A Copa América de seis amigos

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Fernando Pessoa sabiamente definiu: “A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.” Viajar é muito bom e acompanhado de bons amigos é ainda melhor. Há sempre um bom motivo para viajar – conhecer pessoas, lugares diferentes, novas culturas, congressos, intercâmbio, eventos artísticos e esportivos ou simplesmente lazer.

Nesse contexto, até mesmo uma merreca e inexpressiva Copa América Centenária é um bom motivo, não é mesmo? E foi isso que fez um grupo de seis amigos arrumar as malas e partir para os EUA durante a realização da Copa América.

Se os americanos com esse evento pretendem promover o futebol na terra do tio Sam, podem tirar o cavalinho da chuva porque nos estádios, aliás, muito confortáveis e modernos, só tinha latinos.

Com exceção da Fox, que transmitiu alguns poucos jogos(basicamente os da seleção americana e mexicana) e a UNIVISION, maior canal em idioma castelhano dos Estados Unidos, transmitindo alguns outros, as centenas dos outros canais ignoraram o evento e continuaram dando importância ao futebol americano, basquete, hóquei e até jogo de tampinhas, pra esculhambar de vez.

E se a mídia não acampar a ideia, nada do futebol se tornar popular no país. Com raras exceções, os estádios contavam com público que não ia além de menos da metade da capacidade de lotação. Felizmente, para o melhor e sorte de toda a nação brasileira, a seleção do Dunga foi humilhantemente eliminada na primeira fase e com ela caiu toda a incompetente comissão técnica capitaneada pelo próprio.

Faltou cair o suspeito e acusado de corrupção, o atual presidente da CBF, mas isso é questão de tempo! Auguras do futebol brasileiro à parte, o fato é que em viagens fatos pitorescos e inusitados acontecem, e de quebra alguns micos são pagos. Sem eles, as viagens deixam de ser emblemáticas e inesquecíveis. Apesar do dólar ainda caro para o bolso do povo brasileiro, roupas ainda são, no mínimo, 50% mais baratas.

É verão nos Estados Unidos, mas como país continental que é, no nordeste(próximo do Canadá), o vento frio castiga um pouco e obriga o uso de casaco de manhã e ao cair da tarde. Esse é o caso de Boston, cidade com 700 mil habitantes, capital do pequeno estado de Massachusetts que, além de outras virtudes, abriga a universidade de Harvard, a mais famosa e mais conceituada do mundo.

Na realidade, Harvard fica em Cambridge, cidade que fica na área metropolitana de Boston interligada por linha de metrô. Está para Boston, assim como Santo André está para São Paulo. Curiosamente, inúmeras são as cidades desenvolvidas às margens da malha ferroviária que cruza Boston.

Nessas pequenas cidades, as pessoas moram confortavelmente em casas construídas sem cercas em meio a imensas e bonitas áreas verdes, bosques inclusive, e trabalham na capital. Ao lado das estações de trem, imensos pátios de estacionamento, alguns verticais construídos pelo poder público, abrigam os veículos das pessoas que se deslocam de trem para trabalhar em Boston.

Os que preferirem podem usar a auto estrada, mas a opção mais utilizada é o trem mesmo. Essas estações servem café da manhã a preços bem razoáveis e os horários dos trens são respeitados, nada devendo à reconhecida pontualidade britânica. Interessante lembrar que nesse estado, roupas, calçados e bolsas não são sofrem tributação, o que tornam os preços bastante convidativos, se comparado ao tax price cobrado nos demais estados, que chega a 8,5%, caso especifico de Nova Iorque.

Foxborough é uma dessas pequenas cidades que se notabiliza pelo fato de lá ter sido construído em 2002, o moderno e fantástico Gillette Stadium, com capacidade para 69 mil pessoas, tendo ao seu redor um complexo de lojas, serviços e hotéis. Nesse estádio são disputados os jogos do New England Patriots, equipe de futebol americano onde joga Tom Brady, marido da Gisele Bundchen.

O grupo de amigos passou por três grandes cidades americanas e encerrou o passeio em Nova Iorque, mas não deixaram de visitar os principais pontos turísticos, deixando-se se levar, às vezes, à compulsão das compras(não tem como resistir!), mas priorizando os bons restaurantes, principalmente tendo-se em conta o custo benefício.

Viajar é bom, o único problema é que depois de alguns dias acaba-se esquecendo de multiplicar o valor de um cafezinho em torno U$3 por R$3,60, e achando normal o valor de quase R$11 por algo que aqui custa R$2.

Ainda assim, é um dos melhores investimentos que você pode fazer em você mesmo. Pense nisso – viva a vida que é curta e inserta, arrume as malas e feliz próxima viagem.