Café Minuto


O DINHEIRO… –
Não traz felicidade. Manda buscar (ou levar). A falta de UTIs em Manaus e Belém tem feito famílias de pacientes de corona utilizar UTIs aéreas para transporta-los a Brasília ou S. Paulo para internação em UTI dessas cidades. O aumento na procura desses voos aumentou 30% em média. Em algumas empresas chegou quase a dobrar. Um voo em UTI aéreas de Manaus para S.Paulo custa a partir de 80 mil reais; de Belém a Brasília, o voo BB, em torno de 40 mil. Mas podem ser maiores e quase sempre são. Depende da empresa, da distância, complexidade do estado do paciente, tipo de aeronave (avião movido a pedal, os preços despencam), equipamentos, equipe de bordo e infraestrutura no local de embarque e desembarque, entre outros. Nesses casos pode custar a partir de 120 até 200 mil. Planos de saúde Top cobrem o custo, mas a maioria dos voos é particular ou pago por grandes empresas. Também fazem voos internacionais a nossos países vizinhos para transportar pacientes coronáticos ou suspeitos até S. Paulo. No entanto, em certos casos, uma empresa tem 85% de seus voos para o SUS para transportar covidianos 19 de comunidades afastadas da Amazônia. Ninguém sabia disso.

MORADIAS AQUÁTICAS – O aumento da temperatura no Globo já é realidade.  O Acordo de Paris prevê que o nível dos oceanos aumente 24 cm até 2050 e cerca de 40 cm até 2100 (Pô! Sacanagem, não estarei aqui pra ver). Pensando bem não é muito, mas o suficiente para 1,4 milhão de pessoas no Brasil e bilhões no mundo percam suas casas. Mas o ser humano sempre conseguiu, até aqui, a superar problemas ocasionados pela natureza e por ele próprio. E já surgiram ideias. Construir casas flutuantes na água de mares e rios. Para isso é preciso criar técnicas específicas para construções aquáticas. Um arquiteto dinamarquês, Bjarke Ingels, já entrou na onda. Ele apresentou em 2019 um Ted Talks (abaixo explico o que é) um projeto mirabolante de uma cidade boiando nos mares, chamado Oceanix City. A imaginação foi dele em parceria com a ONU e o MIT – Instituto Tecnológico de Massachusetts. A Oceanix City seria montada sobre módulos com dois hectares cada, com 300 residentes e iria se expandir, através de mais módulos, como se fosse peças de montar, até formar uma cidade de 10 mil habitantes. Cada módulo terá capacidade de produzir sua própria energia, gerenciar seu suprimento de água, cultivar sua comida e controlar seus resíduos. Alguns módulos teriam estufas com pequenas fazendas comunitárias. Abaixo dos blocos flutuantes, a ideia é ter viveiros de corais, mariscos, algas, ostras e outros, para regenerar seu ecossistema. Uma cidade boiando sobre as águas.

TED TALKs – É uma conferência, discurso, uma explanação, curta de 18 minutos com a intenção de apresentar uma ideia. São excelentes para fazer bons discursos. Alguns dos maiores oradores do mundo se apresentam usando o Ted Talk falando sobre os mais diversos assuntos. E porque 18 minutos. É o tempo que todos ficam atentos ao que é falado, a partir daí a atenção dos presentes começa a oscilar. Ted é uma organização surgida há 26 anos, na Califórnia, sem fins lucrativos, dedicada a ideias que merecem ser compartilhadas. Eles possuem um site Ted.com em que diariamente são postados conferencia de pensadores, empreendedores, personalidades do mundo todo que são convidados a dar a melhor de suas palestras de suas vidas dentro dos 18 minutos. Em sua próxima apresentação, já sabe, use o Ted Talk. Acesse o site com todas as informações de como usar o método.

