Em “Matrix”, que completa 25 anos em 2024, o ator Keanu Reeves é Neo. No filme, clássico da ficção científica, as pessoas vivem em uma realidade que acreditam ser verdadeira – mas é falsa. Trata-se de uma realidade virtual projetada em suas mentes por máquinas (hardware e software) que desenvolveram uma inteligência artificial avançada ao ponto de dominar toda a humanidade.
A discussão é como é possível usar e controlar a inteligência humana para dominar o mundo, criando uma realidade virtual na qual todos acreditam. O nome do filme vem de uma palavra de origem latina que deriva de “mater”, cujo significado é mãe, matriz, enquanto Neo, nome do protagonista, é anagrama de “one”, um, em português.
A imagem de Bravo Polar, pseudônimo de Erick Amarante, que acompanha este texto, mostra um coelho, primeiro animal que o artista viu ao chegar na Irlanda. Ela logo lembra o Coelho Branco, que, logo no início de “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” (1865), de Lewis Carroll, diz “Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado demais!”.
O animal tira então um relógio de bolso de seu colete, e Alice corre atrás dele até a sua toca, começando a sua “viagem”. Ela então pergunta quanto tempo dura o eterno? E o Coelho Branco responde: “Às vezes, apenas um segundo”, o que implica pensar na diferença entre o tempo cronológico (“cronos”, do relógio) e o psicológico (“kairós”, a percepção que temos dele e a qualidade como é vivido).
Em “Matrix” (1999), Neo é informado que precisa seguir um Coelho Branco e, ao atender a campainha de sua casa, encontra uma mulher com a tatuagem do animal no ombro, iniciando a sua “jornada”. E foi ainda perseguindo um coelho que, em 1940, quatro garotos encontraram um buraco que dava acesso a Gruta de Lascoux… Uma viagem em pinturas pré-históricas se descortinava…
Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.