Denso estranhamento

O artista visual Luis Antonio Cossi, de São José do Rio Preto, possibilita a oportunidade de conhecer o mundo circundante de novas maneiras. A sua pintura realiza uma transgressão do que se considera real na perspectiva de trazer um pensar sobre o fazer que ocupa os espaços de modo a trazer, para o primeiro plano, imagens de insondáveis significados racionais.

Surge então o encantamento de se estar perante um ato criativo que magnetiza por gerar um relação ardente com facetas do inconsciente em que as imagens surgem em um progressivo processo de desestruturação que instaura facetas de imagens alucinatórias em que o referente do mundo concreto, seja humano ou não, não é diluído.

Existe uma transformação que permite vislumbrar uma figuração não realista, mas enigmática e simbólica que escapa de definições simplistas e livrescas de estilos porque tem como proposta um mergulho no ilimitado que a arte proporciona. Alimenta-se, portanto, de um processo criativo ligado ao indizível que se manifesta sem fórmulas.

A composição, pela imaginação, é radical na desestruturação do mundo conhecido e provoca interrogações na direção de um velar a existência fundamentada na busca de um absoluto que está além do visível e se fundamenta na procura pelo que se torna perceptível a partir do sutil e denso estranhamento que as imagens geram.

Oscar D’Ambrosio       @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista
, graduado em Letras, crítico de arte e curador.