Consórcio quer assegurar abastecimento de café mesmo em momentos de escassez

No Dia Mundial do Café (14) há poucos motivos para se comemorar. A instabilidade na produção de café arábica no Cerrado está cada vez mais presente no cotidiano do cafeicultor brasileiro por causa das mudanças climáticas e da seca. A safra 2020/2021 terá uma redução de 10 milhões de sacas em relação à temporada passada, levando a um prejuízo de R$ 8 bilhões – segundo estimativa da Secretaria da Agricultura de Minas Gerais.

Para reduzir essa instabilidade, o Consórcio Cerrado das Águas formou uma plataforma colaborativa com o objetivo de restaurar áreas para preservar e conservar o meio ambiente, mitigando os efeitos das mudanças climáticas, como a seca que tem impactado a produção em Minas Gerais: http://cerradodasaguas.org.br/. O projeto funciona no município de Patrocínio, na bacia do córrego Feio. Até 2023 a estratégia é expandir para Serra do Salitre, Monte Carmelo, Rio Paranaíba, Carmo do Paranaíba, Araguari e Coromandel. Juntos, esses municípios correspondem a 70% da produção de café no Cerrado Mineiro. A ideia é formar corredores ecológicos e alavancar os ganhos de biodiversidade da região como um todo.

Outra atividade do Consórcio, apoiado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF, na sigla em inglês) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), é o Programa de Investimento no Produtor Consciente, que, por meio de ações estratégicas, garante estrutura e provisão de serviços ecossistêmicos a produtores localizados nos arredores de bacias hidrográficas.

O Programa, inaugurado em janeiro de 2020 no município de Patrocínio, conta com consultoria especializada e baseada em metodologias sustentáveis para os moradores locais da região do triângulo mineiro, de acordo com a bióloga Fabiane Sebaio Almeida, secretária executiva do Consórcio Cerrado das Águas. Essas metodologias envolvem desde o diagnóstico das áreas, passando pela agricultura inteligente baseada no clima, e chegando à gestão eficiente dos recursos hídricos. A ideia é que esse gerenciamento assegure o abastecimento da produção de café mesmo em momentos de escassez.

As orientações feitas pela equipe do Programa aos produtores são pensadas sob a ótica da segurança e estabilidade ecossistêmica, e sempre prezando pela singularidade e necessidade de determinada propriedade. Assim, eles planejam o manejo adequado para controlar o fogo, enriquecem vegetações nativas e recuperam solos degradados, por exemplo.

Sobre o CEPF e IEB – Um dos grandes responsáveis na conservação deste bioma é o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (Critical Ecosystem Partnership Fund). O CEPF, que existe há 21 anos, realiza ações para minimizar novas devastações, restaurar terras degradadas para a recriação da conectividade ecológica na paisagem e ampliar a rede de áreas protegidas. No Brasil, o CEPF atua com o apoio do IEB, instituição brasileira selecionada para atuar como Equipe de Implementação Regional da estratégia do CEPF no Cerrado. Esta é a lista das organizações que fazem parte da rede: http://cepfcerrado.iieb.org.br/lista-projetos/.

Atualmente, em todo o mundo, o CEPF apoia cerca de dez hotspots, e financiou, ao longo de sua trajetória, mais de 2.600 projetos. A atuação do CEPF conta com o apoio da Agência Francesa para o Desenvolvimento, a Conservação Internacional, a União Europeia, o Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF), o Governo do Japão e o Banco Mundial.

Serviço

Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB)
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http://cerradodasaguas.org.br/