Esse bambu gigante in natura (sem as intervenções atuais), participou de uma instalação coletiva na mostra “Retratos do Brasil de 200 anos” de 2022 no Museu Municipal de Socorro, SP. Nesse novo projeto ele apresenta suas amarrações com fragmentos de malhas recuperadas entre as 20 toneladas desse material descartado pelas malharias de Socorro, SP, que se encontram no Complexo Ambiental da Prefeitura da cidade. Os elementos em tricô que integram a “Totem Amarração” foram tecidos por D. Amélia Bombachini, mãe das artistas Selma Bombachini e Sônia Gonçalves. A obra é apresentada na instalação “Meteoro do amor” ao lado dessas 2 artistas. Suas obras também foram realizadas com bambus gigantes, os quais in natura fizeram parte da “Retratos do Brasil de 200 anos”.
(Marinilda Boulay)
Amarrações são percursos. Atam máscaras ao corpo, assumem diferentes personas e são manifestações de si mesmo e das relações de cada um com a sociedade, com a natureza e com o universo. Trabalhar com várias mãos em um trabalho é promover esse processo de junções que gera confiança e parcerias baseadas na confiança e no ato de ser visto, ouvido e aceito em processos permanentes que transmitem experiências transformadoras em que cada um amarra e desamarra a si mesmo continuamente.
Oscar D’Ambrosio
Esta obra integra o projeto “O Meteoro do Amor”, na Agrofloresta Monalisa, em Tuiuti, SP, iniciativa da artista visual Sandra Scavassa.
Projeto O meteoro do amor
Conta-se que o buraco em forma de coração que está na Agrofloresta Monalisa, de Sandra Scavassa, em Tuiuti, SP, surgiu a partir de fragmentos de um meteoro que ali teria caído. Seja uma lenda, um mito ou uma fábula, o fato é que ali está um espaço a ser lido e interpretado por cientistas, religiosos, filósofos e artistas.
Este projeto é um chamamento para que o local ganhe o status de instalação coletiva. Cada pessoa pode encaminhar até três trabalhos, de materiais que suportem a intempérie ou interajam com ela, até 15 de dezembro, última luz cheia do ano, quando será feita a inauguração do espaço. As obras com uma altura mínima de 1 metro, preferencialmente verticais, serão colocadas sobre a superfície de terra com o mecanismo de sustentação pensado por cada artista.
A poética do projeto está em pensar que a luz dos meteoros, quando vista no céu, é o resultado da entrada de fragmentos de rocha, oriundos de corpos celestes, na atmosfera terrestre. Surge, portanto, uma luz no céu noturno a indicar, para alguns, que há uma luz no fim do túnel, seja quais forem os desafios enfrentados.
Ver um meteoro, nesse contexto, é como amar.
Sempre pode ser interpretado, dependendo da cultura e da situação, como como um sinal de mudanças. O mesmo ocorre cm a arte. Participar deste projeto é justamente uma forma de transformar-se internamente ao metamorfosear um espaço, com a força de um meteoro e do amor que cada um tem pelo universo, pela natureza, pela sociedade e por si mesmo.
Oscar D’Ambrosio