Quando Quase Tudo Dá Errado, Mas Dá Certo

Sabe aqueles dias confusos e complicados? Aqueles dias em que parece que o universo está conspirando contra? Pois é, nosso seresteiro teve um desses dias. Era uma quinta-feira, e a trupe da serenata tinha uma homenagem super importante para fazer para os funcionários de uma grande empresa de São Paulo.

Fredi Jon estava se barbeando para o evento quando tocou o telefone. Era outra pessoa querendo mais informações sobre o trabalho. O cliente pediu para anotar o contato do outro sócio, e, sem encontrar onde fazer as anotações, nosso seresteiro resolveu escrever com pasta de dente no espelho do banheiro mesmo. Afinal, estava em cima da hora para o compromisso do dia!

Assim foi feito. Fredi se vestiu e rumou para o trabalho. O trânsito estava infernal; era um freia daqui, uma buzina de lá, e ninguém aguentava mais. Em uma dessas paradas forçadas, um garotinho de mais ou menos sete anos se aproximou do carro e ofereceu balas para nosso seresteiro, que educadamente recusou. Gente, foi engraçado! O menino ficou um tempão parado olhando para o Fredi, até que ele resolveu falar:

— Tio, a sua roupa até que é legal, mas essa sua barba aí tá muito estranha.

Ele disse isso e saiu correndo, rindo e apontando o seresteiro para os colegas de farol. Imediatamente, Fredi se olhou no espelho do carro e percebeu: na correria de atender o cliente, ele esqueceu de terminar a barba. A ideia estratégica era sair imediatamente da marginal atrás de uma farmácia. Que remédio! O jeito foi colocar uma máscara na cara pra mais ninguém notar e resolver aquela comédia.

Deu tudo certo! Ele comprou o que precisava, foi ao banheiro e saiu da farmácia livre, leve e solto, sem a máscara. É, gente, pena que essa tranquilidade durou pouco. Ao olhar para trás na hora de manobrar o carro, percebeu que tinha esquecido outra coisa: o violão! Sim, o violão ficou em casa, e não dava tempo de voltar para pegar. Fredi Jon quase teve um troço; o desespero voltou.

Ligou para o saxofonista na esperança de que ainda estivesse em casa, mas já estava a caminho também. E agora, meu povo? O trabalho era uma dupla: voz, violão e sax. Como chegar ao local sem o instrumento? E o que dizer para as meninas que haviam contratado aquela homenagem? Tínhamos outras agendas ainda em curso com elas.

Foi aí que o saxofonista ligou de volta, dizendo que havia chamado um motoboy para buscar o violão e que o mesmo já estava a caminho do trabalho. Ufa! Fredi respirou aliviado. Os dois músicos chegaram simultaneamente no local da homenagem, ainda com uns quinze minutos de folga. Agora só faltava o violão.

A contratante veio toda animada pedindo para eles irem ajeitando as coisas para a passagem de som. Enquanto o saxofonista disfarçava arrumando o que faltava, nosso seresteiro saiu de fininho para buscar o violão, que finalmente já estava na portaria. Sim, ele chegou a tempo, pessoal! O trabalho foi realizado com sucesso, e ninguém nem desconfiou de nada.

É, gente, foi um dia estressante, difícil e complicado, mas entre os mortos e feridos, todos passam bem! Kkkk.

Texto Fernanda Morena. Outras histórias você encontra no MINUTO Serenata disponível no site: serenataecia.com.br e no YouTube