Café Minuto – Geração Baby Boomers

VARIANTES – O corona é problema para todos. Como na vida real afeta cada um de modo diferente. Para alguns é o momento Zen, de meditação, paz, chacras. Para outros, férias. Para muitos como pagar as contas?! Para lojistas, obrigados a fechar lojas. Gente que na Páscoa pensava em qual ovo comprar, Nestlé ou Kinder? Outros preocupados: vai ter pão e arroz com feijão até o fim de semana? Desempregados que se juntam a outros milhões de desempregados. Alguns no home office, no conforto de casa ou praia. Outros catando lixo procurando restos de alimentos; muitos rezando para voltar a trabalhar, o dinheiro está no fim. Os de vida mansa com reserva financeira criticam os que querem trabalhar. Os mais humildes mantém a fé em Deus na esperança de que tudo vai melhorar. Os otimistas afirmam, o contagio vai diminuir daqui a uma semana; os pessimistas dizem que o pior nem chegou. Esse é um momento de união. Deixe críticas e desavenças de lado, a politica e a ideologia no cofre, respeite todos, ajude os vulneráveis, não julgue ninguém. “Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é”.

MORAIS MOREIRA – Partiu do mesmo modo que um querido amigo na véspera desse último Natal. Assim, de repente, infarto agudo. A vida é cruel! Aproxima e afasta as pessoas sem cerimônia. OK. Sabemos que todos vão embora. Mas que diacho! É ruim encarar a morte. desse jeito? Morais Moreira foi o gás e líder dos Novos Baianos com Baby, Pepeu (um dos melhores guitarristas do mundo), Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, seu principal parceiro de música. É a melhor banda brasileira de todos os tempos. Gravaram grandes discos, entre eles “Ferro na Boneca” e o aclamado “Acabou Chorare”, escolhido o disco mais importante do Brasil em votação de especialistas da revista Rolling Stone, em 2007. Depois de 6 anos com Os Novos Baianos, deixou a banda e partiu para uma bem sucedida carreira solo. Participou de programas de TV, fez trilhas para novelas e lançou 41 discos. Revolucionou a música brasileira, com um novo som mostrando que não havia limites para a mistura de vários gêneros.  Deu pitadas de rock ao Samba, Bossa Nova e ao Samba de Roda; misturou Frevo com MPB, Baião com Choro. Ganhou notoriedade e respeito entre os músicos brasileiros. Foi inovador no Trio Elétrico de Dodô e Osmar, que até então só faziam som instrumental. Morais então passou a cantar compondo vários sucessos, como Pombo Correio e Festa do Interior. Fez da música seu mundo. Deixa saudade e um grande legado musical. Tchau Morais Moreira!

RUBEM FONSECA – Outro que foi embora de infarto. Mas ele tinha 94 anos, Morais Moreira com 72 tinha muita estrada pela frente. Não importa a idade, porém, famoso sempre deixa comoção, saudade e legado. Faz falta. Mineiro, mas carioca de coração, foi para o Rio com 8 anos. Escreveu contos e livros sobre a luxúria e a violência urbana. Seus livros precisam ser lidos de luvas para não sujar a mão de sangue, pegar com cuidado para não cair sangue no chão. Não é crítica, mas ênfase as suas histórias. Ele foi comissário de polícia, no Rio, e muitos fatos vividos nessa época, anos 50, foram transpostos para seus livros. Marginais, assassinos, miseráveis, prostitutas, delegados, se misturam em suas histórias. Ele criou um protagonista em alguns de seus livros, o advogado Mandrake, cínico, imoral e conhecedor do submundo carioca. Mandrake virou série na HBO. Em 2003 ganhou o prêmio Camões, o mais prestigiado da literatura de língua portuguesa. Alguns de seus livros clássicos: O Caso Morel, Agosto, Feliz Ano Novo, A Grande Arte, O Cobrador e Pequenas Criaturas. Com quarentena, a TV está em alta. Saia da frente dela e leia um de seus livros. Descanse em paz Rubem Fonseca.            

