Café Minuto – Parado no Tempo

Caras Novas – Eu e muita gente está cansada dessas caras que frequentam nossa política há décadas. É a velha política que já deu. É preciso caras novas, com jeito novo de fazer política, novas propostas com o objetivo de realizar reformas e mudanças necessárias ao desenvolvimento do Brasil, moralizar a administração pública, combater a corrupção sem tréguas e aproximar o povo do governo Infelizmente o cenário até aqui indica que provavelmente teremos mais do mesmo. Nesse momento há 11 pré-candidatos a presidente. Cinco já disputaram eleições presidenciais: Lula, protagonista há 30 anos, oito anos presidente, condenado a 12 anos de prisão, réu em mais 7 inquéritos, pode ser impedido de ser candidato. Marina Silva vai para sua terceira disputa; Ciro Gomes, idem; Geraldo Alkimin, segunda; Collor, ex presidente, vai nessa também. Dois deles nunca disputaram a presidência: Bolsonaro que, no entanto, é cobra criada: está em seu oitavo mandato como deputado e conhece os porões da política; Rodrigo Maia, deputado, atual presidente da Câmara, com 1% das intenções de voto, investigado na Lava Jato. Os outros quatro são caras novas, mas sem nenhum apelo para o eleitorado até aqui.

Mais Caras Novas – A renovação deve ser feita também no Congresso onde tem muitos veteranos. Alguns senadores foram eleitos no governo de Rodrigues Alves. Há 22 deles investigados na Lava Jato, alguns são réus e serão candidatos a reeleição. Dessa vez, eles tem um motivo extra: manter o foro privilegiado. Mas há novatos que já aprontaram e tentarão se reeleger pelo mesmo motivo. Deputados então… tem uma penca de investigados também. Não vote em réus e investigados, consulte a Ficha Limpa e veja os enrolados na justiça. Dê uma banana pra eles e escolha caras novas de caras limpas. Faça o mesmo com candidatos a presidente, governador e deputado estadual. Vamos eliminar essa corja de trambiqueiros que assaltam nossos bolsos. Pau neles!

Chegando – A cana tá chegando para Lula Molusco, mas não é a que ele gosta. É a cana com grades. O STJ, por unanimidade, negou o habeas corpus preventivo para impedir sua prisão, confirmando assim a sentença em 2ª. instância. A única chance dele se livrar é o STF. Fachin negou uma liminar de habeas corpus impetrado pela defesa do Molusco, mas encaminhou a decisão ao plenário. Não há data para isso. Por outro lado, Carmen Lúcia já disse que usar o caso Lula para revisar a decisão sobre a prisão em 2ª. instância não pega bem, vai “apequenar” o Tribunal. E é verdade. Os Petralhas estão apavorados com a iminência da prisão de Lula, cada vez mais provável, e pressionam o STF para discutir logo esse tema. O problema (para eles) é que esse assunto precisa entrar na pauta do Supremo e quem decide a pauta é Da. Carmen Lúcia.

  A 2ª. Instância – E falando em 2ª instância. Desde o início de 2016 quando o STF decidiu que é constitucional a prisão após a condenação nessa instância, o assunto ferve. Alguns ministros, contrários à decisão do plenário em 2016, continuam livrando ou impedindo a prisão de condenados. Os defensores da cadeia depois do trânsito em julgado argumentam que viola a presunção de inocência. Porém, essa atitude incentiva à impunidade e a prescrição de crimes, como a corrupção e lavagem de dinheiro, contribuindo para a ineficiência da justiça e seu descrédito na sociedade. E favorece os endinheirados que contratam bons advogados para interpor infindáveis recursos adiando a punição e até a prescrição dos crimes. São famosos os casos de condenados que ficaram anos e anos livres graças a infindáveis recursos, como o jornalista Pimenta Neves, e o ex-senador Luís Estevão. Também afirmam que nas instâncias inferiores poderia haver erro nas sentenças. Balela! As instâncias superiores raramente alteram as decisões dos tribunais. Entre 2009 e 2016, apenas 1,1% dos recursos que chegaram ao STF foi acatado em favor do réu. E não considerar a sentença do juiz da 1ª. ou 2ª. instância é como se não tivesse validade. Em muitos países os condenados nessas instâncias vão presos, em especial nos EUA e na França, onde é histórico o princípio de presunção de inocência. E quem vai dizer que lá não há justiça?

Os Outros? – Se o STF voltar atrás na prisão em 2ª. instância, Lula se livra da gaiola. OK. Mas os milhares de presos que aguardam julgamento e os que foram condenados na 1ª e na 2ª instância, deveriam ser soltos também. A lei não é igual para todos? Ou tem uns que são mais iguais que outros? Ou porque são pobres e não podem pagar um bom advogado?  Ou os dois?

