A Kepler Weber (KEPL3) concluiu o processo de compra de 50% mais uma ação da Procer (Procer S/A), principal player do Brasil com foco específico em tecnologias para a armazenagem de grãos. O valor da negociação não foi divulgado, mas a companhia informou, em comunicado ao Mercado, que “o preço da compra não constitui investimento relevante nos termos da Lei das Sociedades Anônimas”.
O procedimento de due diligence havia sido iniciado no segundo semestre do ano passado. Com a conclusão, a Procer passa a integrar a estratégia digital da Kepler Weber, líder na América Latina em soluções de pós-colheita para armazenagem de grãos e movimentação de granéis em portos.
“Este anúncio é a consolidação de uma jornada digital da companhia, iniciada em 2019, para oferecer aos nossos clientes as melhores soluções na busca pela eficiência do pós-colheita. No fim do dia, todo este movimento se reverte em mais segurança e rentabilidade para o nosso cliente”, comenta Piero Abbondi.
A Procer tem atuação em todo território nacional e em países da América Latina. No ano passado, a empresa registrou crescimento de 90% na receita líquida, em comparação com o ano anterior, passando de R$ 31,5 milhões para R$ 60 milhões.
Criada em Criciúma (SC), em 2011, a Procer conta com 180 colaboradores. Líder de mercado, a empresa é pioneira em utilizar sensores digitais que permitem a automação e gerenciamento do processo de armazenagem de grãos.
Segundo as empresas, unidades monitoradas e operadas pela tecnologia conseguem ganhos significativos de eficiência, com redução do consumo de energia, melhor qualidade e conservação dos grãos. O Brasil tem atualmente cerca de 17 mil unidades de armazenagem.
A procura pelas tecnologias da Procer tem crescido significativamente nos últimos anos. Em pouco mais de seis meses, as plantas conectadas passaram de 10% da capacidade instalada do país para 12% este mês.
“O plano de negócio da Kepler Weber e da Procer é atingir 50% das plantas de armazenagem do Brasil nos próximos anos, permitindo combater perdas na etapa de pós-colheita e gerar economia de R$ 5 bilhões por safra ao agronegócio brasileiro”, comenta Murilo Schneider, sócio fundador da Procer.
Para ampliar a conectividade no pós-colheita, as duas empresas já iniciaram o alinhamento comercial e o compartilhamento tecnológico. A Procer seguirá com a estratégia de amplo licenciamento de seus produtos e tecnologias, com atendimento de forma independente a todos os fabricantes de silos e equipamentos, incluindo a Kepler Weber.