Café Minuto – Elefante Branco

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Dilma não tem mais condições de governar. Além da falta de credibilidade, problemas políticos, econômicos e baixíssima popularidade, o seu lado emocional também está batendo pino, principalmente depois do impeachment rondar o Planalto. Ela sempre foi casca grossa, mas agora seus assessores andam pisando em ovos com seus destemperos: irascível, agressiva e falando palavrões aos montes. Nem com seu “criador” e “senhor” a conversa tem sido tranquila. Num de seus acessos reclamou de traidores e prometeu vingança. Ela quer ver o diabo, mas não quer ver Moro pela frente. Quando recebeu a notícia da negociação de delação da Odebrecht, quebrou um móvel de seu gabinete, segundo um membro do alto escalão. Sobra até para os pilotos do avião presidencial. Em uma das viagens depois de uma forte turbulência foi à cabine dos pilotos e aos berros destratou-os.

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A presidanta deixa transparecer que a desaprovação recorde de seu governo é apenas detalhe, não está preocupada com a opinião pública. Seu foco é o impeachment, quer continuar no governo a qualquer custo e se conseguir, vai punir quem considera seus inimigos. No desespero instalou um mercado de troca, oferece verbas e cargos para conseguir votos contra o impeachment. Nem se importa mais com o estouro do orçamento e não está nem aí com processo sobre suas contas do TCU. O jeito abrutalhado e temperamental de Dilma lidar com situações imprevistas não é novidade. Desde que assumiu o primeiro mandato esse é seu “modos operandi”. Mas agora extrapolou. É nas crises que se distingue um grande governante, um grande líder. Quando exacerba o tom com gritos, berros, ofensas, a autoridade vai parar no chinelo. Essa é a presidente que o Brasil tem hoje. Ah! Ela toma rivotril e olanzapina para acalmar seus ânimos. Mas parece que não está adiantando. Imagine agora com o parecer favorável ao impeachment do relator da Câmara, vai precisar dobrar as doses dos remédios e tomar mais alguns.

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Joaquim andava distraído pela rua e de repente cai num buraco aberto pela prefeitura. Acionaram o resgate imediatamente.
“O senhor pode ouvir? Vamos jogar uma corda, o senhor vai agarra-la e nós vamos puxa-la.”
“Não dá gajo, quebrei os dois braços”. “
Então vamos jogar a corda com um laço e o senhor coloca em volta das pernas.”
“Também não dá, quebrei as duas pernas também.”
“Só tem um jeito. O senhor morde a corda.”
Joaquim enfiou os dentes na corda e foi sendo puxado. Quando estava quase chegando em cima o bombeiro gritou: “Tá tudo bem aí?” “Táááááááááá…

