O Asè Festival Cultural entra em sua reta final, oferecendo 12 atrações gratuitas e online em seus três últimos dias de programação, de sexta-feira, dia 26 de novembro, a domingo, 28, com apresentações de teatro, dança e poesia, além de uma série documental. O evento está em sua primeira edição e teve início no dia 17 de novembro, no YouTube e no Instagram, em diferentes horários. Para acompanhar não é preciso fazer inscrição.
Idealizado pelas artistas Jaqueline Cardoso e Beta Cunha, de São José do Rio Preto (SP), o evento nasce com a finalidade de promover a cultura, a arte e o empreendedorismo negro e indígena, mostrando suas pluralidades e potencialidades, além de difundir conhecimento sobre a religiosidade de matriz africana, buscando promover o intercâmbio entre grupos, artistas e mestres dessas tradições, pais e mães de santo.
Entre as atrações, um dos destaques da sexta é o espetáculo de dança “Diálogos Femininos e Identidade”, com Júnia Bertolino e a Cia Baobá Minas (Belo Horizonte/MG), que tem como proposta refletir e apresentar corporeidades afro brasileira e africana da mulher negra, ressaltando protagonistas da história que foram e são mulheres atuantes nos dias de hoje como Marlene Silva, Angela Davis, Lélia Gonzalez, Dandara, Nzinga Band, Nina Simone, Conceição Evaristo, Xênia França, Carolina Maria de Jesus, Mariele Franco e outras.
O teatro marca presença no sábado, com a peça “Meus Cabelos de Baobá”, com Fernanda Dias e Coletivo Malungo (Rio de Janeiro), apresentando uma história inspirada no caráter cíclico das mitologias africanas e se desenvolve em torno da divindade Dandaluanda. A magia que emana da árvore de origem africana invade a cena e faz com que a mulher Dandaluanda, também alimentada pela sua ancestralidade, valorize sua identidade negra e se torne rainha. A direção é de Vilma Melo, com Fernanda Dias, Ana Paula Black e Beá no elenco.
Fechando a programação desta edição, no domingo, 20h, acontece o show “Samba, Dança & Prosa – A história do samba cantada”, com o grupo Maestria do Samba (São José do Rio Preto), revisitando canções, compositores e histórias inesquecíveis do samba, de 1917 a 1980, passeando pelos três principais estados que formaram seu enredo: Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A apresentação será ilustrada com dançarinos demonstrando a evolução rítmica de acordo com cada década e regiões brasileiras, contando também com roda de samba e prosa para contar a história.
“O conceito primordial do Asè Festival Cultural é provocar para que diferentes linguagens artísticas possam visitar, dentro do seu lugar de fala, a cultura negra de origem afro e a indígena e o intercâmbio entre artistas e fazedores de cultura e mestres desses saberes”, consideram as idealizadoras do festival.
Ao longo de seus 12 dias de programação, o festival soma 48 atividades, entre apresentações artísticas, oficinas e exibição da série documental produzida especialmente para o projeto, “Orixás e Entidades, o Poder da Natureza”, em 12 episódios.
A curadoria foi realizada pela poeta Mayara Isis, pelo compositor Jeff Santanielo e a atriz e bailarina Andrea Capelli. A programação conta com atrações selecionadas e convidadas.
O projeto do Asè Festival Cultural é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc São José do Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
SERVIÇO:
Asè Festival Cultural
17 a 28 de novembro
Transmissão: diariamente, às 13h, 16h e 20h no YouTube (http://bit.ly/YouTubeAseFestival) e 14h30 no Instagram (@asefestivalcultural)
Não é necessário fazer inscrição para acompanhar a programação
Gratuito
PROGRAMAÇÃO:
Dia 26/11, sexta-feira
13h: Exibição de vídeo: série “Orixás e Entidades, o Poder da Natureza” (Entidades da Umbanda – Caboclos/Pretos Velhos, com Mãe Jacira da Oxun)
14h30: Ka Oriki – poesia com Si
Sirlane de Souza Santana, a Si, é assistente social com especialização na área da saúde. Integrante do movimento feminista classista MML (Movimento Mulheres em Luta), é mulher, negra, nordestina, a primeira da família a conseguir concluir um curso de graduação. Também integra o comitê de assistentes sociais no combate ao racismo. Ela apresenta um poema autoral.
