Reportagem recente no The Washinton Post destaca livros que celebram a vida e o amor de pessoas com deficiência. O texto de Kalyani Saxena traz indicações, como o livro “Minha Melhor Parte”, de Hannah Bonam-Young (Globo Livros), escritora com autismo, que conta a história de uma garota que tem deficiência em uma das mãos que engravida de um rapaz também com deficiência. Surgem assim elos e conflitos entre eles; e deles com a visão que a sociedade tem de ambos.
Especificamente sore a questão do autismo, Fernanda Carvalho apresenta uma imagem em que o conceito de prisão é trabalhado em várias camadas e dimensões. A imagem aponta para uma série de reflexões sobre como existem diversas maneiras de cada um se sentir preso a convenções e preconceitos que impedem a liberdade de viajar mentalmente, de pensar sem limites e de sonhar sem freios.
As “amarras da sociedade” se manifestam de modo a considerar tudo aquilo que é diferente do convencional como algo abjeto, a ser isolado na própria casa ou em instituições que reúnem o diferente, o considerado bizarro ou feio.
Significativamente realizada coma técnica do bordado, a obra faz refletir sobre os sentidos da vida privada e pública e sobre os aprisionamentos que atam nós difíceis de serem abertos.
Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.
