A série “O céu que só eu vi”, de Deborah De Brito (@deborahdebrito.art), traz imagens que apresentam uma cosmovisão focada no ser humano. Existe uma condensação de emoções, percepções e técnica na maneira como os conjuntos de figuras são construídos.
Trata-se de uma interação semiótica de corpos, cores e formas que mostram a consciência da linguagem pictórica para estabelecer atmosferas em que existe muito trabalho e pesquisa acumulada ao longo da carreira em um processo gradual de aprendizados e experiências.
As imagens são resultado de um pensamento que resulta em obras que provocam, instigam e incomodam, mostrando como a linguagem visual constitui uma jornada que pode levar a repensar o mundo interior e o circundante em aprimoramento permanente da própria poética.
Assim de certo modo, o conjunto de pinturas alerta como a arte é necessária para buscar uma apreensão melhor do que é a vida. As criações de Deborah De Brito apresentam, portanto, aspectos da existência sem a pretensão de oferecer uma reposta fechada. Há preocupação sim com o fazer aprimorado, mas, acima do tudo, ocorre a instauração de sutilezas nas pinceladas e olhares dos grupos de personagens a que ela dá artística vida.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador