A CIÊNCIA – É uma sucessão de eventos notáveis e seus autores glorificados por historiadores. Porém, todo o trabalho dos que vieram antes, conviveram com o autor ou vieram depois, ninguém lembra mais deles. Gilbert Newton Lewis, fundador do lendário Departamento de Química da California-Berkeley Univercity, um dos mais eminentes químicos deste século, traz no prefácio de seu livro sobre Termodinâmica Química, uma nova concepção de Ciência. “Existem antigas catedrais que inspiram solenidade e admiração. O trabalho de gerações de arquitetos e artesões foi esquecido, seus erros foram apagados ou ocultaram-se pela poeira dos séculos. Observamos somente a perfeição do conjunto final, impressionados por alguma atividade super-humana. Algumas vezes entramos num edifício em construção; então o barulho dos martelos, os gestos triviais entre os operários, nos faz compreender que estas grandes estruturas são apenas o resultado da dedicação do esforço humano em direção a um objetivo”. “A Ciência tem suas catedrais construídas pelo esforço de uns poucos arquitetos e de muitos trabalhadores”. Sempre foi assim, o trabalho antes, durante e depois de quem faz é esquecido. A glória é do descobridor ou inventor.
O TUPÃ – Não é um índio, mas o que foi o principal super computador do Brasil. Comprado em 2010 por US$ 23 milhões, o Tupã foi durante 8 anos fundamental no processamento e análise de dados do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Aí entrou o eterno problema dos governos, falta de verba. Dos 76 milhões previstos em seu orçamento, só 44,7 milhões foi liberado. Dos 31,3 milhões destinada pela Agencia Espacial Brasileira, foi repassado 26 milhões, mas não chegou. A Agencia jura que repassou. O Tupã vem operando através de “gambiarras”, com a instalação de computadores menores para ajudar em trabalhos que o Tupi faz. Sua aposentadoria é iminente. Vai causar um apagão de informações meteorológicas no Brasil e ficam prejudicadas decisões sobre segurança alimentar, energética e hídrica e impacto econômico e cientifico. O Tupã fornece dados processados para vários órgãos federais, como a Agência Nacional de Águas – Ana; Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha – DHN; Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica – Decea; Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden; Ministério de Minas e Energia; Ministério da Agricultura e Pecuária; Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. A falta desses dados vai prejudicar a agricultura, previsões climáticas, impacto econômico e científico, crise hídrica, controle do espaço aéreo, relatórios sobre mudanças de clima que o Brasil envia a ONU, que informa os países sobre variações climáticas. Vamos comprar um novo computador? Vamos! Mas kd a verba?
CIRURGIÕES – Cinco cirurgiões discutiam sobre os melhores pacientes para se operar. Gosto de operar contabilistas. Seus órgãos estão todos numerados e em ordem, diz o Dr. Cerebólio. Prefiro eletricistas, os órgãos estão codificados por cores, fala Dr. Pulmonando. Já Dr. Abdomélio prefere os bibliotecários, dentro deles está tudo em ordem alfabética. Nada disso responde Dr. Intestildo, os mecânicos possuem até órgãos de reserva para substituição. Dr. Politineldo contesta todos eles, pra mim não tem melhor que político, não tem coração, não tem estômago, não tem saco, não tem nada. E ainda pode-se trocar o cérebro pelo intestino que eles nem percebem. #### Mariveida morava em Tranqueira City e foi passear em S. Paulo, na casa da Tia. Quando voltou começou a sentir dores e desconforto. Foi ao Dr. Estrobôlio, único médico de Tranqueira. Este a examinou de cima a baixo e depois de baixo a cima e disse que ela podia estar com o mal de Chagas. – Mas como doutor? Onde peguei isso? – Você deve ter sido chupada por um barbeiro. – Desgraçado! Ele me disse que era engenheiro.