           

Montanha – Um carinha baixo, fracote, entra no elevador com um cara enorme, musculoso, uma montanha. O carinha fica assustado com o tamanho do cara e olha de cima para baixo. Ele percebe e se apresenta: “Tenho 2,10 m. de altura, peso 130 quilos, sou campeão de levantamento de peso e tenho um pênis de 30 cm. Felipe Costa, seu criado”. O fracote cai duro e desmaia. O cara então dá uns tapas de leve na cara do coitado, para não machucá-lo, acorda-o e lhe pergunta: “O que houve está se sentindo mal?” O carinha ainda meio fora do prumo pergunta “Qual é mesmo o seu nome?” “Felipe Costa, seu criado”. “Ah! Graças a Deus… Eu tinha entendido Fique de Costa”.

Bebum – O cara pra lá de Marrakesh para em frente ao Congresso e deixa sua bike. O policial chega até ele:  “O senhor não pode deixar sua bicicleta aí! Aqui é o Congresso Nacional, onde passa senadores, deputados, ministros e até o presidente, entre outras autoridades”. O bebum diz: “Não se preocupe, vou pôr cadeado”.

Intervenção no Rio – Depois da intervenção federal no Rio, com o exército nas ruas, inúmeras comissões estão sendo formadas para acompanhar e fiscalizar as operações dos milicos. OAB, Ministério Público, Associação de Magistrados, Associações de Moradores de Comunidades, TCU que vai acompanhar os gastos do Exército durante as operações. Olhando assim, com tanta gente para acompanhar e fiscalizar as Forças Armadas, elas devem ser muito piores do que as facções e seus criminosos. E surgem perguntas: Onde estavam essas instituições que permitiram que a bandidagem tomasse conta do Rio? Por que não acompanharam as ações do crime do colarinho branco junto aos narcotraficantes? Porque não formaram comissões para acompanhar o trabalho da polícia, das penitenciárias, da justiça, os tiroteios diários matando inocentes…? Porquê?

1968 – 50 anos se passaram e 1968 continua ecoando  em nossas vidas. E assim continuará para as gerações futuras. Para a geração dos anos 40 e início de 50, 1968 está presente na memória. Tínhamos a mesma idade dos jovens universitários que saíram às ruas clamando por uma nova ordem. Eu,  minha turma e outros colegas nunca participamos de manifestações, mas acompanhávamos tudo o que ocorria com visível interesse. O famoso maio de 68, em Paris, liderado por Daniel Cohn-Bendit; a primavera de Praga, na antiga Checoslováquia, esmagada pelos tanques soviéticos; uma incrível sucessão de movimentos universitários em várias capitais pelo mundo, os assassinatos de Martin Luther King e Bob Kennedy; a Guerra do Vietnã e seus protestos contrários; a promulgação do AI 5; os protestos contra a morte do estudante Édson Luís, no Rio; a cultura pop fervendo com Beatles, Rolling Stones, Caetano&Gil&Chico. Que ano!!! Apesar de tanto protesto, nenhuma mudança foi conseguida, nenhum governo foi derrubado, a estrutura política continuou a mesma. Porém, foi o ponto de partida para a juventude passar a definir seus próprios padrões e o direito à contestação de modelos vigentes, um legado que permanece até hoje. Em resumo: as mudanças não aconteceram em 1968, mas ajudaram a moldar o mundo de hoje. Eu e minha geração somos testemunhas dessa história.

Oscar – Não vi “A Forma da Água”. Pra que? É só encher um recipiente e ver a  água tomar sua forma. O filme teve 13 indicações ao Oscar, ganhou quatro, entre eles: melhor filme e melhor diretor. Essa história de faxineira muda e um ser aquático asqueroso de aparência gelatinosa que se apaixonam não é minha praia. Aliás, na minha praia as paixões são entre humanos. Mas outro filme “Três Anúncios para um Crime”, ganhador do Bafta, o Oscar inglês,  de melhor filme, teve sete indicações ao Oscar, inclusive de melhor filme e ganhou dois: melhor atriz para Frances McDormand, melhor ator coadjuvante para Sam Rockwell. Numa cidadezinha do Missouri, Frances está desiludida. Há sete meses sua filha foi estuprada e assassinada e a polícia não tem nenhuma pista do criminoso. Ela então aluga três outdoors com frases em que crítica a polícia desafiando e comprometendo o trabalho do delegado local para exprimir sua angustia e revolta. Sam Rockwell é um policial racista que comete atos de violência. Em campos opostos, ele e Frances aos poucos vão se aproximando numa história dramática com pitadas de humor e sarcasmo. Esse eu recomendo com ou sem pipoca.

Parado No Tempo – Desde 1868 quando o relógio de pulso foi criado pelo polonês Antoni Patek e o francês Adriem Philippe, dando origem ao famoso Patek Philippe, até 2012, às vendas do relógio de pulso esteve em alta. Agora, há cinco anos as vendas estão estagnadas. Porquê? O principal são os smartwatches que tem um forte apelo entre os jovens acostumados com geringonças digitais. Foram 35 milhões vendidos em 2105, representando 15% do faturamento mundial. Outra: quem precisa de relógio de pulso se é possível ver as horas no celular? E mais uma afetando as vendas de relógios de luxo, como o Rolex, a desaceleração da economia da China e Hong Kong, os principais compradores. E… acredite! O combate à corrupção, pois é o primeiro dos presentes por quem quer corromper alguém de seu interesse.