Até a “grande mídia” admite que Brasil era melhor nos governos do PT do que no pós-golpe
Veículos da chamada grande imprensa podem até esconder Lula, mas usam os 13 anos do PT para comparar situação econômica do país com o caos após o golpe de 2016.
A chamada grande imprensa pode até tentar esconder os nomes de Lula e do Partido dos Trabalhadores quando publica, atualmente, alguma matéria em que compara os desmontes promovidos por Michel Temer (MDB) e os já anunciados por Jair Bolsonaro (PSL), com os inúmeros avanços ocorridos no Brasil, de 2003 até 2016. Mas a verdade é que os 13 anos de governos do PT foram de pleno emprego, expansão da renda e da infraestrutura do país, além de intenso investimento na educação.
Os analistas inevitavelmente recorrem ao grande legado de Lula quando analisam a situação econômica atual. E já que corriqueiramente não dão o devido crédito, é possível conferir abaixo as importantes políticas implementadas pelo PT.
Construção Civil
Ao longo dos governos do PT a construção civil foi responsável por gerar milhões de empregos. Os anos dos governos Lula foram de pleno emprego. E foi o setor que impulsionou a geração de vagas, com 1 milhão de empregos criados dos 15 milhões nos oito anos da gestão do ex-presidente. Além disso, o investimento na construção civil aprimorou a infraestrutura e habitação do Brasil.
Com o golpe, no entanto, o setor mergulhou na crise. Reportagem do Valor Econômico revelou que a construção teve cerca de 430 mil demissões em um ano e a redução em 3.972 no número de empresas ativas, com queda de R$55,3 bilhões nas incorporações, obras e serviços, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) 2016.
Transposição do Rio São Francisco
A transposição do Rio Francisco é sem dúvida umas das grandes obras de infraestrutura da história do Brasil. Com um investimento estimado em 30 bilhões de reais, Lula garantiu que “o sertão nunca mais voltará a ser motivo de estudos sociais para medir a fome e a miséria”. A obra, que teve início em 2007, deve assegurar a oferta de água de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Semiárido Nordestino.
Em março deste ano, a Folha de S. Paulo destacou o rápido impacto da transposição e apontou que a obra no Rio São Francisco “já retira 1 milhão do colapso”. Segundo a reportagem, no fim de agosto mesmo sem chuvas, o açude Boqueirão saiu do volume morto (8,2%), encerrando 33 meses e 19 dias de racionamento, o mais longo da história campinense, e agora tem 15,8% da capacidade. Além disso, a transposição foi responsável por gerar cerca de 150 mil empregos, de acordo com publicação do portal IG. Mais Médicos
O Mais Médicos revolucionou a saúde no Brasil, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Com suporte de profissionais de Cuba, o programa foi reconhecido e recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, o Mais Médicos enfrentou a falta de profissionais em regiões carentes e distantes, tendo melhorado a cobertura de atenção básica e saúde da família, segundo relatório da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal.
O sucesso do programa levou o Governo Federal a economizar um terço do orçamento ao reduzir o número de internações, conforme notificou o portal G1. Estudo da Fundação Getúlio Vargas mostrou que houve uma redução consistente de 4,6% nas internações em geral e 5,9% nas relacionadas a doenças infecto-parasitárias em 2015. Naquele ano, as 11,3 milhões de internações custaram R$18,2 bilhões (R$1.612, em média, cada uma), e a economia de quase R$840 milhões corresponde a cerca de 33% dos R$2,6 bilhões destinados ao Mais Médicos no período – em 2017, foram gastos R$3 bilhões. Com Bolsonaro e seu preconceito, os brasileiros que mais precisam vão sofrer com a falta de saúde. Segundo o próprio G1, 30% dos médicos inscrito no programa, para substituir os cubanos, não compareceram aos locais de trabalho.
Aeroportos
Na era Lula os brasileiros podiam voar. Os aeroportos do país já não estavam mais restritos as classes mais favorecidas. Com a expansão da economia e uma melhor distribuição de renda, a população pode viajar mais. Segundo publicação da Folha de S. Paulo, o mercado doméstico cresceu até 2014, mas a recessão no país, intensificada pelo desastroso governo de Temer, chegou a causar queda de 17% em um ano no número de passageiros que pagam por seus bilhetes, entre 2015 e 2016.
A reportagem revela dados da Agência Nacional de Aviação (Anac), que mostram que o nível atual de transporte doméstico retroagiu ao patamar de 2011. A Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) possui uma metodologia diferente de análise, contudo, os indicadores foram os mesmos. O mercado interno na aviação recuou para um nível semelhante ao de 2013.
Universidade
A educação recebeu intenso investimento federal durante os governos do PT. Durante o governo Lula, o então ministro da Educação, Fernando Haddad, criou o ProUni, universidades federais e reformulou o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O programa, inclusive, sofreu inúmeros ataques após o golpe de 2016. O número de estudantes que conseguiram ingressar no ensino superior por meio Fies, no ano de 2017, caiu 12% em relação ao ano anterior, segundo O Globo.
A política de expansão das universidades, com destaque para as públicas e federais, teve um efeito tão positivo que também apareceu constantemente na mídia. Entre 2003 e 2012, por exemplo, número de matrículas no ensino superior cresceu 81%, passando de 3,8 milhões para 7 milhões, conforme noticiou o G1. Em 2011, pela primeira vez, o país formou mais de 1 milhão de estudantes.
Em 2013, o Brasil chegou a ter 12 universidades ocupando o ranking das 500 melhores do mundo, conforme foi noticiado pela revista Época. Porém, após o golpe que retirou Dilma Rousseff da presidência, o país perdeu instituições em lugar de destaque por dois anos consecutivo, ficando com apenas 7 universidades entre as 500 melhores do mundo.