BIENAL 70 – A Bienal SP faz 70 anos. Um documentário foi produzido contando a história desde 1951, ano da primeira Bienal. Pode ser visto no podcast “Bienal 70”. A Bienal foi ideia ousada de Ciccilo Matarazzo, sobrinho do Conde Francisco, inspirado na Bienal de Veneza, sua referência, até então a única. Investiu boa parte de sua fortuna para viabiliza-la revolucionando a cena cultural de S. Paulo. A primeira foi realizada “na marra” e no improviso. Os artistas nacionais tiveram que pendurar suas obras e de artistas de fora nas paredes. Ciccilo viajou por vários países para convencer artistas a participarem. Trouxe para o Brasil quase 2 mil obras de 25 países, entre elas Picasso, René Magrite e Giacometti. Deve-se a esposa de Ciccilo, Yolanda Penteado, que apesar do nome andava despenteada, boa parte do sucesso dessa primeira Bienal. Em 1953, o casal partiu para a 2ª. Bienal com obras de Alexander Calder, Edvard Munch, autor do famoso quadro O Grito, de 1893, que continua gritando ainda, Marcel Duchamps… E dos brasileiros Di Cavalcanti e Alfredo Volpi. Mas o grande destaque, em tamanho, em arte e fama foi Guernica, de Picasso. Com quase 3 metros de altura e 8 metros de comprimento, Guernica, cidade basca, é um ícone da Guerra Civil da Espanha. A obra mostra a cidade sendo bombardeada. Militantes da esquerda, como sempre, falaram bobagens. O evento era parte do imperialismo americano e iria corromper nossos artistas. Piada! O secretário da Bienal de Veneza disse que desbancamos sua Bienal e fizemos em 2 anos o que eles demoraram 50 anos. Ciccilo Matarazzo foi um grande incentivador das artes. Entre seus feitos criou o MASP e o MAM.
O MAIS RICO – O brasileiro Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, acaba de se tornar o brasileiro mais rico do mundo, com uns “trocados” de US$ 19,5 bilhões, equivalente a quase R$ 100 bilhões. No ranking global ele está em 95º. lugar. Saverin nasceu em S. Paulo, em 1982, e se mudou para os EUA aos 10 anos. Estudou em Havard em 2004, ano em que junto com Mark Zuckerberg e mais três amigos fundaram o Facebook. Tempos depois ele saiu do Face, mas continuou com participação na empresa, de onde vem a maior parte de sua fortuna. Em 2012, ele renunciou a sua cidadania americana e se mudou para Singapura, onde os impostos são bem menores. Saverim, 39 anos, ultrapassou Jorge Paulo Lemann, 81 anos, que hoje é o segundão mais rico do Brasil, com “apenas” US$ 19,4 bilhões. Assim como ele Lemann também estudou na Havard. Então, quer ter chance de ser milionário, estude em Havard.
ESCOLA CHINESA – A turma da teoria da conspiração vai adorar essa. Foi aberta a primeira Escola Chinesa Internacional, no Rio. “Tá vendo! Eles vão tomar conta do Brasil. Já começaram abrindo escola chinesa”. A escola foi financiada por empresários chineses no Brasil com investimento de R$ 3 milhões, com apoio do governo chinês. A educação será a básica chinesa e em três línguas: mandarim, português e inglês. Haverá tablets para os alunos, notbooks, quadro negro digital e até um robô que conversa com os alunos em mandarim. Vão abrir uma escola também em S. Paulo onde se concentra o maior número de chineses. O Brasil tem dezenas de empresas chinesas e 300 mil chinas, notadamente em S. Paulo e Rio. Os chinas querem uma escola com educação integral para capacitar seus filhos brasucas a ter acesso as universidades chinesas, americanas e europeias. Com o currículo e o ensino em nossas escolas seria quase impossível ingressar em universidades de outros países. Talvez na Bolívia, Venezuela, Equador… O currículo chinês é muito mais avançado que o nosso. Por exemplo, matemática: o que os alunos chineses aprendem no 2º. ano, aqui se aprende no 5º. ano. Haverá aulas de cultura e tradição chinesa, com ensinamentos de Confúcio. Aqui seria impossível, nossos alunos fariam muita “confucião”. A cultura brasileira, porém, será ensinada também. Aulas de História e Geografia seguem nosso currículo, exigência do Ministério da Educação. A China lidera o ranking mundial da educação do Pisa, nas três categorias: Leitura, Ciências e Matemática. São 50 alunos matriculados: 60% brasileiros, 30% chineses e 10% americanos e europeus. Os alunos ficarão de 8 a 10 hs na escola. Mensalidades em “promoção” entre R$ 4 mil a R$ 8 mil reais. Não é para qualquer bolso.
