A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira, 12 de junho, que o impacto ambiental no Rio Grande do Sul após as chuvas e enchentes no estado pode ser comparado ao de uma guerra.
“É forte em todos os níveis. Temos não só uma grande quantidade de resíduos, mas animais que foram dragados pelas águas e que entraram em processo de decomposição, contaminando água, solo, levando problemas gravíssimos de saúde às pessoas, inclusive doenças, como é o caso da leptospirose”, disse a ministra.
A declaração foi durante participação no “Bom Dia, Ministra”, programa com radialistas de várias regiões do país realizado em parceria entre a EBC e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Marina enfatizou que a humanidade não está preparada para eventos climáticos extremos, e que é preciso reduzir a emissão de CO2 pelo uso de carvão, petróleo e gás para mitigar os efeitos do gás poluente no meio ambiente, evitando que tragédias como a que aconteceu no estado gaúcho voltem a se repetir.
“É como se estivéssemos vivendo uma situação de guerra, porque fizemos guerra primeiro contra a natureza e o homem não tem como ganhar da natureza. Ela vai sempre reagir numa proporção incomparavelmente maior do que a nossa capacidade de conter os seus efeitos colaterais”, pontuou.
PACOTE – Durante o bate-papo, a chefe da pasta detalhou o pacote de medidas lançado pelo Governo Federal no Dia Mundial do Meio Ambiente, com anúncios que incluem pacto com governadores para combate a incêndios no Pantanal e na Amazônia, além da assinatura de oito decretos, entre eles um que prevê a criação da Estratégia Nacional de Bioeconomia e duas Unidades de Conservação, no Amazonas e na Bahia. “Sem as florestas, sem o Pantanal, sem o Cerrado, sem a Caatinga, vamos cada vez mais perdendo a nossa capacidade de produção, porque vamos perder a nossa fonte de riqueza, que é a água”, destacou Marina.
COP 30 – Ao ser questionada por um radialista sobre os preparativos para a COP 30 que será sediada em Belém, no Pará, em 2025, Marina afirmou que o Brasil quer liderar pelo exemplo. “Liderar pelo exemplo significa fazer o dever de casa para poder ter credibilidade e autoridade moral para conversar com outros países, já que a COP que nós vamos sediar no coração da Amazônia vai ter que dar conta de não ultrapassarmos 1,5ºC de temperatura. Esse era o enunciado da COP 28. Como ano passado já ultrapassamos 1,5ºC de temperatura, agora nós temos que trabalhar para voltar ao ponteiro. E isso é um esforço muito grande, não só do Brasil como do mundo”, argumentou.
O “Bom Dia, Ministra” contou com a participação ao vivo de jornalistas das rádios Grupo Feitosa de Comunicação (Campo Grande/MS), Rádio Nacional da Amazônia (Brasília/DF), Rádio Difusora Acreana (Rio Branco/AC), Rádio Gaúcha Serra (Caxias do Sul/RS), Rádio CBN (Belém/PA), Rádio Agro FM (Lucas do Rio Verde/MT), Rádio Excelsior (Salvador/BA) e Rádio Mais 99 FM (São Luís/MA).