No último sábado, dia 8, a Galeria Art A3, sob a direção da galerista Rosita Cavenaghi, teve a honra de receber o renomado curador Oscar D’Ambrosio, em um encontro que se revelou extremamente produtivo e enriquecedor. Durante duas horas, das 12h às 14h, os convidados foram agraciados com uma conversa informal e cheia de informações valiosas sobre o universo da curadoria e o papel dos artistas emergentes no cenário contemporâneo.
Oscar D’Ambrosio, que possui um extenso currículo que inclui Pós-Doutorado, Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura, além de Mestre em Artes Visuais, trouxe uma visão abrangente sobre a prática curatorial. Ele destacou os principais critérios utilizados para a seleção de obras em exposições, discutindo as narrativas que são construídas para dar suporte às obras apresentadas. Sua abordagem frisou a importância dessas narrativas para o diálogo entre os artistas e o público, revelando como elas podem enriquecer a experiência do espectador e a compreensão das obras.
Um dos pontos mais interessantes abordados por Oscar foi a importância do envolvimento dos artistas no processo curatorial. Ele enfatizou como a colaboração entre curador e artista pode impactar positivamente a apresentação das obras e criar um ambiente mais dinâmico e interativo dentro das exposições. Essa interação não apenas amplia a compreensão sobre as obras, mas também permite uma troca criativa que pode trazer novas interpretações e perspectivas ao trabalho artístico.
Por fim, D’Ambrosio falou sobre a diversidade de estilos e mídias artísticas no campo da curadoria. Ele ressaltou a relevância de se criar espaços que apresentem o maior número possível de vozes, promovendo representatividade e inclusão. Para Oscar, essa pluralidade é essencial para que as exposições não apenas reflitam uma única visão, mas se tornem um verdadeiro mosaico de experiências e expressões artísticas, contribuindo para um ambiente cultural mais rico e diversificado. O encontro na Galeria Art A3 foi uma verdadeira oportunidade de aprendizado e inspiração para todos os presentes, reafirmando a importância de espaços como esse na promoção da arte e da cultura.
O texto abaixo , escrito por Oscar D’Ambrosio, é uma proposta do curador para refletir sobre a sua profissão na contemporaneidade.
A arte da curadoria
A arte da curadoria tem muitos caminhos – e eles podem ser vivenciados de muitas formas. Um deles está em abolir a divisão entre arte e ciência, pois, ao contrário do nosso mundo marcado por especialistas e especialidades, é desejável, como ocorria no Renascimento, a busca simultânea de saberes nas mais variadas áreas.
Nessa perspectiva, enquanto o homem medieval idolatrava Deus e o tecnológico acredita na técnica em si mesma; o essencial consiste em valorizar o poder humano de criar, conservar e destruir o mundo – e o que nele existe. O curador, portanto, precisa estar além do virtuosismo intelectual, aliando a alma ao talento.
O curador digno desse nome mantém viva a capacidade de estar sempre em mutação, combatendo a acomodação, principalmente quando escolas e mestres mais formatam indivíduos do que os prepara. Cabe a ele desenvolver a consciência de perceber como a grandiosidade geralmente está nos detalhes.
O que é necessário para o curador é perscrutar são artistas humanos, capazes de ver na arte uma forma de transcender o cotidiano, não tanto no sentido místico – ou talvez inclusive nele –, mas, principalmente, no estético e, acima de tudo, no existencial. Isso exige humildade, atitude cada vez mais rara no mundo instagramável.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-doutor e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, mestre em Artes Visuais, jornalista, graduado em Letras, crítico de arte e curador.














