Entre cores e sensações

Para o poeta brasileiro Rodrigo Madeira, a arte pode ser comparada a “segurar dentro da água um peixe por cinco segundos”. Esse conceito de inquietação permanente pode ser relacionado com o conjunto de artistas reunidos na exposição “Entre cores e sensações”, com curadoria de Marcelo Neves.

Cada criador visual lida com a sua criação de uma maneira dentro da ideia de que a individualidade e a liberdades são os principais pressupostos do fazer artístico. Ara Vilela, por exemplo, traz a cor e o movimento como elementos essenciais, enquanto Ber se fundamenta na expressão do gesto.

Dilson Cavalcanti gera emoções nas suas composições; e Euclides Faria mergulha na velocidade e no perigo dos tricampeões recentes da Fórmula 1. Gisele Faganello prefere mergulhar na pesquisa das potencialidades do espaço; e Heloisa Zorzi questiona a essência do viver.

Se Joaquim Gonzalez convida a uma especulação sobre o sentido da vida; Luís Domingues convida a uma requintada pesquisa de formas. Marcelo Neves, por sua vez, traz o glamour para seus já icônicos personagens gordinhos. Cabe a Renata Leal trazer uma poética de indagações existenciais; a Silper pesquisar maneiras de representar paisagens; e a Thiago Rosinhole pensar elos entre o amor e a arte.

Vania Rossi propõe o caminho de elaborados os jogos entre círculos e linhas; e Walmir Teixeira faz o observador refletir sobre os sentidos de se fazer arte em um mundo em que, segundo o dramaturgo espanhol Lope de Vega (1562 – 1635), “a pintura é a poesia dos olhos”.

Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.