Na última quinta-feira, 9 de novembro, o campus São Francisco da Unifipa reuniu renomados especialistas para debater questões cruciais sobre direito e sexualidade. O “IV Ciclo de Palestras”, promovido pelo curso de Direito, proporcionou a oportunidade única para alunos, advogados e formadores de opinião se aprofundarem em discussões pertinentes.
O evento, organizado pelo grupo de extensão universitária sob coordenação da Profa. Ma. Márcia Maria Menin, concentrou-se no tema “Direito e Sexualidade”. Dois palestrantes de destaque foram convidados para trazerem suas perspectivas e experiências para o público presente.
O primeiro palestrante, Luciano Lavor, advogado e presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero da OAB/SP – Nossa Senhora do Ó, trouxe à tona a urgência da discussão sobre “LGBTIfobia: o direito à não discriminação”. Sua palestra foi uma análise aprofundada das questões jurídicas que permeiam a discriminação contra a comunidade LGBTQIA+. “Falar de LGBTIfobia é falar sobre vidas que, muitas vezes, estão segregadas às margens da sociedade. Minha intenção é provocar as seguintes reflexões: onde estas pessoas estão? Como podemos trazê-las ao centro para que a dignidade delas sejam preservadas em seu estado democrático?”, disse Luciano, traçando uma analogia entre empatia e diversidade. “Não podemos tratar os que julgamos desiguais de forma igual, o que vai contra o sentido da empatia, mas podemos abraçar as diversas formas e gêneros trazendo para o mesmo contexto, respeitando a característica de cada um”.
O segundo palestrante, Álvaro de Azevedo Gonzaga Kaiowá, advogado e professor, doutor em Direito pela PUC/SP e docente de pós-graduação em Direito Antidiscriminatório, apresentou sua visão sobre as interseções entre direito e sexualidade. Sua abordagem, enriquecida por sua descendência indígena, trouxe uma perspectiva única para o debate. Para ele, o primeiro passo é não sermos discriminadores. “Em primeiro lugar, quando falamos em direito antidiscriminatório, não basta você ter uma postura não discriminadora. O primeiro passo é você não ser discriminador! Mas há um segundo passo, o de ser contra aqueles que discriminam, ser não tolerante àqueles que discriminam, pois eles são verdadeiramente pessoas que não podem fluir de privilégios. Então, o direito antidiscriminatório cumpre um papel importante de problematizar essa questão”.
Ao final do evento, a Profa. Márcia Menin expressou sua satisfação com os objetivos alcançados. Ela ressaltou a importância contínua de lutar pelos direitos e condições sociais da comunidade LGBTQIA+, negros, mulheres e pobres. “O ciclo de palestras não apenas ofereceu uma plataforma para o diálogo, mas também destacou a necessidade persistente de conscientização e ação em busca de uma sociedade mais inclusiva e justa. Este evento não apenas estimulou a reflexão, mas também fortaleceu o compromisso da Unifipa com a promoção de diálogos significativos que transcendem as paredes da academia, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, destacou.
O curso de Direito da Unifipa foi destaque recentemente por ser o único da região a obter nota 4 de excelência no Enade, que mede o nível de aprendizado dos alunos graduandos, colocando o curso equiparado aos mais conceituados cursos de SP, como PUC/SP, Makenzie e IBMEC.
Fotos: Alan Gazola