16h: Ikosilê – espetáculo de dança “ARA ÀIYÉ: CORPO DA TERRA”, com Kaled Andrade (Brasília/DF)
A obra “Ara Àiyé: Corpo da Terra” exprime as relações fluídicas entre o espaço e o sujeito, uma abertura para a universalização de símbolos e sentidos provenientes da cultura afro-brasileira. O mês de Agosto faz parte do período de inverno seco do Centro-Oeste, região de clima tropical semiúmido. Ocorrem modulações na temperatura, podendo ter geada ao anoitecer, contudo a umidade do ar permanece baixa e a sensação térmica alta. A vegetação possui uma característica seca. Este mês é compreendido dentro das religiões de matrizes africanas como o mês de Obaluaiyê, também conhecido como Omolú. Orixá caracterizado como detentor das pestes e da cura, tendo o título de Rei da Terra, através da cosmogonia nagô-iorubana. A obra relata os atravessamentos que estes símbolos produzem em convergência no momento da performance do intérprete. Um olhar sobre as relações feitas com o ambiente, buscando expressividade poética deste momento.
Ficha técnica: Kaled Andrade (direção geral/intérprete) | Iago Gabriel Melo (filmagem/edição) | Trilha Sonora: Metá Metá – Gira (trilha sonora original do espetáculo do Grupo Corpo).
20h: Ikosilê – espetáculo de dança “Diálogos Femininos e Identidade”, com Júnia Bertolino e Cia Baobá Minas (Belo Horizonte/MG)
Júnia Bertolino e a Cia Baobá Minas vêm refletir e apresentar corporeidades afro brasileira e africana da mulher negra, ressaltando protagonistas da história que foram e são mulheres atuantes nos dias de hoje, como: Marlene Silva, Angela Davis, Lélia Gonzalez, Dandara, Nzinga Band, Nina Simone, Conceição Evaristo, Xênia França, Carolina Maria de Jesus, Mariele Franco e outras. Todas mulheres guerreiras que a partir da cultura negra, expressam identidades, poesia, política e arte. Seja com música, teatro, narrativas negras e a dança.
Ficha técnica: Júnia Bertolino (argumento e figurino) | Lira Ribas (direção) | Jahi Amani Bertolino (assistente de direção) | Lorrane Katlen, Monique Serena e Rodrigo Antero (bailarinos) | Gersino Gercino Alves (ator) | Gabriel Museolo (produção) | Josélio Teixeira (projeção) | Geraldo Otaviano (iluminação) | Dani Milena, Jocasta Roque, Pedro Filippis, Husdon Mouroh e Yuri Castilho Juventino Dias (músicos) | Agradecimento: à costureira, designer de moda e figurinista Iara Oliveira.
Dia 27/11, sábado
13h: Exibição de vídeo: série “Orixás e Entidades, o Poder da Natureza” (ORIXÁ Yemanjà, com Fernando Canevari)
14h30: Ka Oriki – poesia com Anna Magalhães
Graduada em Letras e autodidata em cores, Anna Magalhães é mulher preta interiorana, se expressa pelas formas e palavras, escreve, pinta, diz e acredita no poder da arte como transformação social, política e humana. Ela apresenta um poema de sua autoria, chamado “You’re the sunshine of my life”.
16h: Pin’Mo – oficina “Fun Orixa Ati Fun Wa Lati Je (Para Orixá e para gente comer)”, com Kauê Inã Xemy, Egbomy Valtinho ty Jagun e Pai Vitor Lagy Ogum
Essa oficina vem mostrar a ancestralidade das folhas e da cozinha das casas de axé em toda a sua versatilidade e temperos magníficos. Contando o quanto de asé existe dentro de cada folha e cada comida de santo que nós também comemos. O Egbomy Valtinho ty Jagun juntamente Kauê Inã Xemy e pai Vitor Lagy Ogum, falam além do Poder sagrado das folhas, sobre o tema de que comida de Orixá é também comida para a gente comer, onde os temperos utilizados e o zelo no preparo transformam a comida ora feita para ser ofertada as divindades, ora em alimento a toda a comunidade de asé. A oficina demostrará não só o modo de preparo, mas também a forma de ser apresentada a cada Orixá e significado de cada prato nos rituais.