NA DROGARIA – Da. Emerdiana, 84 anos entra da drogaria. – Vocês têm analgésico? – Temos senhora. – Remédio para reumatismo? – Sim temos. – E para a memória? – Também temos. – Creme anti-rugas? – Temos. – Viagra? – Sim. – Gel para hemorroidas? – Temos sim. – Fraldão descartável? – Temos. Têm antidepressivos e soníferos? – Têm sim. – Vocês têm… – Minha senhora, aqui é uma drogaria. Nós temos tudo isso e muito mais. O que a senhora deseja? – E que vou casar no fim do mês e meu noivo tem 88 anos e nós queríamos deixar nossa lista de casamento.

SOGRA – O cara chega em casa, após o enterro da sogra. Sai para tomar um café na padoca e ao passar por uma construção um tijolo cai e quase acerta sua cabeça. Ele olha pra cima e grita – Já chegou aí jararaca? E continua ruim de pontaria.

BELEZA – Joãozinho pergunta – Mãe, porque é que todo dia a senhora toma banho, se arruma e faz maquiagem? – Ah, meu filho! É pra ficar mais bonita! – E porque não fica?

DESIGUALDADE – Está sempre em destaque, desde que eu aprendi a ler. Um livro “Factfulness – O Hábito Libertador de Só Ter Opiniões Baseadas em Fatos Reais”, do estatístico sueco Hans Rosling, desmistifica essa história. O livro está na lista dos mais vendidos na Europa e nos EUA. Bill Gates, com seus “parcos recursos” comprou 3,6 milhões de cópias digitais para distribuir nas universidades por aí. O livro muda o foco da renda absoluta para o que as pessoas conseguem comprar com o que ganham. As planilhas do seu Rosling publicadas em seu livro mostram que 6 em cada 7 pessoas do planeta tem um padrão de vida decente com conforto. Isso significa filhos na escola, eletricidade, água, e gastos em lazer, como passeios, e até viagens de férias. A desigualdade não é tão extrema como sempre dizem e é menor do que se imagina. 80% das mulheres usam contraceptivos, igualmente 80% da população estão protegidos por vacinas e dispõem de água potável. Os estudos do seu Hans tiveram tanto impacto que o Banco Mundial mudou a classificação dos países entre desenvolvidos e em desenvolvimento, criando 4 subdivisões de renda redefinindo níveis de classe social e desigualdade. Sim a pobreza continua, mas os números mostram que houve uma melhora de 50 anos para cá. A miséria caiu de 50% para 9%. E agora? Será que seu Rosling esteve no Brasil?

OS JOVENS – Se você não é jovem, já foi. Os nascidos antes de ontem são diferentes dos nascidos ontem que são diferentes dos nascidos de hoje. Pesquisa realizada com 11 milhões de jovens durante décadas foram publicadas no livro iGen, da psicóloga americana Jean Twenge. Nascidos entre 1946 e 1964 é a Geração Baby Boomers. Saiam sozinhos três vezes por semana, em média. Queriam ter seu carro logo, 9 entre 10 tiravam habilitação aos 18 anos. 75% deles trabalhavam, além de estudar. 60% liam livros diariamente. Assistiam TV 3 horas por dia de 2ª. a 6ª. feira. Geração X nascidos entre 1965 e 1981, namoravam frequentemente, 3 entre 4 saiam acompanhados (hoje é metade disso). Foram os que mais tentaram fugir de casa, 8 em cada 100, entre 14 e 16 anos. 70% liam muitos jornais e revistas. Adoravam ir ao cinema, 70% iam no mínimo uma vez por mês. Eram grandes festeiros, dedicavam 6 hs semanais a festas e baladas com amigos. Próxima semana falo da Geração Millennials, nascidos entre 1982 a 1995 e da Geração I, nascidos entre 1996 e 2012. Em qual geração você se encaixa? Eu sou da X.

