No artigo anterior, publicado no mês de agosto do ano passado, contamos a história das musicas “Boate Azul” e “El Reloj”. Hoje, as músicas escolhidas não são menos importantes e ambas produto da criatividade dos seus autores e não são inspiradas em fatos reais:
“MENINO DA PORTEIRA”, segundo o dicionário Wikipédia, é um cururu(um ritmo típico da música caipira brasileira), composto por Teddy Vieira e Luís Raimundo, que foi gravado pela primeira vez pela dupla sertaneja Luizinho e Limeira em 1955, e é uma das composições mais populares da música sertaneja. Narra, na primeira pessoa do singular, a história de um boiadeiro que, quando passava por Ouro Fino, costumava se deparar com um menino que abria as porteiras da estrada para a passagem do gado em troca de algumas moedas; um dia, o menino é fatalmente atacado por um boi, fato que abala profundamente o boiadeiro. Foi regravada posteriormente por Tonico e Tinoco, Sérgio Reis, Tião Carreiro e Pardinho, Daniel e dezenas de outros cantores. Também teve duas adaptações cinematográficas: a primeira, em 1976, protagonizada por Sérgio Reis e a segunda, uma refilmagem desta, lançada em 2009 e protagonizada pelo cantor Daniel. Outra pesquisa revela que, ao contrário do que muitos pensam, a história contada na música não é real e nunca existiu. Consta que teria sido composta quando Teddy ia para a casa da então namorada América Rizzo, com quem se casaria depois. A moça morava em Andradas, no sul de Minas Gerais. A cidade ficava perto de Ouro Fino, cujo caminho Teddy percorria. Daí a surgirem os versos “Toda vez que eu viajava pela estrada de Ouro Fino…”. Observador e absolutamente apaixonado por tudo o que se relacionasse ao universo rural, transformou o cenário tomado de rebanhos de gado, peões e outros personagens em canções antológicas, como é esse clássico da musica sertaneja.
TICO-TICO NO FUBÁ – é um choro composto por Zequinha de Abreu(José Gomes de Abreu), que nasceu em 19/09/1880, na pequenina Santa Rita do Passo Quatro. Ficou imortalizado na voz de Carmen Miranda, e com o tempo, tornou-se uma das canções brasileiras mais conhecidas e mais executadas do mundo. Zequinha de Abreu era o mais velho dos oito filhos do boticário José Alacrino Ramiro de Abreu e de Justina Gomes Leitão. Sua mãe ansiava para que ele seguisse a carreira de padre e o pai desejava que se formasse em medicina. Mas aos seis anos de idade ele já mostrava que tinha vocação para a música, tirando melodias da flauta. Ainda durante o curso primário organizou uma banda na escola, da qual ele mesmo era o regente. Com 10 anos, já tocava requinta, flauta e clarineta na banda e ensaiava suas primeiras composições. A música foi apresentada pela primeira vez em um baile da cidade de Santa Rita do Passa Quatro, em 1917, sob o nome de Tico-Tico no Farelo. A canção recebeu o nome atual em 1931, já que existia outra de mesmo título, composta por Canhoto. No mesmo ano foi incluída pela primeira vez em disco, gravado pela Orquestra Colbaz(criada em 1930, em São Paulo). Embora seja essencialmente instrumental, tem letra de Eurico Barreiros e Aloísio de Oliveira, além de uma versão em inglês de Ervin Drake. Foi gravada pela organista Ethel Smith em 1941, que fez grande sucesso internacional, e por Ray Conniff. Em 1942, regravada pela rainha do chorinho, Ademilde Fonseca. Atingiu o ápice de sua popularidade nos anos 1940, quando fez parte de nada menos do que seis filmes em Hollywood, inclusive filmes estrelados por Esther Williams.
A canção aparece com duas letras, uma feita no Brasil, e outra versão escrita nos Estados Unidos por Aloísio de Oliveira para Carmen Miranda, que a gravou pela Deca Records, em 1945, e a apresentou no filme Copacabana de 1947, no qual contracena com o Groucho Marx. O compositor é autor também de outros sucessos, como as valsas “Branca” e “Tardes de Lindóia”. Parte da história da música foi contada no filme “Tico-tico no Fubá”, de 1952, devidamente romanceado. Zequinha era vivido por Anselmo Duarte, o maior galã da época. No filme, Zequinha era funcionário público na sua Santa Rita do Passa Quatro, que se torna noivo de Durvalina (vivida por Marisa Prado), mas se apaixona pela amazona de um circo que visita a cidade, a clássica Tônia Carrero. Depois rompe com a amazona, passa a beber, fica doente, muda-se para São Paulo e reencontra a musa a tempo de tocar pela última vez o “Tico-tico” e morrer. Na vida real, Zequinha morreu cedo, aos 55 anos, no dia 22/01/1935, em São Paulo e não teve tempo de conhecer a importância e a dimensão mundial da música que havia composto e, nem tampouco beneficiar-se dos direitos autorais. Teve uma vida tranquila, mais modesta! Tocava na Casa Beethoven, na Rua Direita, em bares da noite, tinha seu conjunto, recebia salário mensal dos Irmãos Vitale, em troca de lhes entregar uma composição por mês. Mas tinha alma de artista. Deixou a viúva Durvalina, mais oito filhos cujos nomes começavam por D. E. A amazona do circo talvez nunca tenha existido, mas a música nela inspirada como narra o filme é uma das mais gravadas no mundo – uma fascinante combinação de melodia, harmonia e ritmo, para um nome tão singelo. Vale a pena entrar no Google e ouvir Tico-tico no fubá, na interpretação da orquestra filarmônica de Berlim e também da orquestra de Chicago. (fonte: Wikipédia – https://jornalggn.com.br/memoria/os-135-anos-de-zequinha-de-abreu/)
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