Café Minuto

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A semana 13 a 18 desse mês foi brava. Manifestações pró e contra o impeachment, delações, gravações, discursos, críticas… A crise política entrou em ebulição e colocou o noticiário de pernas para o ar. Não faltou assunto para a mídia, inclusive para aquela que os defensores de Dilmanta, Lula & Cia dizem que é fascista, conservadora, que defende as elites. Exagero. Tem jornalistas que defendem o governo. Com tudo isso foi aberto o processo de impeachment na Câmara, o que não quer dizer que Dilma vá para casa. É preciso aprovação de dois terços dos deputados, Dilma leva vantagem, com um terço deles ela se livra. E para isso, com todo o respeito, se for preciso vão vender a mãe e entrega-la. Caso a Câmara aprove, o processo vai para o Senado que pode aprovar ou não. Tem muita água ainda para passar debaixo da ponte.

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Para por mais lenha na fogueira, essa semana Pedro Correa, ex deputado, ex presidente do PP, virou delator também, atirando para todos os lados. Mas a mais esperada é delação da Odebrecht. Pelo envolvimento da empreiteira com políticos e com Lula a fogueira pode se transformar num incêndio de grandes proporções. Eles tinham uma contabilidade paralela das propinas pagas com nomes, apelidos dos políticos e valores pagos a eles. Foi divulgada uma lista com 310 nomes de políticos de quase todos os partidos. Quem não está na lista é porque não é político. Obviamente os mais visados já disseram que não estão envolvidos, assim como os demais falarão a mesma coisa. Primeiro requisito para ser um “bom” político é ser cara-de-pau. Eles são capazes de inventar uma história da carochinha para dizer que são inocentes, mesmo com gravação de som e imagem.

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A grande discussão foi (e ainda é) com a divulgação das gravações feitas pela PF. Políticos, ministros, juristas, artistas, jornalistas, listas… de quem não tem o que fazer, comenta e debate se houve legalidade ou não na gravação e na divulgação. Mas muito poucos vão ao âmago da história: houve intenção de Dilma livrar Lula de Sergio Moro? Lula esbravejando, houve má fé, tráfico de influencia, ofensa a Justiça e ao Supremo? Aí é que está a questão. As gravações estão aí, se foi ou não legal o fato é que elas mostram que houve sim, delitos! Até lá fora é visto assim. O Economist (jornal inglês) pede a renuncia de Dilma por tentativa grosseira de barrar a justiça. Cabe agora ao STF se pronunciar.
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Não vai ter golpe! Mas que golpe? Impeachment não é golpe, está lá na Constituição. A ministra do STF, Carmem Lúcia, foi enfática ao afirmar isso. Ela diz que não há golpe desde que se respeite a Constituição. Então? Cadê o golpe? Dilma e seus defensores alegam que não há crime que justifique o impeachment, o que é óbvio. E há juristas, formadores de opinião, nomes de expressão da cultura que vê crime em suas decisões, outros não. Mas quem vai definir se há ou não crime é a Justiça e o Congresso. Para tanto, de acordo com a Constituição e as regras definidas pelo STF é que foi aberto o impeachment na Câmara, com amplo direito de defesa da presidenta, Tudo bonitinho como manda a lei. Então pra que tanto barulho?

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Mas o barulho continua. Infelizmente os ânimos estão acirrados, não há bom senso, razão, argumento que demova qualquer lado de suas verdades. A polarização é tão grande que o presidente do MTST, disse que se houver impeachment não haverá paz, vão incendiar o Brasil. Uma declaração dessa mostra para onde caminha a crise nacional. O antagonismo chega até as escolas com alunos, de um lado ou de outro, sofrendo bullying. Só Dilma e seus partidários não enxergam o caldo fervendo. O ideal era ela ter a humildade, o patriotismo, o respeito ao povo, e renunciar. Prestaria um grande favor ao Brasil. Um governante com o mais baixo índice de aprovação, responsável por uma crise econômica sem precedentes e um governo envolvido no maior escândalo de corrupção da República, não tem condições de governar. Se passar pelo impeachment e não for cassada pelo TSE, continuaremos até 2018 no fundo do poço. E depois quanto tempo mais para sairmos dele?

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Elvileide, passada dos 50, vai ao Dr. Plástilson, famoso cirurgião plástico para eliminar rugas.
“Da. Elvileide, um revolucionário método de acabar com as rugas, criado por mim, não precisa fazer plástica. Eu coloco um parafuso em cima de sua cabeça, escondido no couro cabeludo e toda vez que aparecerem rugas basta dar um pequeno giro no parafuso que sua pele é puxada para cima e as rugas desaparecem”.
“Puxa! Que ótimo Dr. Plastilson. Pode colocar o parafuso já.”
Seis meses depois Elvileide volta a clínica.
“Doutor essa técnica é boa, mas apareceram essas bolsas enormes embaixo de meus olhos. O senhor não disse que tinha efeitos colaterais.”
“Não são bolsas, Da. Elveleide, são seus seios. E se a senhora não deixar esse parafuso quieto, em breve vai ter que fazer a barba também”.

