O Monumento ao Voluntário Anônimo de Siron Franco, financiado pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), inaugurado em 2 de dezembro, em Porto Alegre, RS, traz três aspectos essenciais do artista goiano que se conectam com a proposta estética do projeto.
O primeiro está em lidar com grandes dimensões, algo que o criador visual já em fazendo há algum tempo, com instalações, por exemplo, em 2021, em São Paulo, SP, com 365 manequins vestidos com roupas coloridas suspensos com cabos de aço, em homenagem aos que perderam a vida devido á Covid 19.
Na capital paulista, havia representações de corpos mortos, 6 metros acima do solo, agora são 27 metros de comprimento de esculturas de aço de 30 pessoas, de mãos dadas, homens e mulheres, cada uma com 2 metros de altura e 100 kg de peso, aludindo às ações solidárias para minimizar os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul de abril a maior de 2024.
O segundo reside na exaltação do trabalho de pessoas desconhecidas no ato de salvar vidas, que também renete à pandemia e ato de tornar, seja perante um vírus ou perante o descontrole das águas, pensamentos e desejos em fatos sem esperar recompensas a não ser o sentimento de ter realizado uma missão.
O terceiro consiste em realizar obras que sejam em si mesmas voltadas para enaltecer a sociedade como um todo, sem nomes de heróis, mas com densidade, pois o anonimato e a entrega a uma causa, como ajudar as pessoas que sofriam com a destruição causada pela enchente, fazem brilhar para a eternidade quem torna a ajuda ao outro um propósito existencial.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador