Brasil reafirma sua força no mercado de carne bovina em 2024

O ano de 2024 foi marcado por mais um desempenho histórico do Brasil nas exportações de carne bovina. Com o aumento expressivo no faturamento e volume embarcado, o país voltou a consolidar sua posição de líder mundial do setor. Os recordes de produção, aliados ao cenário favorável no ciclo pecuário e a demanda internacional aquecida, impulsionaram o bom momento.

A produção de carne bovina em 2024 estava prevista para atingir 11,37 milhões de toneladas, de acordo previsão da Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) disponibilizada em março. Nas exportações, a previsão era de 2,955 milhões de toneladas.

O cenário positivo se confirmou. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), no ano o Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas, gerando uma receita de US$ 12,8 bilhões. Esses resultados representam um crescimento de 26% no volume e 22% no faturamento em relação ao mesmo período de 2023.

O crescimento das exportações de carne bovina em 2024 pode ser explicado, principalmente, pelo ciclo pecuário favorável, que possibilitou um aumento na oferta de animais prontos para o abate. O maior volume ofertado permitiu ao Brasil atender à crescente demanda internacional, especialmente em países como China, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos.

Além disso, o fortalecimento da presença brasileira em mercados internacionais foi sustentado por estratégias comerciais ativas, como a negociação de novos acordos bilaterais e a busca por uma maior diversificação dos produtos exportados. Nesse sentido, o Brasil trabalhou para formalizar acordos com a China para ampliar a exportação de miúdos de bovinos e suínos, além de frutas, o que pode fortalecer ainda mais a balança comercial do agronegócio.

Falando em China, o país manteve-se como o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, com 1,33 milhão de toneladas exportadas, gerando um faturamento de US$ 6 bilhões. Em seguida, destacaram-se os Estados Unidos, que importaram 229 mil toneladas, somando US$ 1,35 bilhão. Outros mercados importantes incluem os Emirados Árabes Unidos (132 mil toneladas e US$ 604 milhões), a União Europeia (82,3 mil toneladas e US$ 602 milhões), o Chile (110 mil toneladas e US$ 533 milhões) e Hong Kong (116 mil toneladas e US$ 388 milhões).

Outros mercados também se destacaram ao longo do ano. 

O setor de carne bovina brasileira apresentou um desempenho expressivo em 2024, com crescimento nas exportações para os 15 principais destinos. Esses mercados, que juntos representaram mais de 90% do faturamento total do setor, registraram aumento nas vendas em comparação com 2023. Destaque para os avanços mais significativos, observados nos mercados da Argélia, México, Emirados Árabes, Filipinas, Estados Unidos, Rússia e Israel.

No total, as exportações de carne bovina brasileira, considerando todas as categorias de produtos, alcançaram 157 países ao longo do ano. Quando analisadas apenas as exportações de carne in natura, que correspondem a mais de 90% do valor total exportado, o Brasil enviou produtos para 132 mercados diferentes. Esse número reflete um crescimento significativo em relação à última década, com 46 novos mercados conquistados nesse período.

A Naturafrig reforçou seu compromisso com a qualidade e a segurança ao conquistar e renovar certificações de grande relevância no mercado. A certificação BRCGS Segurança de Alimentos assegura os mais altos padrões globais de segurança alimentar. Já a certificação PAACO Bem-Estar Animal reafirma práticas éticas e sustentáveis no manejo de animais. Por fim, a certificação Halal garante a conformidade dos produtos com exigências específicas de mercados internacionais.


Com base no desempenho histórico de 2024, as perspectivas para 2025 são otimistas, embora com desafios. 

A diversificação de mercados e produtos, aliada à consolidação em destinos estratégicos como China, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, deve continuar fortalecendo a posição do Brasil como líder global no setor. Assim, 2025 promete ser mais um ano de crescimento para as exportações brasileiras, reafirmando sua relevância no agronegócio mundial.

Por Fabrizzio Capuci 

Diretor Executivo da Naturafrig Alimentos