TÁ DIFÍCIL – Na edição anterior amigos me cumprimentaram por eu não falar de pandemia coronística. Essa semana tá difícil! É só corona pra cá, corona pra lá, ou então política. Argh! Não achei nem cultura inútil. Então… Mais uma dose de corona. Desculpem aí!
VAI LOOONGE! – A cada mês fico na expectativa de que o corona começa a dar folga e a quarentena relaxada. Começa mês, termina mês, vem outro e só vai piorando. Em março o pico era em abril, em abril seria em maio, maio está terminando, agora é em junho, julho, agosto, setembro… Já li que pode ser em dezembro. Aí é perigo! Papai Noel pode estar em isolamento e nem aparecer. A verdade é que ninguém sabe “chongas” nenhuma. Enquanto isso, estamos em pleno pico desde março, com casos e mortes aumentando diariamente. Até quando? Ah! Se eu soubesse… Vamos longe! Nesse pique um pico maior que dos EUA não é impossível. Já somos o segundo país do mundo. Na Europa e nos EUA a flexibilização já começou e aos poucos vão voltando à nova normalidade, “que nada será como antes”. A OMS admite que talvez o corona pode ser endêmico, um vírus que vai continuar por aí, não será erradicado, como o sarampo, febre amarela, tuberculose e outras pragas. Também não há certeza de que quem se cura adquira imunidade. Sobre o corona a única certeza é que não se tem certeza. De nada!
UMA LUZ – Bem, junho começa com uma possível luz no fim do túnel. Tomara que não seja uma carreta em sentido contrário. O governo de S. Paulo anuncia uma flexibilização, em 5 etapas e um calhamaço de protocolos, para quase todo o Estado, que foi dividido em regiões, levando em consideração o número de casos, estabilização ou queda. Municípios da Grande S. Paulo e Baixada Santista ficaram de fora. Estão tiriricas da vida com Dória.
EFEITOS – Os efeitos do corona começam a aparecer. O IBGE divulgou que o PIB encolheu 1,5% no primeiro tri, em comparação com o trimestre anterior. E vai piorar! Os efeitos danosos desse vírus vão perdurar por muito tempo ainda. São conhecidos e danosos: desemprego, fechamento de empresas, falências e pobreza… Prolongar o isolamento só tende a piorar mais o quadro e dificultar a retomada da economia. Para aliviar esses impactos nefastos o Ministério da Economia propõe várias medidas e reformas estruturais. O melhor, porém, é mudar o Brasil.
VIROU VÍCIO – Alain de Botton, suíço, é escritor, produtor e filósofo, residente em Londres, famoso por popularizar a filosofia e divulgar seu uso na vida cotidiano. Alguns de seus livros: Como Proust Pode Mudar sua Vida, Ensaios de Amor, Filosofia – Um Guia para Iniciantes, As Consolações da Filosofia. Transcrevo o que ele escreveu sobre o vício que o celular se transformou. “Está cada vez mais difícil encontrar alguém ou alguma coisa mais interessante do que o celular. E não há nenhum tipo de relacionamento que não tenha sentido o profundo impacto da presença do celular. A beleza e a relevância do smartphone não seriam motivo de preocupação se não suspeitássemos, lá no fundo, que esse aparelho abriu portas, mas arrisca a fechar outras. Mesmo sem injetar substâncias ilícitas ou se encher de álcool, a maioria das pessoas é viciada em algum tipo de droga. Vício é depender de alguma substância (ou máquina) que nos distancie de nossos medos e das esperanças, é qualquer rotina que evite um encontro franco e justo com a mente. Dizer que estamos viciados em celular não significa só que o usamos demasiadamente. Ele nos mantém longe de nós mesmos. Evita que nos sintamos sozinhos numa sala, com nossos pensamentos. Vício é uma palavra horrível, mas expressa uma tendência normal: a de fugir das alegrias e dos terrores do autoconhecimento.”
O GAÚCHO – Num churrascaria em S. Paulo chega um gaúcho. O garçom trás o cardápio. – Bah, tchê! No Rio Grande do Sul não tem cardápio, escolhemos a carne pelo cheiro da faca. O garçom dá um sorriso amarelo vai até a churrasqueira e trás uma faca que tinha cortado uma picanha. O gaúcho cheira a faca – Barbaridade! Essa picanha está uma maravilha. O garçom surpreso serve a picanha. O gaúcho pede uma faca que cortou a alcatra. – Tchê! Esta alcatra está no ponto! O garçom continua não acreditando. O gaúcho então pede uma faca que tenha cortado maminha. O garçom, pra sacanear o gaúcho e também para testa-lo vai até a cozinha. – Valdemar, vá ao banheiro, faça xixi, não lave as mãos e depois pegue essa faca, segure um pouco na lâmina. O garçom volta e entrega a faca ao gaúcho. Ele pega a faca, cheira e exclama – Não acredito! Que mundo pequeno. O Valdemar é o churrasqueiro daqui.