ROUBALHEIRA – Veja essa história em Recife, cidade que eu adoro. A Prefeitura é investigada pelo Tribunal de Contas do Estado por suspeita de ter comprado em 2020 material hospitalar, sem licitação, com indício de superfaturamento. Compras feitas em regime de urgência devido a pandemia. O TCE-PE mostra que a Prefeitura pagou valores acima da média em vários itens como seringas, luvas cirúrgicas e insumos do kit intubação. Os valores estariam superfaturados em mais de R$ 10 milhões. A compra poderia abastecer a rede de saúde de Recife por anos e anos. O Ministério Público investigou e os auditores constataram que na Secretaria da Saúde alguns itens foram adquiridos em quantidades astronômicas. Os componentes do kit intubação foram comprados sem licitação com valores 175% acima de preços do mercado. Com base na média de uso de 2020, poderia atender as demandas da Prefeitura de Recife por 723 anos. Boooeeenggg!!!
CINEMA EM CASA – “A Negociação” é um filme com o astro Richard Gere, o queridinho das mulheres. Ele é um magnata que precisa vender seu império antes que suas fraudes sejam descobertas. Às vésperas de fechar a venda ele e a amante sofrem um acidente causando a morte dela. Para não prejudicar o negócio ele esconde a tragédia. Um investigador, porém, vai atrás para descobrir o responsável, pondo em perigo a venda de seu império. Com Richard Gere, Brit Marling, Susan Sarandon, Tim Roth. Um bom passatempo com um certo suspense. A pipoca e a cerveja de sempre para acompanhar. Se preferir vá de streaming. Lançado em 2019, APPLE TV + traz bons filmes e séries por R$ 9,90 mensais. Dá uma olhada. Filme: Greyhound, com o sempre ótimo Tom Cruize. Série: The Morning Show com a sempre linda e boa atriz Jennifer Aniston, Reese Witherpoon e Steve Carrel. Tem 10 episódios na primeira temporada. É sobre um telejornal que fica numa gangorra após a saída de seu âncora. Para quem gosta de suspense e sobrenatural, Servant, com duas temporadas ambientadas quase todas na casa dos protagonistas. Terror? Love – A História de Lisey, adaptado de livro do mestre terrorífico Stephen King. Depois me conta o que achou.
HAMBURGUER FAKE – Sabe qual é a receita de um “hamburguer” vegetariano? Vai saber agora. Água, proteína de ervilha, óleo de coco, óleo de girassol, fibra de bambu, cacau em pó, sal, suco de beterraba em pó, chia desengordurada em pó, espinafre em pó, ferro, zinco, vitamina B12, B9, B2, estabilizantes e aromas naturais. Esse hamburguer participou de uma degustação entre vegetarianos para escolher o melhor entre vários outros. Esse se saiu bem, recebeu notas acima da média em todos os quesitos. Ressalvas e elogios: aroma, para alguns pareceu artificial (e deve ser mesmo), suculência com direito a “sangue” de suco de beterraba e boa textura. “Dentro de um sanduba é fácil passar por um burguer de verdade”. Bem, quem come um hamburguer por ano nem vai achar que é fake. Com tudo isso, mesmo assim ficou em 2º. lugar. O vencedor tem quase os mesmos ingredientes desse “segundão”, acrescido de carvão vegetal para dar cor. Pra mim é tudo gororoba. Prefiro uma omelete.
