Homenagem a Tarsila do Amaral no Metrô de São Paulo

Para homenagear a desenhista, escultora, ilustradora, cronista e tradutora Tarsila do Amaral, que marcou a história da arte brasileira no século XX, o Grupo CCR leva, a partir de 16 de julho, à estação Oscar Freire, da Linha 4-Amarela do Metrô, uma exposição com conteúdos digitais sobre a trajetória da artista. Haverá, por exemplo, a adesivação de paredes da estação com obras da artista, entre elas o “Autorretrato (Manteau Rouge)”, de 1923

A mostra conta com vídeos em libras, textos em braile e tinta, narração, audiodescrição e quadros táteis, garantindo a acessibilidade e a inclusão. Com o recorte curatorial abrangendo a vida de Tarsila, entre 1922 e 1923, a exposição tem um espaço imersivo instagramável e uma instalação artística inspirada na obra “As Margaridas de Mário de Andrade”, fazendo alusão a uma surpresa feita por Mário de Andrade a Tarsila do Amaral.

Esta imagem de Dilson Cavalcanti reúne dois mitos. Um deles é a Mona Lisa, que já recebeu leituras de Marcel Duchamp, Andy Warhol e Salvador Dali. A sua fama vem do uso, por Leonardo da Vinci, da técnica do sfumato, com a qual reproduzia com fidelidade a textura da pele humana, usando camadas de tinta de modo a dar um efeito de esfumaçado, sem linhas ou bordas.

Dilson coloca Tarsila no lugar da Mona Lisa, fortalecendo a mística de uma artista que, com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e outros intelectuais, acompanhou o poeta francês Blaise Cendrars em viagem às cidades históricas de Minas Gerais.

Em 1928, criou o “Abaporu”, tela que inspirou o movimento antropofágico, desencadeado por Oswald de Andrade e Raul Bopp, que propunha deglutir a cultura estrangeira e adaptá-la ao Brasil. Nessas obras, destacam-se as formas inchadas, a ausência de perspectiva tradicional e a predominância do amarelo do sol e do verde das plantas tipicamente brasileiras. Assim, o trabalho que acompanha este post lida com esses dois ícones artísticos e nos faz pensar sobre como eles são importantes para a construção de nosso imaginário.

Oscar D’Ambrosio     (@oscardambrosioinsta)
Pós-doutor e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.