CINEMA EM CASA – Um filmaço para ver ou rever: A Lista de Schindler, de Steven Spielberg, está entre os 10 melhores filmes americanos da história e um dos melhores do mundo. Recebeu 7 Oscars em 1995, entre eles, os mais cobiçados: melhor diretor e melhor filme. Precisa dizer mais? A história é real. Oscar Schindler, empresário, influente no Partido Nazista, viu durante a 2ª. guerra oportunidade para enriquecer mais ainda. Subornando oficiais da SS conseguiu abrir uma fábrica e contratou judeus para a mão de obra pagando baixos salários. O que parecia ser um negócio milionário transformou-se numa ajuda humanitária. Ele abdicou de sua fortuna para salvar a vida de mais de 1.000 judeus do extermínio em campos de concentração nazistas. Um filme emocionante que fez enorme sucesso de público e crítica em 1.994.

BOAS NOTÍCIAS – Coronarianas. Vários países estão pesquisando remédios para matar o Covid 19.  Aqui a pressa não é inimiga da perfeição, há vidas em jogo. E muitos deles já mostraram eficácia na fase de testes em laboratórios. Até “nóis” entramos nessa. Nossos cientistas descobriram um remédio que mostrou eficiência de 94% em testes “in vitro”, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, da Unicamp. Com esse resultado foi liberado para testes clínicos em 500 pacientes do Covid 19, durante 4 semanas. Acelera Brasil! Aí vêm críticos. Um deles, dizendo que não deviam divulgar nada, vai gerar expectativa em pacientes e na população. Outro fala que a noticia é coisa de galinha: sai cacarejando quando bota ovo. Crítica é ganha pão do crítico. Mas há dois tipos de críticas, a negativa, para destruir e jogar fora, e a positiva para construir e exaltar. Esse caso aí é dispensável com esses comentários idiotas. Essa notícia vem do Reino Unido. Da. Rita Reynolds, 99 anos, recebeu alta de covid 19 de um hospital em Liverpool, com festa. Ela nasceu pela 3ª. vez. A primeira, como todos nós nascemos, a 2ª. quando uma bomba alemã caiu e explodiu ao lado de sua casa, na 2ª. Guerra, a 3ª. foi a alta médica do corona. Da. Rita vai longe dos 100!

BRIGA BOA – A Ambev faz parte do grupo belga AB-InBev, dona da marca Stella Artois, é a maior cervejaria do mundo. Aqui no Brasil já chegou a ter 80% do mercado. Desse número eu contribuí com 0,000000000001%. Com essa liderança é natural que um dia chegue um concorrente forte e bem estruturado. E esse dia chegou! A Heineken, a 2ª. cervejaria do mundo, com vinculo na F1 e na Liga dos Campeões da Uefa, está aí com uma estratégia diferente, sem bater de frente com a Ambev. A Heineken é uma cerveja de qualidade, para consumidor com o bolso recheado que pode pagar mais. Mesmo assim incomodou a campeã da Ambev, a Brahma. O golpe foi sentido. Seus papéis recuaram 4% na Bolsa, seus lucros têm despencado para se manter competitiva no mercado. Em 2019 essa margem foi de 21,9%. A Ambev continua líder absoluta entre as faixas de público de renda mais baixa, mas sua participação no mercado vem caindo a cada ano, hoje detêm pouco mais de 60%. A Heineken, com suas três marcas premium, a própria, a Amstel e a Devassa, com preços mais altos, chegou a números de dois dígitos em seu lucro e a 20,8% de participação no mercado. Está looonge da Ambev ainda, mas a performance da Heineken vai tão bem que o Brasil passou a ser o maior mercado da marca no mundo. Vai uma Heineken aí?

ZOADO – 2027. Garoto de 7 anos chega da escola bravo. “Mamãe, meus colegas me zoaram hoje Falaram que meu nome é por causa de um vírus que surgiu no mundo que matou gente. É verdade mãe”? É mentira deles Alcogelson.