O artista anônimo Banksy deixou os londrinos intrigados, dia 7 de agosto, pelo terceiro dia consecutivo. Uma obra de arte mostrando três macacos se balançando em um viaduto na Brick Lane, no sul de Londres, também apareceu no Instagram do artista britânico – que é a forma como ele normalmente reivindica a autoria de novos trabalhos.

Os animais são um pilar no trabalho de Banksy, e os macacos têm aparecido repetidamente. Por exemplo, em Devolved Parliament (2009), ele satiriza a elite ao mostrar o governo da Inglaterra substituído por chimpanzés e orangotangos. Dia 5, já havia assumido a autoria de uma cabra montesa e, no dia seguinte, de duas cabeças de elefante.
Pseudônimo do mais consagrado artista britânico de rua, Banksy tem a sua real identidade envolvida em mistério. Em 5/10/2018, ele criou um novo degrau na arte conceitual durante o leilão, na Sotheby’s, de uma pintura que fez em 2006 reproduzindo “Girl with Balloon”, o seu mais célebre mural (101 x 78 cm), feito com estêncil em 2002, em Londres.
A imagem, que mostra uma menina com um balão vermelho em forma de coração, é considerada uma das mais conhecidas do Reino Unido e foi arrematada por £ 1.042.000 milhão. Para surpresa de todos, tocou então uma sirene e a obra deslizou, sendo cortada em tiras, até cerca de metade, por um triturador de papeis embutido na moldura.
Banksy postou um vídeo com a cena da destruição e a frase “The urge to destroy is also a creative urge”, de Picasso. A compradora ficou com a obra, rebatizada “Love Is in the Bin” (“O Amor está no Lixo”) pelo preço original e a casa de leilões declarou que o trabalho se tornou a “primeira obra de arte da história a ter sido criada ao vivo durante um leilão”.
Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.