O CASAMENTO – Depois de 20 anos de casamento, Doceneuda, tira do baú a camisola que usou na noite de núpcias e veste para tentar resgatar o interesse do marido. “Amoor! Lembra dessa camisola”, diz toda sensual. Creontino tira os olhos da TV e diz: “Sim, É a camisola que você usou na nossa primeira noite”. “Lembra do que disse quando me viu?” “Quero transar com você até te deixar acabada”. “E agora depois de 20 anos o que você me diz?”. Ele olha bem pra ela e responde: “Missão cumprida”.

BAT MORCEGO – O morcegão chamou seus três filhos. Quero saber qual de vocês é o mais rápido para encontrar sangue. Pegou o cronômetro e mandou mais velho ir primeiro. 20 minutos depois ele volta com cara suja de sangue. “Pai tá vendo aquela morena? Bebi todo o sangue dela”. “Muito bem!” disse o pai. O filho do meio foi o próximo. 15 minutos e ele volta com a cara suja de sangue. “Pai tá vendo aquele cavalo murcho? Então tomei todo o sangue dele”. Chegou a vez do caçula. 10 minutos depois ele volta e também com cara suja de sangue. “Pai tá vendo aquele muro lá embaixo?” “Estou”. “Pois é pai, eu não vi”.

VIVA O CINEMA – Randal é um querido amigo que trabalhou comigo, sua mesa era ao lado da minha. Semana passada ele me manda uma mensagem lembrando um fato curioso comigo. Comentou que eu fazia fichas dos filmes que eu via: título, diretor, atores, resumo e data. Nunca pensei que ele lembrasse depois de tanto tempo. Bem, o propósito dele foi sugerir que eu fizesse um Café semanal indicando filmes das milhares de fichas que eu tenho. Que, aliás, continuo até hoje fazendo essas fichas. Faço essas fichas desde o inicio dos anos 60, imaginem o que tenho de fichas. E não tenho mais porque perdi muitas devido a mudanças e outras bobagens de pessoas. Randal sugeriu até nome: Claquete do Flavio. Meu amigo, semanal não dá pra fazer. É trabalhoso mexer no baú, escolher um filme entre tantos e depois escrever em enviar. O que também dá trabalho enviar para quase 500 pessoas que recebem o Café Minuto. Mas em homenagem a você, vou adotar o nome sugerido Claquete do Flávio e vou indicar a cada Café um filme de meu baú. Abração amigo.

CLAQUETE DO FLÁVIO – Escolhi como primeira sugestão um filme brasileiro: “Todas as Mulheres do Mundo”, de 1966, comédia dirigida por Domingos de Oliveira. Esse é do baú mesmo! Protagonizada por Paulo José é um raro filme que fez sucesso, na época, de público e crítica. Ganhou o prêmio do Festival de Brasília e em 2015 entrou para a galeria dos 100 melhores filmes de nosso cinema. A trama começa com Paulo (nome do personagem) contando a história acontecida com ele e Maria Alice (Leila Diniz). Numa festa de Natal em seu apê, ele conhece Maria Alice e seu noivo, Leopoldo. Paulo se apaixona por ela e faz tudo para conquista-la. Consegue, ela larga de Leopoldo e ele termina casos com inúmeras mulheres e passam a morar juntos. Com o tempo, Paulo tem saudade de sua antiga vida e Maria Alice ainda tem muito carinho por Leopoldo. O elenco tem belas mulheres: a saudosa Leila Diniz, Joana Fomm, Hildegard Angel, Isabel Ribeiro, Ana Maria Magalhães, Ivan Albuquerque e o grande Flávio Migliaccio, que a pouco nos deixou. Procure na internet que está lá ou talvez em DVD, nas poucas locadoras que insistem em existir. A Globo Play lançou uma série baseada no filme com cenas quentes e ousadas. Disponível para os assinantes. O filme ou série merecem uma boa pipoca no sofá.

