Focos de luz

Lidar com corpos é um desafio em que nunca se sabe onde começa a sede e onde se inicia o prazer. Trata-se de um universo pleno de delicadezas a lidar com o autoconhecimento e com a visão que se tem do outro. Constitui uma caminhada em que o essencial está em perceber que as possibilidades de beber é que são infinitas.

As imagens foram apresentadas na exposição coletiva Batismo no Ateliê Anna Guerra, em São Paulo, SP.

A comunicação amorosa entre a imagem na parede e o observador apenas se realiza quando há uma comunhão entre o ponto de partida e de chegada. As imagens de Alexandre Viana (@alexvianna) são. Nesse contexto, uma forma de conceber esse processo como uma flor a lidar com o tempo.

O processo tem a matriz em um ensaio fotográfico que ganha novas dimensões pelo uso de técnicas que buscam dar asas aos modelos utilizados, colocando-os em um universo em que as referências do mundo chamado real são perdidas em função de uma jornada pelo simbólico.

Se o cotidiano pode muitas vezes fechar as asas da imaginação do desejo, a pesquisa visual do artista abre essas possibilidades em direções amplas e múltiplas. Permite penetrar em estranhos subterrâneos do pensamento em que não há calendários ou relógios, mas propostas artísticas a vislumbrar focos de luz

Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.