EMOÇÕES – Tem um tipo de emoção que supera qualquer brinquedo de parque de diversões daqueles que dá frio na barriga. É adrenalina a mil! Mas pode custar caro conforme o quanto se tem na conta bancária. Mas não é coisa de 2, 3 minutos não, pode demorar bastante, depende de quem proporciona as emoções. Para mim demorou 40 minutos, que pareceu uma eternidade. Já descobriu o que é? Sequestro relâmpago! Eu passei por essa emoção em 2000. Que maravilha! Sabe lá o que é ter uma arma apontada pra você? Tem emoção maior? Não é só frio na barriga é em todo o corpo e também vontade de ir ao banheiro. Fui levar a namorada à sua casa. Como eu tinha a chave do portão desci e fui abrir, enquanto ela pegava suas coisas: sacolas, bolsas e outros etc de mulher. Nesse exato momento quando eu ia abrir o portão, surge do nada um carinha bem vestido apontando uma arma para mim. “Não abra o portão, não abra, vá para o carro”. Eu fui, né! Seu comparsa, também armado, se postou ao lado do carro onde estava minha namorada e falou para ela não descer. Fui para o banco de trás e o parça também. O que me apontou a arma pediu a chave, pegou nossos celulares e foi dirigindo. Perguntaram se eu tinha arma e pediram meu cartão do banco e o dela, que por sorte tinha deixado em casa. Eles foram encontrar o outro parça e no caminho foram conversando.
EMOÇÕES II – Não esqueço mais o papo. “Vocês estão nervosos, eu sei. Já passamos por isso também”. “Mas fiquem calmos não vai acontecer nada com vocês. Colaborando vai terminar tudo bem”. A namorada, 18 anos mais nova do que eu foi elogiada: “bonita, um “pitéuzinho” e passou a mão na perna dela. Perguntaram se era minha namorada. “Aí velhinho! Tem gás ainda pra dar conta? Tá em forma compadre!” Paramos onde o parça estava, numa esquina não longe de onde nos pegaram. Pediram a senha do cartão para o parça sacar minha grana. Acontece que o asno anotou um número da senha errada e não conseguiu sacar. Ele liga para o que estava dirigindo e este diz pra mim “Ô companheiro, tú tá de brincadeira? Deu a senha errada? Cuidado!” E eu disse que dei a senha certa, repeti novamente e ele passou para o parça. Limparam o que eu tinha na conta. Daí começaram a rodar pela redondeza e eu pedindo para nos soltaram, que podia levar o carro. Eles disseram que não queria carro, a grana era para curtir uma balada e “umas bebinhas”. De fato, eram bem aparentados, bem arrumados, não pareciam ser assaltantes. Depois de umas voltas toparam com um carro entrando na garagem. Eles pararam meu carro no meio da rua, jogaram a chave no chão e de arma em punho foram roubar mais um. A adrenalina foi a mil. Não quero sentir nunca mais emoção assim. Já deu!
O COLLOR…IDO – Depois de 30 anos, março de 1990, do golpe que confiscou a poupança de todos os brasileiros o corrupto safado do Collor pediu perdão. Quebrou os brasileiros e vem pedir perdão? Será consciência pesada? Chegou tarde meu! Ninguém mais fala disso, caiu no esquecimento, principalmente na sua Alagoas que o elegeu senador por duas vezes. Se bem que lá é fácil, ele é dono de metade do Estado (a outra metade é de Renan). Diz ele que foi uma decisão dificílima e foi tomada para conter a hiperinflação que estava em 80% ao mês. Os mais pobres eram os maiores prejudicados com essa inflação, perdiam seu poder de compra alguns dias depois de receber o salário. Ele sabia que sua popularidade podia despencar e até mesmo a presidência, mas era o objetivo principal de seu governo. O baque foi forte. Quem tem mais de 15 anos lembra o sufoco. Limite de saques de até 50 mil cruzeiros na época. O desbloqueio do saldo após um ano e meio. Eu lembro dessa história. Tive um amigo que quebrou seu negócio, muitos perderam dinheiro e outros deixaram de ganhar. Teve gente que recebeu salário reduzido. Consegui me virar, tinha três contas de poupança, duas de minhas filhas e outra minha. Retirei 50 de cada uma e me segurei com 150. Tanto estrago para nada. A inflação só foi controlada com o Plano Real em 1994.
