Nem à direita, nem à esquerda

Candidata de terceira via desafia Emerson Fittipaldi  e Andrea Matarazzo na disputa pelo Senado na Itália

Luciana Laspro foi a mulher mais votada no Brasil, no ano passado, no pleito para o COM.IT.ES ou Comitê dos Italianos no Exterior

São Paulo (SP) – A eleição para o Parlamento Italiano, que ocorre no próximo dia 25, ganhou manchetes locais nos últimos dias em virtude das anunciadas candidaturas ao Senado registradas pelo político Andrea Matarazzo e pelo ex-piloto Emerson Fittipaldi. Apesar de ostentar nomes tradicionais, estrelados, ambos certamente não contavam com a hipótese de ter de enfrentar uma forte concorrente no pleito: a advogada paulistana Luciana Laspro, desde 2015 conselheira do Comitê dos Italianos no Exterior (COM.IT.ES).

Laspro dirige o Patronato Enasco, um instituto privado que assiste gratuitamente aposentados, pensionistas e trabalhadores em questões previdenciárias e presta consultoria a solicitantes de cidadania italiana no Brasil, é paulistana, filha de imigrantes italianos e circula com desenvoltura no meio político e cultural ítalo-brasileiro. No ano passado, por sinal, ela foi a mulher mais votada do Brasil na eleição para o COM.IT. ES. Segundo apoiadores, Luciana Laspro conta com mais potencial e densidade eleitoral na comparação a Fittipaldi e Matarazzo.

“Não somos à esquerda, nem à direita, e sim a ‘terceira via’ dos eleitores cidadãos italianos residentes no Brasil, agora convocados a escolher o representante da América do Sul no Senado da Itália”, resume Laspro. Ela salienta ainda que sua candidatura está ancorada no MAIE, um movimento independente, formado por italianos que residem no exterior e não vinculado a partidos políticos italianos, ao contrário do que ocorre com seus dois concorrentes brasileiros.

O ex-piloto Emerson Fittipaldi, por exemplo, entrou na disputa pelo partido de extrema direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), apontado como sendo de orientação fascista. Já o político Andrea Matarazzo escolheu o caminho da esquerda ao aderir à linha programática do PSI – Partido Socialista Italiano.

“Esperamos levar o nome de uma mulher para o Senado italiano. Precisamos dessa representação para ter um olhar humano abrangente a todos: idosos que precisam de assistência, jovens que necessitam trabalho e estudo e pessoas que buscam a tão sonhada cidadania reconhecida”, destaca Luciana Laspro.

“Não nasci em berço de ouro nem fiz do esporte atividade profissional. Desde muito nova, e por escolha minha, trabalho em benefício da comunidade italiana. Estou pronta para o desafio de representar a América do Sul no Senado italiano, com conhecimento de causa e comprometimento ante os anseios de cidadãos italianos residentes nessa região”, conclui ela.