Ficha técnica: Gabrielly Gauer (produtora) | Kauê Rocha (produção cultural e executiva) | Valter Francisco Rodrigues Junior “Egbomy Valtinho ty Jagun”, Vitor Lagy Ogum e Kauê Rocha – Kauê Inã Xemy (oficineiros).
20h: Ikosilê – espetáculo teatral “Meus Cabelos de Baobá”, com Fernanda Dias/Coletivo Malungo (Rio de Janeiro/RJ)
A história é inspirada no caráter cíclico das mitologias africanas e se desenvolve em torno de Dandaluanda. Ao se deparar com episódios nefrálgicos na infância, a menina fantasia um diálogo com o Baobá e é correspondida. A magia que emana da árvore de origem africana invade a cena e faz com que a mulher Dandaluanda, também alimentada pela sua ancestralidade, valorize sua identidade negra e se torne rainha. A árvore milenar de galhos fortes e compridos, a referência de suas ancestrais femininas, ensinou-lhes valores africanos e despertou para uma nova vida. Primeiro, como menina; em seguida como mulher e, finalmente, como rainha.
Ficha técnica: Vilma Melo (encenação) | Simone Ricco (argumento); Fernanda Dias (texto) | Fernanda Dias, Ana Paula Black e Beá (elenco) | Binho Schaefer (desenho de luz) | Jorge Costa e Victor Tavares (operador de luz) | Beá (direção musical e percussão) | Fernanda Dias e Vilma Melo (direção de movimento) | Fernanda Dias (coreografia) | Charles Nelson (supervisão de coreografia) | Jhon Conceição, Bárbara Santos, Rony Valck e Beá (música originais) | Cachalote Mattos (concepção de cenário e projeto gráfico).
Dia 28/11, domingo
13h: Exibição de vídeo: série “Orixás e Entidades, o Poder da Natureza” (OSOGUIÃ/OXALÁ, com Babá Allan de Oxoguiã)
14h30: Ka Oriki – poesia com Beta Cunha
Atriz, diretora e professora de teatro, Beta Cunha traz o poema “Axé”, de autoria de Jaqueline Cardoso.
16h: Pin’Mo – oficina “Orin Ilu – Os Tambores que cantam”, com Kauê Inã Xemy, Vitor Lagy Ogum e Jard Bumyode
A atividade busca fomentar e divulgar os toques e instrumentos afro-religiosos, com ênfase nos toques e cânticos da cultura Ketu. Os oficineiros Kaue Inã Xemy, Jard Bumyode e Vitor Lagy Ogum irão demostrar e ensinar toques e cânticos básicos e fundamentais no decorrer das festas e obrigações. Também contarão itans (Lendas e Histórias) sobre os instrumentos, origens, nomenclaturas e suas transformações durante os anos. Abordando também o tema das mudanças que ocorreram e ocorrem ainda hoje na forma de viver e lidar dentro das casas de matriz.
Ficha técnica: Gabrielly Gauer (produtora) | Kauê Rocha (produção cultural e executiva) | Kauê Rocha – Kauê Inã Xemy, Vitor Miguel – Vitor Lagy Ogum e Jard Antonio Cerqueira – Jard Bumyode (oficineiros).
20h: Ikosilê – show musical “Samba, Dança & Prosa – A história do samba cantada”, com Maestria do Samba
A história do samba, contada e cantada pelo Maestria do Samba revisita canções, compositores e histórias inesquecíveis do samba de 1917 a 1980. O samba será contado, passeando pelos três principais estados que formaram seu enredo: Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. A apresentação será ilustrada com dançarinos demonstrando a evolução rítmica de acordo com cada década e regiões brasileiras. O espetáculo contará com roda de samba, dançarinos e prosa, contando a história do samba.
Ficha técnica: Elis Ribeiro (voz) | Robson Cruz (percussão) | Romualdo Simas (cavaco e violão) | Fernando Lorencini (bateria e percussão) | Ricardo Vieira (bateria e percussão) | Aguinaldo Zizi (bateria e percussão) | Érica Porto (produção cultural e executiva | Cris Maia (assistente de produção).