Pequenas histórias – Grandes empresas

Em 1962, Frederick Smith redigiu um trabalho para sua aula de economia em Yale(EUA) em que sugeria um serviço de entrega noturna. A ideia era que você pudesse postar um pacote no correio no Missouri na terça-feira e, pagando o suficiente, ele chegasse à Califórnia na quarta-feira. Segundo a lenda, Smith recebeu nota “C” naquele trabalho e seu professor lhe disse que, para obter uma nota melhor, a ideia precisava ser viável.

Se o professor de Smith fosse seu chefe, ele sem dúvida teria barrado toda a inovação. Smith, no entanto, era um empreendedor, e aquele trabalho de Yale se tornou a base da FedEx, que ele fundaria em 1971(1). Na França no século XVII, os empresários falidos eram denunciados em praça pública e, se não quisessem ir direto para a cadeia, teriam de suportar a vergonha de usar uma boina verde toda a vez que saíssem em público(2).

A rede de cafeterias Starbucks é uma empresa norte-americana com sede em Seattle, Washington. Atualmente, ela tem mais de 21 mil lojas em 63 países, incluindo o Brasil. O nome da empresa foi inspirado pelo personagem Starbuck do livro Moby Dick, assim como por um campo de mineração no Monte Rainier, Starbo ou Storbo. Seu famoso logotipo apresenta uma sereia com duas caudas, mas de forma estilizada(3).

Você sabia que a assinatura Walt Disney que é visualizada  em todas as peças de mídia da Disney não se parece em nada com a verdadeira assinatura do criador de Mickey Mouse? Na verdade, o símbolo icônico, mundialmente reconhecido nem sequer é baseado em assinatura de Walt e sim em uma versão de um funcionário da empresa.

Com o sucesso de seu império aumentando a cada dia, Walt já não tinha mais tempo de assinar autógrafos ou enviar imagens com a sua assinatura para os fãs da Disney. Por isso, ele passou essa função para secretárias, desenhistas e outros funcionários autorizados a fazer isso em seu nome. Isso levou a uma situação bastante estranha, onde havia várias versões de assinatura de Walt Disney entre falsas e reais.

Eventualmente, as versões estilizadas utilizadas por artistas e seus vários secretários tornaram-se tão conhecidas que o próprio Walt teve problemas para assinar coisas para as pessoas, porque sua própria assinatura não correspondia com a utilizada pela empresa que leva seu nome(4). O sistema operacional da Microsoft, empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen, tem como logotipo uma janela (“window” em inglês), mas passou por algumas mudanças no decorrer dos anos desde 1985, quando a primeira foi lançada.

Atualmente, a versão do logotipo é mais minimalista e adequada para uma máquina moderna, sendo que, agora, finalmente, ele se parece mais com uma janela mesmo em vez de uma bandeira. Isso mesmo, o logo nunca foi pensado para ser uma bandeira, apesar de se parecer muito com isso. A marca do Windows 8 foi criada por Paula Scher, da agência de branding Pentagram, e lançada em fevereiro de 2012, sendo composta por um bloco sólido azul em perspectiva com uma cruz branca fina no meio, tendo também uma versão com quatro cores, mas é simplesmente uma singela janelinha(5). Em 1880, os irmãos Hermann e Bruno Hering, imigrantes alemães, receberam um tear em pagamento de uma dívida.

Nascia aí uma das tradicionais empresas do Brasil que está na quinta geração. Em alemão, Hering é um peixe, por isso a marca dos dois peixinhos que simbolizam também os dois irmãos fundadores(6). Sabe o bluetooth(dente azul) que você usa no carro pra falar no celular? Poucos sabem a origem, mas o nome é uma homenagem ao rei Haroldo Gormsson da Dinamarca, conhecido como Haroldo Dente-Azul.

O monarca viveu no fim do século 10 e entrou para a história por ter unificado a Dinamarca a Noruega em 958, além de introduzir o cristianismo à Escandinávia. A alcunha se refere a um dente necrosado na boca de Haroldo, que assumiu um tom azulado. Mil anos depois, em 1996, representantes de três grandes nomes da indústria de telecomunicações na época – Intel, Ericsson e Nokia – se reuniram para planejar a implementação de uma tecnologia capaz de conectar aparelhos sem fio a curtas distâncias.

Na conversa, o americano Jim Kardach, que havia ouvido a história do rei Haroldo de amigos suecos, sugeriu o nome Bluetooth como um apelido temporário para o projeto. Como a ideia era justamente conectar aparelhos – do mesmo jeito que Haroldo conectou países – a piada pegou e nome mais ainda(7).

Fontes: (1) fls. 176, do  livro “A Regra é Não ter Regras”,  de Reed Hastings e Erin Meyer(primeiro livro do CEO da Netflix); (2) fls. 191, do mesmo livro. (3, 4 e 5) https://www.megacurioso.com.br/publicidade-e-marketing/56573-7-historias-interessantes-por-tras-de-marcas-famosas.htm

(6) Folha de S.Paulo, 07/03/2021, pag.A21. (7) Revista Super Interessante, edição 424, fevereiro 2021, pg. 60.

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