Alunos de Farmácia da Unifipa desenvolvem picolé como medicamento

Está em fase de testes iniciais um picolé medicinal pensado principalmente para quem tem dificuldade em ingerir medicamentos em sua forma convencional. O estudo tem como objetivo aliar um analgésico, normalmente prescrito pelos médicos, com o alimento gelado.

Envolvendo alunos  do 3º, 4º e 5º anos do curso de Farmácia da Unifipa, a pesquisa com o sorvete, com adição do medicamento, teve início em 2022 sob a coordenação da Profª Dra. Sheila Cristina Monteiro Paiva Freitas. “O foco inicial do projeto é para verificar o controle de qualidade do medicamento referente à sua reação ao estado de gelo, tendo ótima aceitação e com possibilidades de estratégias futuras para adesão terapêutica em pacientes”, diz Sheila.

Segundo o estudo, medicamentos indicados para o tratamento de enjôos, por exemplo, são administrados nas formas sólidas, em comprimidos ou cápsulas, e nas formas líquidas, como gotas, suspensões ou soluções orais. “Um fármaco – principal responsável pelo efeito do remédio – que apresenta estabilidade comprovada nas formas farmacêuticas líquidas pode ser que também possua certa estabilidade em formas farmacêuticas congeladas”, explica o Prof. Dr. Lucas Possebon, colaborador do desenvolvimento da pesquisa. Contudo, diz ele, “são necessários estudos prévios para se modificar uma forma farmacêutica, que incluem estudos de estabilidade e degradação em todas as fases do processo de desenvolvimento, pois, apenas com os resultados obtidos nos ensaios será possível garantir que o produto manipulado tenha qualidade, eficácia e segurança”, afirma.

Todos os testes iniciais para o desenvolvimento do picolé terapêutico foram desenvolvidos nos laboratórios do curso de Farmácia do Centro Universitário Padre Albino e mostraram resultados eficazes na estabilidade e qualidade do produto, sendo promissor para futuras fases do projeto.