Quantas vezes você acha que já ouviu no rádio do carro, viu na TV e leu no jornal o noticiário sobre o atentado e a hospitalização do candidato Bolsonaro? Dez, cinquenta, cem, mais de cem… Provavelmente, mais de cinquenta vezes e, isso sem levar em conta comentários sobre o mesmo assunto com amigos no ambiente de trabalho ou mesmo em casa.
A massificação e as reiteradas repetições da notícia(o pleonasmo é proposital) faz crer que nada de mais importante está rolando no país ou no mundo. Nenhum veículo de comunicação está dando atenção à ameaça do ousado, mas, patético presidente Trump de sobretaxar, praticamente, todos os produtos da China e o que isso pode afetar a nossa economia, principalmente nossas commodotities que, é o que mais sabemos produzir.
Nenhum veículo está dando a devida atenção para essa escalada do dólar e do euro, nem mesmo orientando o público, que, na eleição do Lula, esse fenômeno também aconteceu e, depois, caiu para o mesmo nível de onde tinha saído. O que em outros países é divulgado como uma notícia comum e sem destaque, no dia-a-dia do noticiário, aqui ganha repercussão e notoriedade exageradas, pra não dizer cansativas e exaustivas.
A todo momento, os repórteres de plantão que, não são poucos, são chamados para dizer a mesma coisa e tudo não passa de encheção de linguiça, porque as intervenções dos jornalistas não vão além do que o hospital informa em seus boletins. É uma overdose de Bolsonaro que exsurge uma indagação. Será que os editores desses veículos de comunicação(TV, jornais e rádios) não tem assunto mais interessante para pautar? Essa utopia ou foco desgastado de um mesmo assunto é um vício da nossa imprensa, que se arrasta há décadas desde o suicídio de Getúlio Vargas.
Faz lembrar o episódio da cirurgia cardíaca do então Presidente João Batista Figueiredo, em Cleveland, no ano de 1983, quando o médico que o operou ficou estupefato com o assédio da imprensa. Entrevistado limitou-se a dizer que tudo tinha transcorrido bem e que na opinião dele, o homem deveria ser noticia somente em três ocasiões na vida: quando nasce, quando se casa e quando morre. Pelo jeito, esse ensinamento não se presta a muitos profissionais médicos do nosso país, principalmente o que cuidou dos dois últimos ex presidentes Lula e Dilma e que, disponibilizou, ainda que sem sucesso, uma equipe e até mesmo um jato UTI para cuidar do candidato Bolsonaro, tudo por conta apenas de ganhar mais notoriedade para si e para o hospital onde trabalha. Não é preciso dizer que esse médico, diferente do seu colega cardiologista de Cleveland, é mais conhecido no país como médico estrela dos políticos pelas suas sucessivas aparições na TV.
A verdade é que o assunto Bolsonaro, deveria merecer o mesmo espaço que é dado aos demais candidatos em campanha, até porque dando a ele maior destaque em detrimento dos outros, a impressa está deixando de cumprir o seu papel de ser coerente e equânime, rasgando o manual do bom jornalismo, que tem como regra básica e prega conferir o mesmo espaço de tempo a todos os que buscam ser o presidente desse tão combalido, saqueado e vilipendiado Brasil.
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