separador_flavio## Dois casais de Alentejo conversavam sobre traição. Lá pelas tantas Manoel diz a Joaquim:
“Sabes o que eu queria? Que caísse uma chuva forte arrastasse todos os cornos da cidade.”
Maria, sua esposa intervém:
“Olha Manoel, não fales assim! Tu bem sabes que não sabe nadar.”
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Quando se descobriu o pré-sal foi um oba oba. Seríamos auto suficiente em petróleo e poderíamos até exportar. Hoje… A Petrobrás está quebrada, o barril a 30 dólares, e para extrair o óleo do fundo do mar, que é caríssimo, o barril precisa estar acima de 45 dólares. O desenvolvimento no país para exploração é exclusivo da Petrobrás, que é obrigada a usar conteúdo nacional com custos elevados, por conta de ideologias retrógradas. As reservas do pré-sal são das mais lucrativas entre as recentes descobertas, considerando-se suas dimensões e produtividade. Se estivem em outro país, menos complicado que o nosso, seriam exploradas rapidamente, mesmo com preços baixos. Sorte da Arábia Saudita, o maior produtor mundial, menos um concorrente. E com custo baixo para extrair seu óleo, mesmo se o barril chegar a 5 dólares ainda assim ganharia dinheiro. E nós aqui encomendando sonda pelo dobro do preço do mercado. Mas se não fosse por essa e outras bobagens, como manter o título de país do futuro?
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Dunga é um técnico medíocre. Em 2010, sem experiência nenhuma, fracassou e volta em 2015. De lá para cá o que ele aprendeu? Melhorou? Evoluiu? Fez algum curso? Estágios em clubes europeus? Aprendeu novas táticas? Que clubes ele dirigiu? Ganhou algum campeonato? A resposta é não a todas as essas perguntas. Passou cinco anos coçando, interrompido com uma rápida e desastrosa passagem pelo Inter de Porto Alegre, e foi mandado embora. E continuou coçando. Pois com esse “currículo” foi novamente chamado. Dunga escala mal, não conhece tática, é incapaz de mudar esquema de jogo durante a partida, é teimoso e presunçoso. Enfim uma anta futebolística. Veja os resultados da seleção até agora. Qualquer outro técnico, por pior que seja, é melhor que Dunga. O pior mesmo, porém, são os dirigentes da CBF voltar a insistir num arremedo de técnico. O que será que eles têm na cabeça? Quer que eu responda?
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O confronto que se vê hoje teve início com o discurso cretino do “nós contra eles” insuflado pelo ParTido. Hoje culpam o “eles”, mas ora… ora… Continuam com discursos agressivos do “nós”. Um dirigente do MST prometeu que a militância tomará as ruas em caso de “guerra” e de que é preciso radicalizar. Um líder de movimento social, durante uma cerimônia no Planalto, discursando contra a oposição, incitou a invasão de fazendas de parlamentares que apoiam o impeachment. O coordenador do MTST, afirmou que em caso de impeachment ou se Lula for preso, o Brasil não terá um dia de paz, será incendiado com greves, ocupações e protestos. Até o presidente do ParTido disse que desejam a paz, mas não temem a guerra. Mas que guerra! A guerra está na cabeça deles que tem medo de perder o poder. E para isso são mesmo capazes de ir à guerra para manter suas “conquistas”.
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Dois atores que eu gosto são os protagonistas de “Conspiração e Poder”, Kate Blanchet e Robert Redford. Kate é produtora do programa “60 Minutes”, da CBS, e em 2004, pouco antes da eleição que levaria George W. Bush a um segundo mandato, cai em suas mãos uma informação importante. Bush teria dado um “jeitinho” para escapar de lutar no Vietnã (provavelmente foi assessorado por um brasileiro). Kate, então, reuni uma equipe de repórteres para juntar provas e consegue uma cópia do documento que confirma a pilantragem. Redford é o apresentador do “60 Minutes”, que no dia seguinte levou a matéria ao ar. O filme segue a linha do jornalismo investigativo de Spotlight, vencedor do Oscar de melhor filme desse ano, mas com foco nas consequências que o furo de reportagem produziu. Não é filme para pipoca, mas fica ao seu critério. Depois não diga que não avisei!
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O Ministério Público pede a condenação de Zé Dirceu e mais 14 investigados da Lava-Jato, entre eles, Vaccari Pixuleco, o tesoureiro do ParTido. Dirceu não é mais réu primário, portanto, deixe crescer a barba e ponha de molho. Pode pegar uma boa cana, mas nada que chegue a uns 50 anos. Pixuleco, réu primário deve ficar engaiolado menos tempo, nada que chegue a 30 anos.
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Elefante branco é o nome que se dá a coisas inúteis. A expressão é originária da Tailândia, onde o elefante é sagrado e eram presenteados como prova de amizade. Depois se tornavam um enrosco para quem ganhava pelo alto custo de manutenção e sua inutilidade. Virou sinônimo de tudo que não serve pra nada, como um presente que ganhamos, da bugiganga que compramos por ser novidade… Entretanto elefantes brancos é especialidade de governos. Tá cheio de obras caras sem uso ou com uso abaixo do que foi previsto (previsão não é o forte dos governos). Em grandes eventos, principalmente esportivos, é onde mais surgem elefantes brancos. A Copa do Mundo de 2014 deixou alguns: Arena Pantanal, Manaus, das Dunas… Construir arenas nesses locais foi jogar dinheiro fora e chamar o elefante branco. Centros de treinamentos, muitos dos quais nem foram terminados, e obras de mobilidade também viraram paquidermes. Na Olimpíada do Rio espera-se mais uma manada desses grandalhões. Está na lista o conjunto de três estádios, as Arenas Cariocas, com competições de basquete, judô, luta livre, entre outras modalidades; as quadras do Centro de Tênis e o complicado velódromo, a obra mais atrasada. Como consolo, em todas as cidades onde se realizam esses eventos há elefantes brancos.
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Quando os PeTralhas estavam na oposição viviam apoiando pedidos de impeachment. Foram mais de 50 contra Collor, Itamar e FHC. Para eles não era golpe, nunca pronunciaram essa palavra, mesmo que certos pedidos fossem bisonhos. Não estavam preocupados com bases jurídicas e os 2/3 na Câmara. O impeachment não se fazia no Congresso, mas na sociedade, bastava o povo ir às ruas e pedir a saída do presidente. A mídia também não era golpista e nem apoiava as elites. Hoje estão do outro lado e negam tudo o que defendiam, agora é golpe! E a velha história da pimenta vermelha: no fiofó dos outros é refresco. Agora tá ardendo, né!
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