecida, mas seria originária dos oásis da zona desértica do norte de África, embora haja quem admita uma origem no sudoeste da Ásia. É uma palmeira de média dimensão, de 15 a 25 m de altura, por vezes surgindo em touceira, com vários espiques (caule da palmeira) partilhando o mesmo sistema radicular, mas em geral crescendo isolada.”
Aula de botânica à parte, o fato é que quem planta tamareira, mesmo sabendo que não irá saborear os seus frutos, mesmo assim o faz porque sabe que os seus filhos e netos um dia deles poderão desfrutar. Isso é muito sábio, na medida em que deveria nortear nossas ações no sentido de fazer o hoje para garantir o bem estar e a certeza das gerações futuras. Esse tema tem ganho destaque nos dias atuais, principalmente depois da divulgação do relatório da ONU que concluiu que a influência humana é responsável por alta de 1,07°C na temperatura global, com base na estimativa do IPCC-Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima. Alta de 1,5°C a 2°C será vista neste século, se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa, com gravíssimas consequências ao meio ambiente. Isso significa dizer que, se não forem tomadas medidas imediatas, os que nos sucederem sofrerão pelas inconsequências cometidas pelo homem.
Aqui também se aplica a sabedoria da tamareira – é preciso fazer, cuidar e plantar hoje para garantir a certeza da colheita amanhã. Ah, e tem mais, sabe aquela tâmara que você costuma comer? Possivelmente foi plantada há quase um século lá oriente médio. Além de muito saborosa, segundo os especialistas, ela contribui para o bom funcionamento do intestino, por ser rica em fibras, ajudando a combater a prisão de ventre, como também ajuda a regular o açúcar no sangue, que previne picos muito altos de glicose.
Embora atualmente com as modernas técnicas, o tempo de produção dos frutos da tâmara tornou-se bastante reduzido – até mesmo menos de 10 anos, o fato é que o ditado árabe continua sábio, porque é preciso assegurar um mundo melhor para a geração que vier a nos suceder. E, se você quiser conhecer de perto essa palmeira tão histórica e mítica, tem um pé de tâmara bem no centro da cidade, na Rua Bahia, entre os números 205 e 209. Se estiver com sorte, você até poderá colher alguns frutos que normalmente se acham esparramados pela calçada.
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