REVOLUÇÃO – Novos tempos, novos hábitos alimentares e os consumidores querem produtos mais saudáveis. Pesquisa mundial realizada por empresa americana especializada em consultorias mostrou que 9 entre 10 empresas lançaram produtos novos ou reformulados para atender seus “fregueses” em busca de uma alimentação saudável. Outra pesquisa de um instituto europeu confirma essa tendência do consumidor, houve uma expansão anual de 1,8% no mercado de alimentos saudáveis, contra 1,5% de alimentos tradicionais com conservantes e outros “antes”. No Brasil esse mercado também vem crescendo, em 2018 representou 10,7% do total das vendas do setor, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. E não é só! Os consumidores dão preferencia a produtos que preservem o meio ambiente com sustentabilidade. Produtos orgânicos, naturais, com menos sódio, mais proteínas, sem açúcar ou menos, sem gordura ou menos, temperos suaves, mais vitaminas, mais minerais, mais nutritivos e embalagens recicláveis, estão ocupando cada vez mais espaços nas prateleiras dos supermercados. Eu sou um dos que embarquei nessa. Afinal, trabalhei anos numa empresa de alimentos.
CLAQUETE DO FLÁVIO – A claquete de hoje será dedicada a Michel Piccoli, grande ator francês, que partiu no dia 12 passado, aos 94 anos. Estrelou mais de 150 filmes, em 60 anos de carreira. Trabalhou com os maiores diretores franceses como Godard, Alain Resnais, Claude Chabrol, Louis Malle, René Clement. Além deles fez filmes com Hitchcock, Buñuel e Marco Ferreri. Alguns de seus filmes inesquecíveis: Topázio, O Discreto Charme da Burguesia, Coisas da Vida, A Comilança, Atlantic City, Esse Obscuro Objeto do Desejo, A Bela da Tarde. Em sua homenagem, nosso filme será Belle de Jour, de Luís Buñuel, sucesso de 1967, estrelado por Michel Piccoli e Catherine Deneuve no esplendor de seus 24 anos. Além deles, Jean Sorel, Pierre Clementi, Francoise Fabiam e Geneveuve Page. Severine (Catherine) é uma jovem rica e bonita, casada com um médico e ama seu marido. No entanto não sãos muito íntimos como ela deseja. Ela então procura um bordel discreto para nas tardes realizar suas fantasias e conseguir o prazer que seu marido não dá. A noite retorna a sua vida de casada. Entretanto um cliente abusivo pode complicar sua situação, pondo tudo a perder. Disponível no YouTube e Google Play. Quem viu vale rever, quem não viu não perca!
QUEM É ELA? – 27 anos, 81 milhões de seguidores nas redes sociais; 46 milhões no Instagran; 4,5 bilhões de visualizações de vídeos no YouTube; 13 milhões de curtidas no Face; 413 milhões de streamings de Downtown, a música mais ouvida no Spotify; 250 mil reais o cachê mínimo de um show, 5 milhões de reais por uma campanha nacional em TV; 18 contratos de publicidade ao mesmo tempo em 2019, recorde no mercado. Adivinhou? Não? É ruim hein! Até eu que não curto já sei quem é: Anitta! Com todo esse currículo pode se dar o luxo de falar qualquer baboseira. E também de se mostrar “humilde” para dizer que não conhece nada do funcionamento da política no Brasil. Ela admitiu isso durante uma live da advogada e apresentadora Gabriela Prioli. Mostrou não ter medo de perguntar o que não sabe: por exemplo, se os Ministérios fazem parte do Judiciário. Ela disse que está começando a entender o que é direita e esquerda, o que são os partidos. Disse que não quer promover ninguém. “Quero que as pessoas, principalmente minha geração, sintam interesse na política e entendam de maneira fácil”. Mesmo “poderosa” a patrulha da Internet não perdoa, caiu de pau. Foi chamada de ignorante e que ela deveria falar só de entretenimentos. Vamos ajuda-la. Os Ministérios pertencem ao Legislativo; esquerda e a direita, pede para ela levantar os braços e mostramos o braço da direita e o braço da esquerda; partidos, mostramos um bolo a ela e depois partimos em vários pedaços e aí está partido. Simples assim!