Se você for pesquisar no Google sobre a história da Camargo Corrêa, vai encontrar que o jovem de 17 anos, Sebastião Ferraz Camargo Penteado, com economias de seu trabalho de retirada de terra de construções de estradas, em uma carroça puxada por burro, deu início em Jaú, em 1926, ao que viria a ser Construtora Camargo Corrêa. Na verdade é um pouco isso, mas muito mais.
Nascido em 25 de setembro de 1909, filho de um pequeno produtor rural de Jaú (SP), Sebastião Camargo, conhecido como “China”, pelos seus traços orientais, interrompeu seus estudos no terceiro ano primário (hoje ensino fundamental) para ajudar no sustento da família após a morte de seu pai. Trabalhava com a carroça diariamente e posteriormente, ampliou o negócio e comprou mais uma. Com a pá em punho e as rédeas nas mãos, Camargo ajudou a construir as estradas que se multiplicavam pelo interior de São Paulo. Com o passar do tempo e suas habilidades de agregar conhecimento, aprendeu técnicas de terraplenagem e decidiu investir seu potencial no ramo da construção civil.
Num pequeno escritório, instalado em 1936 na Rua Xavier de Toledo, na região central de São Paulo, criou, três anos depois, em 27 de março de 1939, a empresa Camargo, Corrêa & Cia. Ltda. – Engenheiros e Construtores, em sociedade com Sylvio Corrêa e Mauro Calasans (os dois últimos deixaram a sociedade tempos depois). A empresa foi amadurecendo e em 1940, Sebastião Camargo resolveu ousar e comprou um trator Caterpillar, veículo até então pouco utilizado no país e um dos primeiros do gênero a operar no Brasil e que ajudou a impulsionar os contratos da empresa.
Nos anos 50, a construção de Brasília era o sonho do empreiteiro. Ao participar da licitação, ouviu de um assessor do presidente Juscelino Kubitschek que a Camargo Corrêa não tinha máquinas em número suficiente para encarar as obras da nova capital. – “Pois então me dê três dias e eu provo que o senhor está enganado”, respondeu, contrariado. Quando o prazo expirou, o empresário desfilou pelo cerrado com mais de 100 tratores vindos de seus canteiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Coube à Camargo Corrêa a abertura de várias estradas que possibilitaram o acesso à capital federal. Em 1960, Juscelino Kubitschek sugeriu que Sebastião Camargo construísse um moinho de trigo para abastecer Brasília. Preocupado com o rigor técnico que a tarefa exigia, ele trouxe um especialista da Suíça para garantir a qualidade do serviço. Batizou-o de Moinho de Trigo Jauense. Em 1962, quando a empreiteira construiu a Usina Hidrelétrica Engenheiro Sousa Dias (também conhecida por Usina de Jupiá), no rio Paraná, uma das maiores do Brasil, concluída em 1968, o tamanho da obra obrigou que uma cidade fosse construída ao seu redor para alojar os 12 mil funcionários.
Nos anos 70, a construtora entrou na licitação para as obras da Ponte Rio-Niterói e tirou o segundo lugar. Mortes de pedreiros e desmoronamentos em meio à construção obrigaram o presidente Emílio Garrastazu Médici a pedir ao empreiteiro que assumisse a obra. “Pois não, senhor presidente, mas vou fazer do meu jeito. Vou começar derrubando tudo e partir do zero”, respondeu Camargo. Após sua morte o grupo se expandiu de forma exponencial. O portfólio da construtora acumula mais de 500 obras executadas no Brasil, dentre as mais importantes e estratégicas do país, como a Hidrelétrica de Itaipu, a simbólica e internacionalmente conhecida Ponte Rio-Niterói, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, rodovias como Imigrantes, Presidente Dutra, Fernão Dias e Bandeirantes e mais de 116 km de linhas de metrô em São Paulo e outros Estados, além de minerodutos, oleodutos, linhas de transmissão de energia elétrica e redes de saneamento básico, entre outros setores de atuação também no exterior.
Sebastião Camargo faleceu aos 84 anos, em 26 de agosto de 1994. Deixou filhas, netos, genros e um legado para história da infraestrutura do país. O conglomerado que criou, envolvido nas operações “Castelo de Areia” e “Lava Jato”, teve que se desfazer de grande parte do seu patrimônio e assinar, em julho do ano passado, acordo de leniência pelo qual se obriga a pagar R$ 1,396 bilhão até janeiro de 2038, corrigidos pela taxa Selic. O
s recursos serão destinados à União e às entidades que foram prejudicadas. Uma triste nódoa a manchar a história de inovação, e crescimento e tantas obras dessa empresa, que nasceu do empreendedorismo de um simples carroceiro, em Jau há 94 anos.
Fonte:https://camargocorreainfra.com/aos-17-anos-sebastiao-camargo-iniciou-a-construcao-de-uma-empresa-inovadora/ – https://pt.wikipedia.org/wiki/SebastiaoCamargo
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