Foi anunciada no mês de julho a descoberta do exemplo mais antigo de arte rupestre figurativa do mundo. Encontrada na ilha de Sulawesi, na Indonésia, por cientistas australianos e indonésios, mostra um porco selvagem e três figuras humanas. A pintura tem pelo menos 51.200 anos, mais de 5.000 anos que a arte rupestre que até então era considerada a mais antiga. A equipe de cientistas que realizou a pesquisa foi liderada por Adhi Agus Oktaviana, especialista indonésio em arte rupestre da Agência Nacional de Pesquisa e Inovação (BRIN) em Jacarta.
A temática da arte rupestre já motivou realizações de artistas brasileiros, como Elso Arruda. Ele apresenta, por exemplo, um trabalho de cores quentes e uma dinâmica interna própria, que evoca relações instintivas do ser humano consigo mesmo e com o mundo.
O título, “Pintura rupestre”, evoca as primeiras pinturas conhecidas tanto em paredes como em tetos de cavernas; e traz ainda um elemento ainda mais indagador: o que motivou, na Pré-História, essa ação de levar imagens ou expressões para um suporte?
Existem diversas teorias, como representar imagens para fazer um pedido aos deuses ou para agradecer uma caça alcançada. Acima de tudo, o essencial da obra está em expressar uma relação com o mundo marcada pela potência da cor e pela liberdade do movimento.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.