Polícia diz ter identificado autor de atentado em Nashville

Homem de 63 anos morreu na explosão na capital da música country americana. Agentes tentam apurar motivo. Intenção de danificar central da AT&T seria uma das linhas de investigação.

Autoridades afirmaram que autor da explosão de um carro-bomba na cidade americana de Nashville na manhã de Natal é um homem de 63 anos que morreu no local. O atentado deixou três pessoas feridas e danificou mais de 40 estabelecimentos comerciais.

O motorhome de Warner estava estacionado em uma rua do centro da maior cidade do estado do Tennessee e explodiu no amanhecer de sexta-feira. Peritos do FBI identificaram amostras de DNA na cena do crime que pertenciam a Anthony Warner, cuja casa foi vasculhada no sábado por agentes federais.

“Concluímos que um indivíduo chamado Anthony Warner é o autor da detonação. Ele estava presente quando a bomba explodiu e morreu”, afirmou neste domingo (27/12) o procurador Donald Cochran, em entrevista coletiva.

Antes da explosão, a polícia recebeu relatos de troca de tiros. Os agentes que foram ao local não constataram nenhum sinal de tiroteio, mas perceberam que havia um motorhome emitindo uma gravação avisando: “Uma bomba explodirá nos próximos 15 minutos”. Pouco antes da detonação, o áudio trocou para a música Downtown, gravada em 1964 pela cantora britânica Petula Clark.

Os agentes começaram a pedir que os moradores do centro de Nashville abandonassem a região. Minutos depois, aconteceu a explosão, que foi sentida a vários quarteirões de distância.

O atentado, no coração da capital da música country americana, danificou estabelecimentos comerciais, incluindo uma central da AT&T, o que afetou o funcionamento de celulares, internet, TV e comunicações policiais e de hospitais na região central do Tennessee e em partes de outros quatro estados americanos.

Motivos
As autoridades declararam que a investigação sobre o motivo do atentado ainda está no início. Os agentes receberam centenas de pistas, vasculharam a casa de Warner e visitaram uma imobiliária onde ele trabalhava prestando assistência técnica de informática.

David Rausch, diretor do departamento de investigações do Tennessee, afirmou no domingo que Warner não estava no radar das autoridades antes do atentado.

Um agente que falou com à agência AP sob a condição de ter seu nome preservado disse que a investigação estava examinando diversos possíveis motivos para a conduta de Warner, incluindo que o edifício da AT&T poderia ter sido o alvo da explosão.

O prefeito de Nashville, John Cooper, também disse à emissora CBS News no domingo que autoridades locais acreditavam haver alguma conexão entre a explosão e o edifício da AT&T.

Os dados à central da empresa foram tão extensos que equipes da AT&T tiveram que perfurar buracos de acesso em meio aos destroços para conectar geradores a equipamentos críticos e bombear água que havia se acumulado no subsolo.

Força da explosão

O proprietário da imobiliária onde Warner trabalhava, Steve Fridrich, afirmou a um jornal local que por quatro ou cinco anos ele havia ido ao escritório cerca de uma vez por mês prestar assistência técnica em relação aos computadores, mas neste mês enviou um e-mail dizendo que não trabalharia mais para a empresa, sem informar a razão.

Cinco policiais de Nashville que estavam no local na manhã de sexta-feira relembraram no domingo os momentos dramáticos antes do atentado, quando tentavam retirar as pessoas de edifícios próximos e acionaram um esquadrão antibombas, que estava a caminho quando o motorhome explodiu.

“Fui atirada para a frente e depois no chão”, disse a policial Brenna Hosey sobre o momento da explosão. “Mas pude me recuperar, eu estava bem”.

O caso ocorreu no centro de Nashville, o coração turístico da cidade, repleto de bares, restaurantes e estabelecimentos com música ao vivo. Perto do centro também há um museu dedicado a Johnny Cash, considerado o “rei da música country”. Nashville, capital do estado do Tennessee, é conhecida como a “cidade da música dos Estados Unidos”.

BL/ap/rts