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Há 200 anos o inglês David Ricardo teve uma sacada genial: “a dívida do governo hoje equivale a maiores impostos sobre as pessoas amanhã”. E é verdade! Há décadas, mesmo sem sabermos confirmamos isso. Esse conceito passou a se chamar Equivalência Ricardiana, em homenagem a ele. Esse e outros impenetráveis como derivativos financeiros, e mais outros que fazem parte de nosso cotidiano, como inflação e desemprego, estão no livro “Economia na Palma da Mão”, de Carlos Eduardo S. Gonçalves e Bruno Cara Giovannetti, jovens professores da USP. Escrito de modo claro, mas objetivo, o texto leve mostra conceitos econômicos para nós leigos que de uma forma ou de outra nos afetam diariamente, ainda mais em tempos de crise econômica. A venda nas boas casas do ramo. Se você não encontrar, não é uma boa casa.

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Quando esteve em S. Paulo, Mick Jagger foi ao Colégio St. Paul, escola de Lucas, filho dele e de Luciana Gimenez, para inaugurar um prédio com salas de música. Chegou de Mercedez uma hora antes e entrou pela garagem. No local do evento pegou um microfone e conversou com os alunos contando alguns gostos de Lucas, um deles, ele adora música e cantar. Todos no colégio são fãs de Mick Jagger. Quando Lucas vai a Londres ver o pai, colegas entregam CDs e outras coisas para serem autografados. Lucas é brincalhão também. Numa viagem escolar a Itália, um colega mostrou uma Ferrari a ele e tascou: “meu pai tem uma dessas”. Lucas respondeu na lata: “O meu é mais pobre. Anda com um Volvo velho, dos anos 70”. No Rio Mick Jagger conheceu Vanessa da Mata e sua irmã, Sofia. Encantou-se com as duas e saiu com elas para jantar. Ganhou uma aula informal de samba.

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88 anos depois e 53 anos de rompimento diplomático, um presidente americano desembarca em Cuba e é recebido por Raul Castro. É uma visita histórica depois de tanto tempo de rusgas e hostilidades e pode ser o início de novos tempos para os cubanos. Há arestas ainda a ser aparadas de ambos os lados, e nem poderia ser diferente, mas a aproximação dos dois governos, que hoje já tem embaixadas, mostra que estão a caminho de serem resolvidas. E agora, como é que fica a esquerda brasileira que sempre teve Cuba como mito? Bem, resta ainda a Coreia do Norte, o último baluarte da ditadura comunista.

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Vou dar uma colher de chá para uma ex amiga dos tempos de faculdade, Bruna Lombardi. Ela anda longe da TV, mas produz e atua em filmes com o marido, Carlos Alberto Ricelli, também sumido da TV. O mais recente filme deles, “Amor em Sampa”, foi feito em família, entrou também o filho, Kim Ricelli, que atua e dirige com o pai. Ricelli, pai, interpreta um taxista e é ele quem vai guiar o espectador pelas ruas de S. Paulo para mostrar alguns tipos da cidade e as situações que eles passam. Mas nada de dramalhão, eles optaram por uma abordagem às vezes divertida, às vezes românticas, levada com bom humor e o resultado é um filme leve, gostoso de ver. Há depoimentos de paulistanos para mostrar a paixão deles pela cidade e cartões postais: Ibirapuera, Copan, Cinemateca, Av. Paulista, Jockey Club… Filme bom de ver com pipoca.

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O Brasil tem 126 anos de república. Desde 1930 até hoje foram eleitos 14 presidentes, incluindo os dois mandatos de Dilmanta. Desses 14, 8 se elegeram pelo voto direto, três não terminaram seus mandatos – um se matou, outro renunciou e outro mais foi mandado pra casa. Dos 5 que terminaram o mandato está incluído na conta o primeiro mandato dilmístico, o segundo está na corda bamba. Vai se equilibrar até o fim ou vai cair da corda? Façam suas apostas. O ganhador ganha um curso com Sérgio Moro: “Como descobrir um propineiro”.

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Pascoa, festa nacional do chocolate, a data mais esperada pelos fabricantes porque é a época que mais se vende chocolates. Aproveite para se empanturrar sem culpa, depois…dieta. Feliz Pascoa a todos!

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