A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos/CIHDOTT dos hospitais Padre Albino e Emílio Carlos participou, nos dias 16 e 17 de junho, do curso de Comunicação em Situações Críticas e de Determinação em Morte Encefálica (CDME), realizado no Hospital de Base de Rio Preto, por meio da Organização de Procura de Órgãos (OPO). O evento foi dirigido para equipes multiprofissionais de diversas cidades da região pertencentes ao DRS-XV e de Rio Preto.
Como foco, o curso ofereceu aos participantes as ferramentas éticas e legais necessárias para torná-los aptos para realização do diagnóstico de morte encefálica, como agir diante das relações de luto, além de saber como agir na comunicação de más notícias para o processo de solicitação de doação de órgãos, dentre diversos outros temas. “A comunicação crítica é toda e qualquer forma de abordagem do familiar que recebeu a notícia da perda de um ente querido ou agravamento do quadro clínico. O profissional necessita estar apto para tal informação afim de poder ajudar e esclarecer dúvidas neste momento de profunda dor”, explica o enfermeiro da CIHDOTT, Carlos Eduardo Mancini Gomes.
O coordenador médico da CIHDOTT, Dr. Jorge Luís Valiatti, esteve no dia 16 como um dos palestrantes abordando o tema ‘Diagnóstico de morte encefálica’, tendo como público-alvo médicos que atuam em UTIs e Unidades de Urgência e Emergência da região. Durante o curso foram ministradas aulas teóricas e simulações dramatizadas de vivências reais com diferentes abordagens ao tema. Para o coordenador da OPO do HB, Dr. João Fernando Picollo, a comunicação assertiva faz toda a diferença na aceitação da família no momento da doação de órgãos. “A maneira como se comunica faz toda a diferença no entendimento do familiar que recebe a informação. Esse entendimento claro facilita a relação médico-paciente. Hoje, a taxa de aceitação para a doação de órgãos em Santa Catarina é maior que do Estado de São Paulo, mas graças aos treinamentos e capacitações temos resultados semelhantes e muito melhores do que a média nacional, devido à facilidade que os profissionais aqui da nossa região têm em comunicar o estado crítico de um paciente para o familiar”, disse Dr. Picollo.
Recentemente foi divulgado o aumento significativo no número de doação de córneas nos hospitais da Fundação Padre Albino, saltando de 3 para 39, em comparação ao ano passado. Atualmente no Brasil a taxa de autorização das famílias é 55% e na região de Rio Preto esse número é de 75%. A atuação da equipe capacitada na identificação e abordagem reflete os bons índices de aceitação das famílias na doação de órgãos. “Os familiares são os únicos que podem, por lei, autorizar a doação. Por isso é tão importante manifestar o desejo de doar órgãos e abordar sobre esse tema com a família ainda em vida”, afirmou o enfermeiro Carlos.
Representando o HPA e HEC participaram os profissionais de enfermagem Carlos Eduardo Mancini Gomes, Marcela Salvador Rigoldi Kauffumann, coordenadora da UTI-Adulta, o médico residente de UTI, Dr. Camilo Sandoval, e os médicos intensivistas Dr. Leandro Luís Moretto, Dra. Kaira de Oliveira (pediatria) e Dr. Márcio Renesto.