DAQUI PRA FRENTE… – Tudo vai ser diferente… O mundo não será mais o mesmo depois do corona. A música, por exemplo, começa a sofrer mudanças. Os brasileiros adoram música e ela continuará importante, mas agora estão ouvindo em casa. Shows esse ano, sem chances. E quando voltarem em 2021 nada será como antes. Aquela turma que transformam shows em festa, a queda tem sido brutal. Hoje é só live. Músicas que falam palavrões e palavrinhas, bebida e sexo, como funk, estão descartadas. As novas músicas deverão estar voltadas aos tempos atuais. Outra tendência é olhar o passado, que nem é tão passado assim, e ouvir clássicos que falam tudo o que não podemos fazer hoje, proximidade, carícias, intimidade, beijo… O amor será distante, estará em sonho. Lançar música hoje pensando em sucesso, só se for de foguete, vai para o espaço. Canções eternas também vão sair do baú. Com ritmos acontece o mesmo: o funk, música atual, despenca na preferência. Já nosso velho e bom samba continua o mesmo de sempre. Mudou? Sim mudou, mas pouco. Sua batida, seu balanço, continua mexendo com os brasileiros. Música eletrônica então… É música para se ouvir no volume máximo, tocada em baladas. Se quiser ouvir tranque-se no quarto e dance na frente do espelho. Porém, os grandes artistas continuarão grandes. Os iniciantes terão que dar marcha ré e recomeçar do zero.

PARTIDAS – Faz duas semanas que dois talentos de nossos meios artísticos partiram. Mas não posso deixar de registrar. Merecem! Flávio Migliaccio 85 anos, grande ator, fez teatro, cinema e TV, com 60 anos de estrada nos deixou sem ser chamado lá em cima. Cansou desse mundo e da velhice que o incomodava. Querido pelos colegas e pelo público deixa saudades pelos seus inúmeros personagens. Tchau Xará! Descanse na paz dos céus. Aldir Blanc 73 anos, deixou um legado de 600 canções, vários sucessos, entre eles, o clássico O Bêbado e a Equilibrista imortalizada na voz de Elis Regina. Ele foi chamado lá de cima, através do corona. Teve vários parceiros, o principal deles, João Bosco. Era um poeta, seus versos para as músicas de seus parceiros são poesias que caberiam num livro. Adeus Aldir. Fique em paz no céu. SentimentoSabe toda vez que um artista, alguém do meio cultural de talento, com muitos anos de estrada, vai embora, eu fico… assim… meio parece que não sei. É um sentimento difícil de explicar, alguma coisa de tristeza, saudade… Talvez porque a pessoa indiretamente faça parte de nossa vida. A gente vê na TV, no teatro, cinema, ouve suas músicas, lê seu livro, suas entrevistas, assiste a shows… Ou seja, está presente. E de repente ele vai embora! E aí? Sobra um vazio.  O consolo é seu legado que será eterno.

PISCINA COLORIDA – Novidade! Piscinas vermelhas, rosa, amarela, vinho… Você escolhe a cor. Sim, a novidade veio de fora, endinheirados e alguns hotéis no exterior já instalaram piscinas coloridas e já chegou aqui. No Rio já tem duas piscinas coloridas, uma delas é vermelha e a outra um rosa arroxeado. O Hotel Unique, em S. Paulo, já tem a sua. Quem já mergulhou numa delas curtiu. Mas afinal como pode uma piscina ficar colorida? Vou contar. A água continua a mesma de sempre, azulada, e para ficar colorida existem duas técnicas. Uma delas é o revestimento que vai deixar a cor para sempre na sua piscina. Quer vermelha? Aplique azulejo vermelho. Amarela, azulejo amarelo. A outra é a instalação de luzes de Led, que pode ser controlada conforme a cor que se queira. Para a primeira, o ideal é usar o revestimento colorido quando está se construindo a piscina, ou se já existe, quebrar o atual e instalar o desejado. Demorado e caro. Mas é uma cor que ficará para sempre, ou vai querer trocar tudo daqui a alguns anos? O Led tem a vantagem de colorir na cor que quiser e quando quiser. Estou pensando em colorir a minha, o problema é que não encontra o azulejo na cor que eu quero, amarelo beterraba, e nem em Led tem.